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SC não concorda com liberação de entrada de carne com osso do RS

Caiu como uma bomba entre as lideranças agropecuárias de Santa Catarina a notícia da liberação da entrada de carne com osso de outros estados.

A portaria que autoriza os 14 estados livres de aftosa com vacinação a venderem carne com osso para Santa Catarina saiu ontem (14) e deve ser publicada hoje no Diário Oficial, segundo informações da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A venda poderá ser feita a partir de amanhã (16).

O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc) e do Sindicato das Indústrias de Carne (Sindicarne), José Zeferino Pedrozo, considerou a informação como uma punhalada nas costas.

Ele avaliou que a decisão não levou em conta critérios técnicos e foi resultado da pressão política e econômica dos demais estados, que vendem cerca de 40 mil toneladas/ano para Santa Catarina.

A Faesc queria manter a importação somente de carne sem osso. Pedrozo disse que a decisão ignorou o pedido das lideranças catarinenses e pode jogar por terra um trabalho de mais de 30 anos. Atualmente Santa Catarina é o único estado brasileiro livre de aftosa sem vacinação.

A situação, que garante vantagens nas exportações, também deixa o rebanho fragilizado. Ainda mais num momento em que foi detectado um foco de aftosa no Paraguai no último sábado (12).

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O secretário da Agricultura do Estado, Moacir Sopelsa, disse que recebeu extra-oficialmente a notícia da liberação e ligou para o Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Maçao Tadano, para tentar reverter a decisão. Sopelsa disse que vai buscar defender a posição do setor produtivo e industrial, de impedir a venda ao comércio de carne com osso.

A única concessão do Estado seria a venda direta entre estabelecimentos com inspeção federal, com desossa imediata e incineração dos resíduos.

Isso porque o vírus da aftosa se aloja nos ossos. Sopelsa disse que atualmente o Estado tem 250 pessoas que trabalham 24 horas nas 39 barreiras sanitárias nas fronteiras, com um custo anual de R$ 2,2 milhões em salários.

Fonte: Diário Catarinense (por Darci Debona), adaptado por Equipe BeefPoint

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