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Rússia suspende importação de 6 unidades brasileiras

O Serviço Federal de Inspeção Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) suspendeu temporariamente, a partir de ontem (08/09), as importações de várias unidades industriais de Brasil, Estados Unidos, Argentina e Polônia. Dentre estas estão três unidades produtoras de carne bovina brasileiras do frigorífico JBS-Friboi e de carne de aves de uma unidade da Seara Alimentos, comprada pelo Marfrig em setembro de 2009. A partir de 14 de setembro, uma quarta unidade do JBS e a Alibem Comercial de Alimentos também não poderão enviar seus produtos para o mercado russo.

O Serviço Federal de Inspeção Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) suspendeu temporariamente, a partir de ontem (08/09), as importações de várias unidades industriais de Brasil, Estados Unidos, Argentina e Polônia. Dentre estas estão três unidades produtoras de carne bovina brasileiras do frigorífico JBS-Friboi e de carne de aves de uma unidade da Seara Alimentos, comprada pelo Marfrig em setembro de 2009. A partir de 14 de setembro, uma quarta unidade do JBS e a Alibem Comercial de Alimentos também não poderão enviar seus produtos para o mercado russo.

De acordo com informações que constam em comunicado divulgado no dia 25 de agosto no site do Rosselkhoznadzor, as unidades do JBS de Campo Grande (MS), Naviraí (MS) e Barra do Garças (MT), além da unidade de Forquilhinha (SC) da Seara, não poderão enviar seus produtos para a Rússia até que irregularidades constatadas pelo órgão sejam resolvidas.

De acordo com o serviço de inspeção, a carne bovina proveniente das unidades do JBS contém teor acima do permitido de oxitetraciclina, um antibiótico de largo espectro utilizado para combater infecções causadas por bactérias. Já na carne de aves da unidade da Seara foi encontrada a bactéria listeria.

Em outro comunicado, do dia 1 de setembro, o Rosselkhoznadzor informou que estarão suspensas, a partir do dia 14 de setembro, as compras da unidade de Araputanga (MT) do JBS e da Alibem Comercial de Alimentos, de Santa Rosa (RS). A restrição foi imposta por causa da identificação das bactérias listeria e salmonela, respectivamente, em produtos dessas empresas.

Foram concedidas permissões para 126 fábricas brasileiras fornecerem carne bovina ao país, além de 104 fornecedores de carne de frango e 62 de suínos, segundo a agência sanitária russa.

Conforme a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), “geralmente, bloqueios como esse são suspensos depois que os frigoríficos resolvem os problemas”.

Em comunicado, a JBS disse que a Rússia suspendeu a importação de quatro plantas de carne bovina da empresa localizadas em Barra dos Garças (MT), Campo Grande (MS), Naviraí (MS) e Araputanga (MT). Também foram desabilitadas, segundo a JBS, uma de suas plantas nos EUA e outra na Argentina.

“A JBS informa que desconhece o motivo da desabilitação e comunica que manterá o fornecimento aos clientes daquele país através de outras plantas habilitadas no Brasil e nas demais plataformas de produção que a companhia possui em países habilitados para o mercado da Rússia”. A empresa disse ainda, no mesmo comunicado, acreditar que o impacto financeiro resultante das restrições russas “tende a ser pouco relevante para a companhia.”

Em comunicado, a Marfrig Alimentos, proprietária da Seara, informou que tomou conhecimento do fato, mas não teve acesso aos laudos técnicos. Tão logo isso aconteça, a empresa implantará plano de ação para normalizar as exportações da unidade.

O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério do Agricultura, Nelmon Oliveira da Costa, disse que a Pasta não recebeu qualquer notificação de proibição às fábricas brasileiras. Contudo, de acordo com o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, há uma missão prevista para o país na segunda quinzena de setembro que deverá tratar da questão, caso ela se confirme.

As informações são da Agência Estado, Diário de Cuiabá, Valor Econômico e Correio do Povo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Problemas com níveis de resíduos de medicamentos em carnes acima dos permitidos tem aumentado e precisamos enfrenta-los com urgência. Precisamos de uma estratégia que eleve a segurança do produto. Disto depende a imagem de nossa pecuária.

    É importante que consigamos identificar com precisão quem deixou de cumprir os períodos de carência e que tenhamos uma legislação que permita, se necessário, penalizar os responsáveis.

  2. José Manuel de Mesquita disse:

    Pois é… acredito que os Sr. Roberto Giannetti da Fonseca ([03/08/2010]
    Exportadores apostam no aumento das vendas à Rússia) e o Ministro Rossi, deveriam rever seus conceitos sobre Produção, Abate e Controle de Bovinos… com ou sem Sisbov…

    Um deles mostrou confiança na retomada das negociações em relação a exportação de carnes para a Rússia, o outro foi além… apostou que de 15 a 20 dias todo o problema referente a exportação para os EUA seriam resolvidos e as exportações retomadas… passaram-se mais de 50 dias e nada… Nada seria bom, se as notícias vindas da Rússia não fossem as que estão pipocando no noticiário especializado…

    “De acordo com o serviço de inspeção, a carne bovina proveniente das unidades do JBS contém teor acima do permitido de oxitetraciclina, um antibiótico de largo espectro utilizado para combater infecções causadas por bactérias. Já na carne de aves da unidade da Seara foi encontrada a bactéria listeria.”

