A Rússia suspendeu na quarta-feira o embargo às importações de carne bovina e suína de mais seis Estados do Brasil que provaram estar livres de febre aftosa, informou o Ministério da Agricultura russo.
Uma porta-voz do Ministério afirmou que o embargo foi retirado de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
A Rússia havia proibido as compras de carne brasileira em 20 de setembro do ano passado após um registro de febre aftosa no Amazonas, que ocorreu logo após um outro registro no Pará.
Em novembro, o país, grande importador de carne bovina, suína e de frango do Brasil, suspendeu o embargo às importações de Santa Catarina, único Estado reconhecido pela OIE (Organização Internacional de Epzootias) como livre de aftosa sem vacinação.
No mês passado, a Rússia retirou o embargo às importações de carne de frango, exceto do Pará e Amazonas.
Uma missão brasileira deve discutir em Moscou na quinta-feira o fim do embargo aos demais Estados brasileiros.
Um Estado importante em produção de bovinos que ainda ficou fora do fim da suspensão foi o Mato Grosso, pela relativa proximidade com as áreas onde foram registrados os focos de aftosa.
Mas as principais áreas de produção e exportação brasileiras, como São Paulo, que concentra grandes frigoríficos, estão agora todas liberadas.
Apesar do fim do embargo, o Brasil continua dispondo de pouco volume no sistema de quotas de importação da Rússia. É o único dos grandes fornecedores russos que não recebeu cotas individuais, como ocorreu com os Estados Unidos e a União Européia.
O Brasil disputa com outros países cotas totais de 68 mil toneladas para carne bovina, outras 68 mil toneladas para frango e 179 mil toneladas para suínos. Se exportar acima destes volumes, estará sujeito a elevadas sobretaxas.
No ano passado o Brasil exportou bem mais que isso, mas foi beneficiado por uma resolução do governo russo que permitia outras origens no preenchimento das cotas no caso de impossibilidade de fornecimento dos países originalmente favorecidos com as licenças devido a questões sanitárias. A indústria de carnes brasileira não sabe, no entanto, se a resolução será renovada para este ano.
Fonte: Reuters (por Aleksandras Budrys, e Marcelo Teixeira), adaptado por Equipe BeefPoint