A atual seca que acomete a Austrália, mesmo com a trégua ocorrida no outono, deverá gerar impacto na produtividade da indústria de carne bovina e ovina por até cinco anos, de acordo com previsões divulgadas pelo Meat and Livestock Australia (MLA).
Na divulgação das Projeções para a Indústria de Bovinos e Ovinos da Austrália em 2003, o chefe de análise de mercado do MLA, Peter Weeks, disse que a produção de carne bovina e ovina cairá de 4-14% neste ano e a produtividade poderá não se recuperar totalmente das vendas forçadas de animais devido à seca até o ano de 2007.
“As exportações e o consumo doméstico deverão ambos cair neste ano devido às restrições de oferta. A venda forçada dos estoques, a baixa produtividade do rebanho e as mortes deverão deixar o rebanho bovino australianos 2,5 milhões de cabeças ou 7% menor, e o de ovinos, 8% menor ou 8 milhões de cabeças a menos”.
A previsão é que, nos próximos anos, a produção de carne bovina na Austrália será 18% menor do que os níveis sem a seca, como resultado da recomposição dos rebanhos por parte dos produtores após a seca. Com uma menor produção, as exportações de carne bovina deverão se reduzir em 5% neste ano, para 875 mil toneladas.
Entretanto, o impacto dos problemas de oferta e a valorização do dólar australiano deverão ser minimizados pelo fortalecimento da demanda de exportação de carne bovina, direcionada pela recuperação na demanda do Japão, um futuro crescimento na demanda da Coréia e de outras regiões da Ásia, e um relaxamento na competição com os Estados Unidos.
As exportações de bovinos vivos deverão ser menores em 2003, mas limitada à uma redução de apenas 2%, caindo para 915 mil cabeças, com uma demanda muito forte da Indonésia e uma oferta predominante nas áreas do norte da Austrália, não afetadas pela seca.
As previsões para os produtores de bovinos e de carne bovina em médio prazo são favoráveis graças à forte demanda na Ásia, aos altos preços dos EUA e à redução da oferta global de carne bovina.
“Com o aumento da demanda da Ásia e com a menor oferta dos EUA e da Austrália, a previsão é que os preços dos bovinos e da carne bovina permaneçam fundamentalmente bons apesar da alta do dólar, pelo menos até o período do meio para o fim desta década”.
Supondo que ocorra uma trégua da seca na Austrália em 2003, o rebanho do país está projetado para ser reconstruído para quase 30 milhões de cabeças até 2007, permitindo um renovado crescimento na produção de carne bovina a partir de 2005.
“As exportações de carne bovina deverão retomar o crescimento em 2005 e o aumento da demanda, a melhora da qualidade e do marketing e um certo abrandamento nos preços da carne bovina no varejo deverão permitir uma recuperação do uso da carne bovina no mercado doméstico em médio prazo”.
Fonte: MeatNews.com, adaptado por Equipe BeefPoint