    Pois é… o buraco é mais embaixo… O ufanismo exacerbado de alguns, a ganância desmedida de outros, a falta de controle sanitário do rebanho, onde não se controla nem o básico, que seria a carência dos produtos ministrados aos animais…

    O caso da oxitetraciclina me parece estar relacionado a produtos para combater infecções nos cascos, pulmões ou mesmo distúrbios intestinais de animais confinados. Tal produto, em forma de pó é ministrado junto com a água ou mesmo na ração ofertada aos animais … O preço da @ está bom e o frigorífico precisa abater para cumprir os contratos de exportação… pronto, está criado o ambiente de ganância que propicia acontecimentos desta natureza, onde os “players” pouco se importam com o que acontecerá com a saúde dos consumidores alvos de sua irresponsabilidade…

    De pouco adiantou o sistema e seus integrantes: MAPA, Sisbov, ERAS, Certificadoras, Brincos e Bottons as auditorias e mais alguma outra coisa que não me vem a memória no momento…

    A próxima notícia desagradável será a descoberta de resíduos de hormônios sintéticos nas carnes produzidas aqui em pindorama…

    Quando a Defesa Agropecuária se encontra na situação conhecida, tudo pode acontecer, e, exatamente por esse motivo acontece…

    Será que encontraremos alguém que acreditará em mais uma aposta de nosso ministro? duvido!

    Pensando bem, será que não seria um jogo combinado para sobrar carne por aqui, facilitar a vitória da situação… os frigoríficos pagando o que querem, e o povo comendo mais carne a preços mais baixos?

    Acho que estou exagerando, mas… barbas de molho, afinal eles sempre conseguem piorar a situação, mesmo aquelas que já estão ruins…

    Esperar para ver, onde será colocada toda a carne produzida por estas bandas…

  3. José Manuel de Mesquita disse:

    Pois é, relendo o resumo publicado pelo BeefPoint sobre o que aconteceu em Setembro, me deparei com 2 comentários, um feito pelo José Ricardo Skowronek Rezende em [09/09/2010] e outro feito por mim…

    Como sou de um “pessimismo realista” fico sempre tentado a cutucar o “otimismo” do José Ricardo… como já disse várias vezes, nada é pessoal, mas se não forem tomadas medidas “radicais”, nunca sairemos da situação em que nos encontramos.

    Então, aproveitando o “gancho” dos comentários do José Ricardo:

    Para o 1º parágrafo, as ações tomadas foram:

    1 – Os laboratórios providenciarão nas embalagens, melhor visibilidade na carência do produto… besteira, pois em todas as bulas já existem informações muito claras a respeito disso… mas alguém as teria que ler…
    faltam: cultura básica, treinamento, e controle de manejo…
    sobram: ganância, egoísmo, indiferença e a forte sensação de impunidade

    2 – Campanha publicitária para ressaltar a importância do cumprimento dos prazos de carência determinados pelos laboratórios… dinheiro jogado fora… melhor que isso seria aplicar esse recurso na melhoria da Vigilância Agropecuária.

    Para o 2º parágrafo… não foi feito absolutamente nada… pois as más notícias continuaram a acontecer… Ou pior, já descobriram, mas não podem nos dizer, pois os infratores podem ser eles… os confinamentos dos frigoríficos exportadores ou a falta de controle para definir corretamente onde os frigoríficos se abasteceram…

    Posso estar sendo pessimista, mas a falta de transparência dos responsáveis em corrigir a situação, abre a possibilidade para que se possa pensar dessa forma.

    Não acredito que falte legislação para punir os responsáveis, acredito sim, que os responsáveis sejam inimputáveis perante a lei, por seu poderio político-econômico… ou pior, pela completa falência do sistema, pois apesar de toda parafernália da “rastreabilidade preconizada pelo Sisbov”, com suas auditorias, Eras, e agentes Certificadores, o sistema não garante nada, e os responsáveis não tem a mínima condição de encontrar o problema…

    Para piorar a situação, temos que engolir notícias e anúncios feitos pelos meios oficiais e extra-oficiais, de que o “sistema” é bom, que foi aprovado pelos auditores externos, agravado ainda pelo fato de nosso ministro fazer apostas públicas que não pode cumprir…

    Continuamos sem enfrentar o problema de forma séria, e perdendo mercado a cada dia que passa…

    Se quisermos comer omeletes, teremos obrigatoriamente que aprender a faze-los, para isso há que se quebrar os ovos… descobrir os que estão podres, e separá-los dos outros…