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Seca força vendas, escalas alongam e boi gordo tem semana de baixa

A semana começou com forte pressão sobre os preços da arroba, comprando quantidades melhores e conseguindo alongar as escalas, os frigoríficos forçaram recuos nos preços pagos pelo boi gordo. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 77,92/@, registrando uma queda de 1,09% na semana. O indicador a prazo teve desvalorização de 1,22%, sendo cotado nesta quinta-feira a R$ 78,78/@.

A semana começou com forte pressão sobre os preços da arroba, comprando quantidades melhores e conseguindo alongar as escalas, os frigoríficos forçaram recuos nos preços pagos pelo boi gordo. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 77,92/@, registrando uma queda de 1,09% na semana. O indicador a prazo teve desvalorização de 1,22%, sendo cotado nesta quinta-feira a R$ 78,78/@.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Depois de sair do patamar de R$ 1,60 para R$ 2,40 em 40 dias e de colocar diversas empresas em dificuldades financeiras, a cotação da moeda americana começa agora a causar preocupação pela razão inversa: a forte tendência de desvalorização.

O dólar registrou forte recuo, acumulando variação negativa de 3,67%. Na quinta-feira (07/05) a moeda americana valia R$ 2,0976/@, valor mais baixo desde 14 de outubro do ano passado.

Os mercados de carnes, sobretudo de frango e de bovinos, não estão sentindo os efeitos da desvalorização do dólar, sobretudo porque iniciou nos últimos dias uma elevação dos preços das carnes, tanto no mercado interno quanto no externo. “Ainda, como os contratos não vêm sendo feitos para entrega muito futura, não está havendo necessidade de renegociação”, diz Ivanir Rocha, trading Meat Center. Ele informa que os preços estão sendo reajustados bem além dessa desvalorização da moeda americana.

As exportações de carne bovina in natura atingiram US$ 247,7 milhões, com o embarque de 85.100 toneladas vendidas ao exterior. Este resultado é 6% maior que a receita de março e 3,61% superior que o volume registrado no mês anterior, evidenciando que as exportações estão se recuperando lentamente.

Tabela 1. Exportações brasileiras de carne bovina in natura

Mercado futuro

Os negócios na BM&FBovespa permaneceram retraídos em abril. Na opinião de analistas, a baixa liquidez ainda é provocada pela aversão ao risco nos mercados de renda variável. Com a instabilidade do mercado e do câmbio, muitos investidores preferiram apostar nos mercados de renda fixa. Por esse motivo, os contratos agrícolas futuros e de opções recuaram 38,6% em na comparação com abril do ano passado.

Os contratos de opções e futuros do boi gordo, que apresentaram o maior volume de negócios no ano passado, fecharam em abril desde ano com queda de 47,5%, com 62,1 mil papéis. A receita atingiu R$ 1,47 bilhão, queda de 52,9%.

Os contratos de boi gordo da BM&FBovespa apresentaram retração na semana. Com exceção dos contratos que vencem em agosto/09 e setembro/09, que acumularam, respectivamente, R$ 0,40 e R$ 0,20 desvalorização, todos registraram baixas. O primeiro vencimento, maio/09 – no momento o contrato com maior liquidez -, fechou a R$ 77,20/@, no pregão da última quinta-feira, acumulando variação negativa de R$ 0,54. Outubro/09 fechou a R$ 84,75/@, permanecendo praticamente estável com recuo de R$ 0,01.

Mercado físico

A falta de chuvas tem feito os pastos secarem na maioria das regiões dando força às pressões baixistas. Os compradores conseguiram alongar suas escalas que em geral já atendem a próxima semana. Como era esperado, seca chegou com maior intensidade e com ela o pico da safra, e o mercado se mostra pouco sustentado no momento. Resta saber se essa oferta irá se manter ou é apenas pontual e logo o mercado voltará a se firmar.

Apesar dos recuos consecutivos dos últimos dias, hoje o mercado se mostrou pouco movimentado, com poucos negócios efetivados nos patamares mais baixos propostos pelos frigoríficos.

Como está o mercado do boi gordo, vaca gorda e reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados? Por favor utilize o box de “cartas do leitor” ou clique aqui e acesse nosso formulário para troca de informações sobre o mercado.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo

Manoel Torres Filho, leitor do BeefPoint de Tupi Paulista/SP, nos enviou o seguinte comentário, “o mercado do boi gordo, está cada vez mais frouxo, essa semana a @ estava cotada, na região, R$ 75,00 à vista e livre de imposto, a vaca a R$69,00 nas mesmas condições. A explicação dos compradores dos frigoríficos é que com a estiagem aqui na região a oferta de gado gordo é grande, as escalas que estavam com 3 dias estão com 5-6 dias. Ontem voltou a chover na região, mas já é tarde. O pasto já secou, estamos entrando na seca e as pastagens não vão se recuperar”.

O leitor do BeefPoint, Guilherme Figueiredo de Andrade Urbano, informa que em Passa Tempo/MG, a arroba do boi gordo é negociada a R$ 70,00, para pagamento à vista.

