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SC: governo não pretende vacinar contra aftosa

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) entrou na sexta-feira à noite com uma ação na Justiça Federal, em busca de uma ordem judicial para que a União inicie vacinação contra febre aftosa em Santa Catarina.

A Farsul esperava o resultado dos exames do Paraná, “mas a morosidade na resposta e a urgência” precipitaram o ingresso, explicou o presidente da entidade, Carlos Sperotto.

SC é o único estado do Brasil considerado zona livre de aftosa sem vacinação. O RS está numa categoria abaixo no registro de sanidade, que é o de zona livre com vacinação.

O governo de SC ainda não foi informado oficialmente sobre a ação, mas adianta que vai manter sua estratégia de não vacinar o rebanho e trabalhar na fiscalização para evitar a entrada do vírus no estado. Se confirmada a aftosa no Paraná, o governo catarinense também descarta a vacinação. O recurso só seria utilizado se a doença fosse registrada em SC e, mesmo assim, apenas na região contaminada.

“Não vamos perder o trabalho de 40 anos e voltar a vacinar”, disse o diretor de defesa agropecuária da Secretaria de Agricultura, Roni Barbosa.

Ele destaca que Santa Catarina está há cinco anos e meio sem o registro da doença e não vacina seu gado, enquanto rebanho de estados que vacinam tiveram aftosa, como o Rio Grande do Sul, em 2000 e 2001, e agora o Mato Grosso do Sul.

Se a Farsul tiver sucesso na sua ação judicial e o Mapa decidir vacinar o rebanho catarinense, o governo de Santa Catarina adianta que vai contestar. “O Estado deve ter garantida sua autonomia”, defendeu Barbosa.

O governo catarinense enfrenta também resistência interna. Pecuaristas da Serra e do oeste querem vacinar o rebanho. Gerson Locatelli, de Chapecó, tem 500 bovinos na engorda em confinamento. Ele apóia as barreiras na divisa com o Paraná, mas disse que ficará mais tranqüilo se puder vacinar seus bois contra aftosa.

Fonte: Diário Catarinense (por Gisele Kakuta Monteiro, com colaboração de Darci Debona), adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Louis Pascal de Geer disse:

    Hoje, considero um erro não vacinar o gado contra a febre da aftosa nas áreas livres de doença sem vacinação no Brasil. E considero esta atitude uma ameaça real para a pecuária catarinense e brasileira.

    É muito melhor ser qualificado como livre de aftosa com vacinação na realidade atual do país.

    A competência de declarar uma região ou estado livre de aftosa sem vacinação e/ou de obrigar a vacinação nestas áreas não pode ficar no nível estadual, mas sim a nível federal.