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Sadia precisa equacionar dívida de R$ 2 bi até setembro

A Sadia divulgou na noite de sexta-feira (27) o maior prejuízo anual de seus 64 anos de história. O resultado líquido de 2008 foi um prejuízo de R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 2,042 bilhões no quarto trimestre, quando a companhia teve de reconhecer, por conta da nova lei nº 11.638/07, os potenciais ganhos e perdas dos contratos de derivativos que vencem em posição futura. Se não precisasse antecipar esses resultados, a Sadia teria prejuízo em 2008 de R$ 468 milhões.

A Sadia divulgou na noite de sexta-feira (27) o maior prejuízo anual de seus 64 anos de história. O resultado líquido de 2008 foi um prejuízo de R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 2,042 bilhões no quarto trimestre, quando a companhia teve de reconhecer, por conta da nova lei nº 11.638/07, os potenciais ganhos e perdas dos contratos de derivativos que vencem em posição futura. Se não precisasse antecipar esses resultados, a Sadia teria prejuízo em 2008 de R$ 468 milhões.

Mas, encerrado o ano de 2008, o que a Sadia tem à frente em 2009 pode ser resumido em uma cifra: R$ 2 bilhões. É uma dívida desse montante que a Sadia precisa equacionar até setembro, desafio que deve lhe custar a venda de ativos ou a entrada de um sócio, que pode tirar o controle da família acionista. O tamanho do rombo dos derivativos está dimensionado no balanço da empresa. Nele, a Sadia reconhece uma despesa financeira de R$ 3,892 bilhões no ano, das quais R$ 2,55 bilhões de perdas com esses contratos cambiais – e destes, R$ 705 milhões tiveram impacto no caixa. De acordo com o presidente da empresa, Gilberto Tomazoni, a Sadia tem cerca de R$ 1 bilhão depositados para cobrir esses contratos e em torno de R$ 900 milhões no caixa.

Questionado se o caixa será suficiente para fazer frente às dívidas de curto prazo, Tomazoni responde: “Gostaríamos de estar com R$ 2 bilhões no caixa, mas R$ 900 milhões está dentro do administrável e é suficiente para tocar a empresa com segurança”, diz Tomazoni, que não quis comentar os rumores de fusão com a Perdigão.

Mas no terceiro trimestre vence a dívida de cerca de R$ 2 bilhões e é nisso que a companhia empenha seus esforços, que vão desde tentar vender ativos operacionais e não-operacionais, até encontrar um sócio que aporte capital. “A minha preocupação é até setembro. Precisamos nos capitalizar ou na forma de alguma associação ou com venda de ativos”, resume Welson Teixeira, diretor-financeiro.

Ao final do quarto trimestre, a empresa tinha dívida bruta de curto prazo de R$ 4,164 bilhões, dos quais 1,4 bilhão venceram no primeiro trimestre e já foram “rolados” para prazos que variam entre 180 dias e 360 dias. O endividamento líquido no curto prazo era de R$ 655 milhões, resultado de ativos financeiros de R$ 3,5 bilhões. Do lado operacional, a Sadia teve bons resultados, apesar da leve queda de 0,7% no Ebtida (geração de caixa) que foi de R$ 1,2 bilhão no ano. A margem Ebitda foi de 10,9%, próxima do previsto (entre 11% a 12%). O faturamento bruto fechou acima das expectativas, em R$ 12,2 bilhões, 23% de crescimento.

A matéria é de Fabiana Batista, publicada na Gazeta Mercantil, adaptada pela Equipe AgriPoint.

0 Comments

  1. JOAO LUIZ MELLA disse:

    Mesmo com o erro de seus diretores, em apostar em derivativos, deixando fragilizado o sistema financeiro da empresa. Devemos levar em consideração duas questões bastante importantes:

    1- O histórico da empresa nos seus mais de cinquenta anos; ajudou a desbravar este país, nos mais distantes lugares, sempre levando o desenvolvimento para o agronegócio. Criação de empregos diretos e indiretos. Fornecimento de alimento saudável à população. E por ultimo, ajudando o país no superávit da balança comercial.

    2- A importância da manuntenção desta empresa no sentido da concorrência entre as empresas do agronegócio: a compra ou a junção da Sadia com a Perdigão é muito ruim para o agronegócio, o equilibrio entre produtores e industria ficará afetado.

    Por esses motivos é que se deveria ouvir a notícia de que o governo vai ajudar mais uma empresa séria e que ajuda o Brasil no seu desenvolvimento.