As principais lideranças catarinenses do agronegócio não querem voltar a vacinar o rebanho do Estado contra a febre aftosa. Mesmo com o início da campanha nacional de vacinação ontem, o governo de Santa Catarina mantém a posição de não imunizar o rebanho.
O presidente da Associação Catarinense de Suínos, Wolmir de Souza, disse que é “radicalmente” contra vacinar o gado do Estado. Ele considera que o governo do Estado está tomando as medidas que considera melhor para o seu rebanho.
Para Wolmir, a volta da vacinação poderia prejudicar as exportações, já que Santa Catairna é o único Estado brasileiro livre da doença sem vacinação, o que o beneficia no comércio exterior. SC responde por 45% das exportações de carne suína e 29% do frango embarcados de janeiro a setembro de 2005.
“Não tem sentido voltar a vacinar”, afirmou o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de SC e vice-presidente da Perdigão, Paulo Ernani de Oliveira. Para o empresário, a vacinação não garantiria a imunidade ao vírus em curto prazo de tempo e só causaria desconfiança nos mercados externos.
Na avaliação do vice-presidente da Perdigão, a condição sanitária de Santa Catarina beneficia todo o país quando ocorrem focos em outros estados. No ano passado, quando ocorreu focos na Amazônia e no Pará, durante alguns meses somente Santa Catarina exportou.
Faesc estranha o radicalismo do RS
A Federação da Agricultura de Santa Catarina estranhou a atitude da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, que entrou na Justiça para obrigar Santa Catarinos catarinenses a vacinarem o seu rebanho.
O médico veterinário da Cooperativa Regional Alfa, Antônio Zanini, defende que agora não é o momento de discutir vacinação em Santa Catarina. Ele relembrou que a decisão de não vacinar ocorreu há cinco anos e não haveria uma imunização satisfatória a curto prazo. Zanini ressaltou que o Mato Grosso do Sul estava vacinando e teve focos.
O secretário de Agricultura catarinense, Moacir Sopelsa, disse que os demais estados devem tentar imitar SC e não o contrário.
Fonte: Diário Catarinense (por Darci Debona), adaptado por Equipe BeefPoint