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SAPI: receita para atender plenamente aos consumidores

Uma das principais ferramentas para aumentar a competitividade da cadeia do agronegócio brasileiro, o Sistema Agrícola de Produção Integrada (Sapi), foi muito bem recebido pelos participantes da Conferência Internacional sobre Rastreabilidade de Alimentos, realizada semana passada em São Paulo. O Sapi reúne noções de segurança alimentar, proteção ambiental, responsabilidade social e viabilidade técnica e econômica da produção. “O Sapi é, na verdade, uma receita para transformar a cultura de produtores, agroindústrias e do mercado para atender plenamente aos consumidores, internos e externos”, diz Naka. “O sistema busca transformar a informação num fator de produção, que influencia decisões e negócios”.

O novo sistema busca disciplinar processos agronômicos e zootécnicos para garantir direitos trabalhistas, condições mínimas de higiene e saúde humana, valores sociais, controle de agrotóxicos. Além disso, busca estabelecer registro, certificação e rastreamento da produção. Tudo com parâmetros definidos pela cadeia produtiva e seguindo padrões internacionais. Um dos princípios básicos do SAPI é integrar atividades multidisciplinares, parcerias institucionais entre os setores público e privado e os agentes da cadeia produtiva. Cada um dos processos adotados deve ser identificado e caracterizado por técnicas e procedimentos regulamentados.

O objetivo do Sapi é gerar mais empregos e renda, além de expandir a produção e focar as vendas em determinados mercados consumidores de alimentos. Também busca fortalecer estratégias de atração de investimentos para gerar novos produtos e serviços com a chamada “marca Brasil”.

Todas as atividades relacionadas ao sistema têm como base a seleção das áreas mais adequadas para cada uma das atividades em cada região, unindo experiências de associativismo e cooperativismo. Nesse processo, é possível garantir a incorporação de novas tecnologias, a geração de negócios, a gestão integrada e, sobretudo, a competitividade dos empreendimentos. “Saber quais produtos o consumidor quer, aqui e lá fora, é fundamental. Assim como introduzir conceitos de denominação de origem controlada, origem protegida e indicação geográfica”, explica Naka.

O novo Sapi prevê também, alguns objetivos específicos para desenvolver três segmentos. Da base produtora, exige a adoção de boas práticas agrícolas, com incorporação de métodos, técnicas e procedimentos que respeitem o meio ambiente e a saúde humana, controle os resíduos de insumos e cumpra com a responsabilidade social da atividade. Pede ainda forte monitoramento e controle sobre fatores de risco de contaminação do solo e da água para cumprir requisitos mínimos de sanidades e higiene. Ou seja, evitar a dispersão de dejetos humanos e animais no meio ambiente. Além disso, prega controle de pragas e doenças por meio do manejo integrado, físico, químico e, sobretudo, biológico. Para completar, prevê um treinamento específico para planejar, executar e avaliar os resultados.

Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint

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