Com a intenção de evitar o retorno da aftosa, a Secretaria de Agricultura do Estado planeja realizar durante a Expointer 2005 uma série de ações de conscientização sobre a importância da vacinação contra a febre aftosa.
A imagem de um cenário bélico de 2000 ainda está gravada na mente dos produtores rurais gaúchos que tiveram o gado abatido em virtude de foco de aftosa. História que se repetiu um ano depois, na Fronteira Oeste e no sul do estado.
“Vieram numa sexta-feira examinar o meu rebanho e no mesmo dia abateram todos. Colocaram os animais numa vala, os executaram com tiros e os cobriram com terra”, lembra Aquiles Della Flora.
Na propriedade de Della Flora ocorreram os primeiros abates de animais infectados, em 24 de agosto de 2000: 23 porcos e 20 vacas. Doze dias antes, os laboratórios haviam confirmado o primeiro caso da doença, que acabou provocando grandes prejuízos para a região.
Com a campanha a ser iniciada no estande da Secretaria de Agricultura na Expointer, espera-se o aumento da adesão de produtores à vacinação efetiva, não apenas emitindo papéis atestando a compra do produto, mas aplicando as doses em todos os animais, com responsabilidade. “Daremos ênfase à educação sanitária, retomando a data histórica da primeira vacinação contra a doença no estado, ocorrida em 1965”, detalha o veterinário Fernando Groff, do Serviço de Doenças Vesiculares da Secretaria de Agricultura.
Embora no Rio Grande do Sul chegue a 95% o índice de vacinação do rebanho, de 13,6 milhões de cabeças de gado, o número é relativo. Existem denúncias comprovadas pelas equipes do governo estadual de produtores que adquirem o produto e jogam as doses fora. Mesmo assim, emitem a certificação de que vacinaram o gado, gerando uma informação falsa. “Entre dois a sete dias, as vacas vacinadas apresentam uma redução na produção de leite. Alguns produtores não conseguem esperar a normalização e preferem burlar a recomendação, sem vacinar”, conta o veterinário Henrrison Serafini, da Inspetoria Veterinária de Jóia.
De setembro até novembro, a educação sanitária deve continuar. Porém, será intensificada em dezembro com material publicitário veiculado na mídia. Isso porque a vacinação de 100% do rebanho ocorre entre janeiro e fevereiro, enquanto no inverno apenas os animais com até dois anos de idade recebem o reforço.
Como resultado da conscientização, em caso de sucesso da campanha, o Estado pode alcançar nos próximos anos o reconhecimento de área livre de aftosa sem vacinação, certificação que impulsionaria os negócios da cadeia pecuária com o Exterior.
Fonte: Zero Hora/RS (por Eduardo Cecconi), adaptado por Equipe BeefPoint