Defesa agropecuária: alerta sanitário
18 de abril de 2005
Marcos Mantelato, diretor da Bellman
20 de abril de 2005

Rússia reabre mercado para carne do MT

O Ministério da Agricultura da Rússia informou que a partir de amanhã suspenderá parcialmente o embargo imposto há mais de seis meses às importações de carne de vaca e de porco provenientes do Brasil.

Na prática, o comunicado significa a liberalização das compras russas das carnes do Mato Grosso, uma vez que as compras do produto das regiões Sul e Centro-Sul haviam sido retomadas semanas atrás.

Os frigoríficos instalados naquele estado aguardaram com expectativa o comunicado oficial do Ministério da Agricultura da Rússia com a confirmação da suspensão do veto.

Um comunicado divulgado pela agência russa Interfax informou ontem que as exportações de carnes bovina e suína do Brasil para a Rússia serão autorizadas só às empresas que têm produção controlada por inspetores veterinários russos. Além disso, a carne importada do Brasil só poderá ser utilizada como matéria-prima em empresas da indústria alimentícia e não será colocada diretamente à venda ao consumidor naquele país.

Segundo o Ministério da Agricultura da Rússia, continua em vigor o veto às importações de carne de vaca e de porco provenientes dos estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Tocantins, Maranhão, Amapá e Roraima.

Em setembro de 2004, Moscou proibiu as importações de bovino, porco e frango do Brasil por causa de um surto de febre aftosa no Pará e no Amazonas.

A cota para importação de carne bovina para este ano permanece em 430 mil toneladas, mas terá aumento gradativo de 420 mil toneladas em 2004 para 450 mil toneladas até 2009. Os Estados Unidos terão direito a 4,1% dessa cota anual, com tarifa de 15%. Volumes importados acima da cota pagam 60% de tarifa neste ano, 55% entre 2006 e 2007 e 50% entre 2008 e 2009.

Segundo fontes oficiais do Brasil, em 2004 a Rússia comprou US$ 239 milhões em carne de bovino, US$ 441 milhões em produtos suínos e US$ 159 milhões em carne de frango.

O Instituto de Mercado Agrário da Rússia afirmou que, antes da proibição ao Brasil, 35% das importações russas de carne bovina, 74% de carne de porco e 26% de frango eram brasileiras.

O diretor do frigorífico Quatro Marcos, de Mato Grosso, José Luiz Viana, esperou durante todo o dia pelo comunicado oficial. Para ele, são grandes as perspectivas de retomada de negócios, com resultados expressivos para a empresa.

O presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, diz que a luta para a reintegração de Tocantins será intensificada. Para ele, não tem sentido manter o estado fora se as condições sanitárias e a tradição como pecuarista são conhecidas. “O gado brasileiro caminhou por Tocantins para chegar ao Norte e Nordeste. Por isso, têm condições de atender ao mercado externo”, disse Camardelli, que apontou as inúmeras indústrias existentes no estado.

A Abiec, segundo afirmou, prepara documento comprovando as boas condições sanitárias da pecuária desenvolvida em Tocantins. “Vamos tentar mostrar as qualidades da pecuária daquele estado, esclarecendo todas dúvidas que ainda restam entre os integrantes do governo russo”, afirmou Camardelli.

Fonte: O Estado de S.Paulo, Estadão/Agronegócios (por Fabíola Gomes) e Gazeta Mercantil (por Isabel Dias de Aguiar), adaptado por Equipe BeefPoint

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  1. AGENCIA DE DEFESA AGROPECUARIA DO ESTADO DO TOCANTINS disse:

    NOTA DE ESCLARECIMENTO

    O Estado do Tocantins contempla todos os requisitos sanitários exigidos para a exportação para a Rússia.

    O serviço de defesa animal mantém níveis de excelência internacional, como manifestado inclusive pela Missão Russa que esteve no Tocantins (barreira de Couto Magalhães) em novembro de 2004.

    O Estado não registra foco de febre aftosa desde maio de 1997, sendo reconhecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento como “área livre de febre aftosa com vacinação” em dezembro de 2000 e internacionalmente, por intermédio do OIE/OMS, em maio de 2001.

    A ADAPEC reafirma o compromisso do Governo Estadual com a sanidade agropecuária e neste sentido aguarda manifestação oficial por parte do MAPA, acreditando que: ao se contemplar questões eminentemente técnicas nos atos uni ou bilaterais de comércio internacional, não existe nenhum empecilho a exportação da carne tocantinense.

    Acrescenta que conforme estabelece o certificado sanitário utilizado para a exportação entre os países envolvidos o único empecilho seria o intervalo entre o foco de febre aftosa ocorrido no Estado do Pará (um ano para estados vizinhos), situação idêntica nos estados do Tocantins e Mato Grosso.