Reunidos ontem pela manhã em Chapecó, os 14 presidentes de cooperativas sócias da Cooperativa Central Oeste Catarinense (Coopercentral Aurora) aprovaram os relatórios, o balanço e as demonstrações de resultados da empresa em 2001. No ano da ascensão da carne suína brasileira ao mercado internacional, o maior empreendimento cooperativo catarinense obteve uma receita operacional bruta de R$ 775 milhões, com sobras de R$ 22,7 milhões.
Apenas parcialmente satisfeito, o vice-presidente da Aurora, José Zeferino Pedrozo, comentou que “as nossas sobras seriam muito maiores se os negócios internacionais absorvessem parcela maior da produção”. Ainda muito concentrada no mercado interno, que responde por 82,55% (R$ 639,7 milhões) das receitas, a empresa aumentou para R$ 135,2 milhões suas vendas internacionais no ano passado, ocupando espaços abertos graças à ocorrência da doença da “vaca louca” na Europa e de surtos de febre aftosa em países europeus e em países concorrentes do Brasil no mercado internacional de carne bovina, como a Argentina e o Uruguai.
As carnes suínas bancaram mais de 60% dos negócios da Aurora. No ano passado, este setor rendeu R$ 404,5 milhões no mercado interno e R$ 69,8 milhões no mercado externo – com aumento de 133% em volume (que chegou a 23,4 mil toneladas) e 209,66% em receitas. No negócio de carnes de aves, a Aurora manteve o abate anual de 74,2 milhões de frangos. Reduziu em 29% o volume físico comercializado no mercado interno (de 111 mil para 80 mil toneladas), mas o faturamento cresceu 3,2% (de R$ 151,1 milhões para R$ 156 milhões). No mercado externo, o volume físico cresceu 20% (de 21 mil toneladas para 25,2 mil toneladas) e os valores aumentaram 81,9% (de R$ 32,4 milhões para R$ 59 milhões).
Em 2001, a Coopercentral Aurora processou 32,5 mil toneladas de laranja (20% acima do ano anterior) para produzir sucos e óleos essenciais. As vendas cresceram 21,28% no mercado interno e 238,5% no mercado externo, totalizando R$ 9,4 milhões.
As demais receitas da empresa vieram da venda interna de reprodutores (R$ 41,3 milhões), rações suínas (R$ 19,9 milhões), carnes bovinas (R$ 10,9 milhões) e rações para aves (R$ 1,1 milhão). A venda de outras mercadorias e a prestação de serviços renderam R$ 2,4 milhões.
Pecuária atravessa bom momento
No ano passado, segundo José Zeferino Pedrozo, vice-presidente da Cooperativa Central Aurora e presidente da Federação da Agricultura de Santa Catarina, a pecuária brasileira cresceu 2,7%, graças principalmente ao bom desempenho da bovinocultura, da suinocultura e da avicultura, que geraram um valor bruto de R$ 36,27 bilhões. Os segmentos de carnes bovina, suína e de aves registraram incrementos de 3,3%, 8,4% e 4,8%, respectivamente. Favorecidas pelo avanço no controle sanitário dos rebanhos brasileiros e pela crise causada pela doença da “vaca louca” e pela febre aftosa nos países concorrentes, as vendas externas das três principais carnes atingiram US$ 2,7 bilhões, sendo US$ 1,35 bilhão em carne de frango, US$ 1 bilhão em carne bovina e US$ 350 milhões em carne suína.
Fonte: Gazeta Mercantil, (por Geraldo Hasse), adaptado por Equipe BeefPoint