Nestes últimos tempos temos nos deparado com o aumento da velocidade de renovação do conhecimento. Este fato nos obriga a quebrar paradigmas para poder enfrentar o mercado que atuamos com sucesso.
É muito comum, a cada anúncio de aumento de salário, a preocupação que surge com o impacto de tal acontecimento nos custos e lucratividade de nossa atividade. Podemos dizer que esta preocupação, da forma como é encarada, é um grande paradigma.
A Gestão da Empresa Agropecuária é uma ferramenta muito eficiente para que o pecuarista consiga enxergar sua atividade de forma clara. Ela traduz os dados coletados em informações, fundamentais na obtenção do conhecimento necessário para a correta tomada de decisões.
Um plano de contas gerencial bem elaborado possibilita uma análise eficiente dos índices econômicos de nossa atividade.
A atividade pecuária, dentro da porteira da fazenda, utiliza mão de obra de baixo custo unitário, principalmente devido à sua baixa qualificação. Também, por suas peculiaridades, necessita um número reduzido de funcionários se comparado a outras atividades agropecuárias.
Sendo assim, as análises de impacto deste custo demonstram um peso relativamente pequeno em relação ao custo total da atividade pecuária.
Em contrapartida, sabemos que o momento ideal de venda de nossos bois para o frigorífico é na data do pagamento de salários nos grandes centros consumidores.
Temos assistido na mídia a grande importância dada às exportações de carne do Brasil e o seu peso na elaboração dos preços da @ ao produtor. Sabemos, no entanto, que elas representam no máximo 10% do total produzido.
Portanto, a grande massa consumidora de nossa produção está no Brasil e é o mercado interno, certamente, quem dita o valor de mercado e não o importador de nossa carne, como querem que acreditemos.
Existem muitas pesquisas, no Brasil, que comprovam ser a carne o item preferido de retomada de compra do consumidor a cada aumento de salário.
O início do plano real, onde houve o incentivo ao poder de compra de nossa moeda e conseqüente aumento no valor da @ recebido pelo pecuarista é um bom exemplo.
Certamente a elevação do salário mínimo contribuirá para o aumento do consumo de carne vermelha por nossa população e conseqüente elevação na procura de boi gordo pelos frigoríficos.
Portanto, nós pecuaristas, devemos quebrar este paradigma do impacto do aumento do salário mínimo nos custos e almejar o impacto dele na receita com a venda do boi provocada pela maior procura.