A J&F já tem planos de desinvestimentos em curso e planeja levantar pelo menos R$ 8 bilhões no curto prazo, aponta a agência de classificação de risco S&P.
Citando informações da administração da própria empresa, a agência afirma que a holding já colocou em processo de venda a Vigor Alimentos e as linhas de transmissão sob sua gestão, enquanto ainda analisa a alienação de outros ativos — a Eldorado Celulose, a calçadista Alpargatas e a companhia do setor de higiene e limpeza Flora.
A S&P lembrou que a venda dessas empresas está diretamente ligada à capacidade da J&F de cumprir o acordo de leniência firmado com a justiça e sob análise do STF. Caso aprovado, o acordo garantiria a continuidade das operações da J&F mediante o pagamento de uma multa de R$ 10,3 bilhões ao longo dos próximos 25 anos.
Para a agência, mesmo que o estágio dos desinvestimentos ainda seja incerto quanto ao ritmo e aos montantes, a J&F conta com um “considerável portfólio”, avaliado em mais de R$ 18 bilhões.
A S&P nota que a venda de ativos da J&F apontadas em relatório são apenas hipotéticas e não há garantias de que sejam concretizadas. Caso a venda da Vigor, Alpargatas, Eldorado e outros ativos for liquidada, a S&P afirma que reavaliará a classificação de risco da J&F.
Ontem, a agência rebaixou a classificação das empresas controladas pela J&F, cuja nota de risco passou de ‘B+’ para ‘B-‘. “Na nossa opinião, os casos de corrupção também destacam a incapacidade do grupo em implantar mecanismos de controle de risco, indicando uma grave deficiência de governança, o que pesa em seu perfil de risco”, avaliou a agência.
Além da holding, a agência rebaixou a JBS, a Pilgrim’s Pride, controlada do frigorífico, e a Eldorado.
Fonte: Valor Econômico, adaptada pela Equipe BeefPoint.