A reposição também apresentou baixa neste semana. O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 628,85/cabeça, queda de 1,84% no período. Em relação ao mesmo período de abril o recuo acumulado chega a 2,87%.

Apesar do boi gordo também ter apresentado desvalorização, a queda no preço do bezerro foi maior e a relação de troca melhorou, subindo para 1:2,04. Mesmo assim a melhora foi muito sensível – essa relação ainda está abaixo da média dos últimos 12 meses que é 1:2,08 – e muitos pecuaristas tem reclamado que não estão conseguindo fazer a reposição que necessitam.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista x relação de troca da reposição (boi gordo de 16,5@ por bezerros)

Em seu comentário Manoel Torres Filho informa que na região de Tupi Paulista, o preço do gado de reposição continua firme e existem indícios de alta, o bezerro já foi vendido a R$ 700,00 e a bezerra a R$ 500,00.

Marcos Martins Goulart, informou que em Santa Terezinha de Goiás/GO, o bezerro desmamado é cotado a R$ 700,00. Já bezerros mais fracos são negociados a R$ 600,00.

Também de Goiás, Rubens Laboissiere Loyola, nos enviou o seguinte comentário, “em negócio fechado há 15 dias, com pagamento à vista, os animais saíram por R$ 600,00, bezerros com 6 meses de idade. Pelas informações obtidas, bezerros de 8 a 10 meses alcançam de R$620,00 a R$ 650,00”.

Independência

O frigorífico Independência entregou a documentação necessária para o pedido de recuperação judicial e na quarta-feira organizou uma conferência para explica sua situação financeira aos pecuaristas credores e garantiu que nos próximos 60 dias irá apresentar um plano para quitação de todos os débitos. Leia mais.

Marfrig e Bertin

Na terça-feira (05/05), começou a correr no mercado a notícia de que os dois grupos estavam conversando sobre uma possível fusão. As duas empresas negaram tal intenção.

A Marfrig Alimentos emitiu um comunicado pouco esclarecedor dizendo que “conversa com participantes de sua indústria e outros agentes de mercado sobre potenciais boas oportunidades de negócio, inclusive com a Bertin S.A” e que “não existe qualquer acordo fora do curso comercial normal de negócios firmado entre a Marfrig e a Bertin S.A. ou qualquer outra empresa do setor de alimentos”.

O comunicado, uma resposta à reportagem do Valor informando sobre conversações entre as duas empresas para possível fusão, não explica o que seriam “boas oportunidades de negócio” nem o que seria “curso comercial normal de negócios”.

Grãos

Se descontarmos os efeitos da seca poderíamos ter a melhor safra”, disse o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, referindo-se à estiagem da região Sul, que contribuiu para redução da estimativa de produção de grãos. Ainda assim segue como a segunda melhor safra da história. A declaração foi feita durante o 8º levantamento da safra de grãos 2008/2009, nesta quinta-feira (7), em Brasília.

O estudo realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) calcula que a colheita seja 0,7% menor que a do mês de abril de 2008, caindo de 137,57 para 136,59 milhões de toneladas.

A estiagem da região Sul causou redução dos números, principalmente para o milho segunda safra, a cultura mais atingida. As maiores quebras estão em Mato Grosso e, principalmente, no Paraná. A estimativa para a safrinha é de 17,41 milhões de toneladas, sendo 624 mil toneladas a menos em relação a abril. A soja teve redução de 518,10 mil toneladas, também provocada pela estiagem. O Brasil deve colher 57,62 milhões de toneladas de soja na safra 2008/2009.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, está bastante animado com o desempenho da agropecuária brasileira e disse que já há sinais de recuperação do setor agrícola dentro do quadro de crise mundial. Um desses sinais, citou o ministro durante seminário de 10 anos da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), é o resultado das exportações do primeiro quadrimestre do ano. “De oito itens com melhor desempenho (na pauta exportadora), sete são agrícolas, o que significa que o setor precisa ter maior participação (nas decisões de governo)”, disse o ministro.

Stephanes também citou como positivo o fato de o crédito externo para agricultura começar a se recuperar. “Conversei com especialistas que estão constatando essa melhora do crédito”, disse.

O ministro contou ainda que tem participado de muitas feiras agropecuárias no País e que o mais importante é que “ninguém fala em crise nesses eventos”. “É um sinal bom. A agricultura continua plantando e colhendo”, disse.

Apesar dos bons sinais, Stephanes ressaltou que há muitos desafios pela frente. O principal deles, destacou, é fazer com que as decisões tomadas cheguem na ponta. “Falta agilidade, rapidez”, disse o ministro.

0 Comments

  1. Eduardo Gonçalves Dias Neto disse:

    O plantio de eucaliptos na Regiaõ sul,diminuiu muito a nossa agricultura do seco.E imflacionou muito as nossas terras.O nosso índice pluviométrico se reduziu bastante,por aqui.As empresas de plantio pararam.Reduziu o espaço fisico,para o desenvolvimento da criaçaõ de gado.

  2. Eduardo Gonçalves Dias Neto disse:

    O nosso gado Europeu,esta pouco valorizado.Precisamos de crédito para fazermos rastreabilidade.Pastagens etc.O mercado está cada vez mais exigente,com a qualidade.