Nesta quinta-feira, Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentaram suas novas projeções de colheita de grãos no país. Os dados tiveram pequenos ajustes em relação às previsões de um mês atrás, mas, mesmo com as mudanças, a perspectiva continua a ser de colheita recorde.
Na nova edição do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, o IBGE projetou colheita de 261,4 milhões de toneladas de grãos neste ano. A estimativa é 0,6% menor (o equivalente a 1,5 milhão de toneladas) que a anterior, divulgada há um mês. A despeito do corte na projeção, a colheita deverá ser 3,2% maior que a do ano passado – e 6 milhões de toneladas superior ao recorde histórico, de 2020.
Ainda que a falta de chuvas em importantes regiões produtoras, especialmente os Estados do Sul, tenha afetado as lavouras de soja e milho segunda safra neste ano, a colheita recorde de grãos está praticamente assegurada, segundo Carlos Alfredo Barreto, pesquisador do IBGE. Mas, para ele, o aumento da oferta não deve se refletir em diminuição dos preços dos alimentos no país.
“Temos safra recorde, mas também demanda por esses produtos no mundo todo, e isso influencia o mercado” disse. Barreto lembrou que boa parte da oferta de grãos do país é exportada.
No caso de arroz e feijão, itens quase obrigatórios no prato dos brasileiros, a perspectiva é de que a produção atenda à demanda doméstica. O IBGE estima produção de 10,678 milhões de toneladas de arroz neste ano, volume 8,1% menor que o de 2021. Para o feijão, a previsão é de colheita total de 3,1 milhões de toneladas, 11,2% superior à do último ano.
Já a Conab elevou ligeiramente sua estimativa para a safra de grãos na temporada 2021/22, uma mudança ligada diretamente a perspectivas mais positivas para a oferta de milho e trigo. No total, o Brasil deverá concluir a safra com uma colheita de 272,5 milhões de toneladas de grãos, volume 6,7% maior que o da temporada anterior, de acordo com as novas projeções da estatal.
A área total de plantio de grãos no país deverá crescer 5,8%, para 73,8 milhões de hectares, segundo a Conab. A produtividade média das culturas, por sua vez, aumentará 0,9%, para 3.693 quilos por hectare.
Com a colheita de milho safrinha em andamento, a estatal elevou para 88,4 milhões de toneladas sua estimativa de produção, ou quase 500 mil toneladas a mais que a previsão de junho. Caso se confirme, o volume será 45,6% maior que o de 2020/21. A Conab também elevou sua projeção para o trigo – o aumento foi de quase 700 mil toneladas, para 9 milhões.
Para a soja, com leve ajuste para baixo, a previsão agora é de colheita de 124 milhões de toneladas. A produção será 10,2% menor que a de 2020/21, reflexo da queda de produtividade causado pelo fenômeno climático La Niña.
Fonte: Valor Econômico.