O fornecimento de bovinos necessários para produzir os hambúrgueres de carne bovina magra usados pela maior rede de restaurantes do mundo, o McDonald’s, poderá ser reduzido por algum tempo devido à seca ocorrida no oeste dos Estados Unidos, segundo anunciado por um oficial do McDonald’s. Quando a seca terminar, a expectativa da companhia é que a redução do fornecimento de carne continue e esta carência poderá ter grandes implicações para a Nova Zelândia, que exporta 70% de sua carne bovina à América do Norte, sendo que a maioria desta carne neozelandesa é apropriada para a fabricação de hambúrgueres.
“Este é um grande problema para o McDonald’s porque, quando a reconstrução dos rebanhos começar (depois da seca), os produtores vão colocar as vacas para a criação de bezerros. Isso tornará a situação da carência de produtos dramaticamente pior”, disse o diretor sênior de alimentos e empacotamento nos EUA do McDonald’s, John Hayes, em uma convenção da Associação Nacional dos Produtores de Carne dos EUA (NCBA), ocorrida em Reno.
Nesta primavera, o McDonald’s dos EUA começou importar uma pequena quantidade de carne bovina magra da Austrália e da Nova Zelândia devido à redução no fornecimento deste produto no país. Esta notícia, inicialmente causou desagrado entre os membros do NCBA, o maior grupo de produtores de carne do país, mas, em uma sessão da entidade ocorrida na quarta-feira, muitos participantes da convenção parecem ter entendido que a indústria não está produzindo o suficiente de cortes de carne bovina magra, ou trimmings, a partir de seus rebanhos.
“Nós não temos vacas no mercado que produzem carne magra”, disse o presidente do NCBA, Wythe Willey. “Nós reconhecemos que o McDonald’s precisa continuar trabalhando e comprar alguns outros produtos. Eles estão fazendo isso (importando) com uma capacidade limitada. Isso não resultará em um aumento geral das importações de carne da Austrália e da Nova Zelândia”.
A escassez de carne magra nos EUA coincide com o aumento da oferta deste produto na Nova Zelândia, onde os bovinos machos estão sendo menos requeridos devido ao boom ocorrido naquele país na indústria de lácteos. Grande parte da carne bovina produzida nos EUA é proveniente da criação de novilhos e novilhas, que é utilizada no processamento de steaks e roasts, ao invés de hambúrgueres.
As previsões são de que, neste ano, os EUA abatam cerca de 5,3 milhões de cabeças, o que alguns analistas do setor disseram que será o nível mais baixo desde 1970. O McDonald’s compra cerca de 453,59 milhões de quilos de carne bovina por ano para seus 13,4 mil restaurantes e começou em abril a utilizar pequena quantidade de carne importada da Austrália e da Nova Zelândia em cerca de 400 restaurantes no sudeste dos EUA.
Esta medida do McDonald’s não deverá aumentar as preocupações com relação à segurança dos alimentos uma vez que a carne bovina importada será proveniente da Austrália e da Nova Zelândia, países que regularmente enviam carne aos EUA. Os dois países são livres de febre aftosa e de encefalopatia espongiforme bovina (EEB).
Fonte: Stuff.co.nz, adaptado por Equipe BeefPoint