O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) avalia que o Brasil precisa provar que é capaz de exportar carne bovina livre do vermífugo ivermectina para que o comércio de carne processada seja retomado. "Foi um problema sistêmico no Brasil", disse Al Almanza, administrador do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do USDA. Almanza afirmou que o Brasil ainda não apresentou os papéis necessários para se comprometer que evitará contaminações no futuro.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) avalia que o Brasil precisa provar que é capaz de exportar carne bovina livre do vermífugo ivermectina para que o comércio de carne processada seja retomado. “Foi um problema sistêmico no Brasil”, disse Al Almanza, administrador do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do USDA.
Almanza afirmou que o Brasil ainda não apresentou os papéis necessários para se comprometer que evitará contaminações no futuro. Recentemente, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse que o Brasil pretende retomar os embarques em breve, talvez em um mês. Mas autoridades do USDA declararam que ainda há uma série procedimentos que só podem ser realizados com os documentos do Brasil. O porta-voz do USDA Brian Mabry avisou que ainda é muito cedo para dizer quanto tempo o processo todo levaria.
Inspetores americanos encontraram a droga em produtos de carne bovina processada brasileira no mês de maio. A descoberta estimulou o USDA a testar mais produtos do Brasil e, em junho, os Estados Unidos anunciaram ter identificado o medicamento em novas amostras. O USDA solicitou recalls dos produtos importados um deles conduzido pela companhia de importação Samco, subsidiária do frigorífico brasileiro JBS, o maior produtor mundial de carne bovina. Em seguida, o Brasil suspendeu voluntariamente as exportações de carne processada para os Estados Unidos.
Almanza declarou que, se o Brasil não tivesse interrompido as exportações voluntariamente, o USDA teria de fazê-lo. Toda a carne processada contaminada com ivermectina e que passou por recall teve origem em instalações brasileiras. Mas dados enviados do Brasil aos Estados Unidos mostraram que níveis do vermífugo considerados inaceitáveis foram identificados em muitas fábricas que embarcam produtos aos Estados Unidos.
Um porta-voz do USDA recordou que os americanos toleram 10 partes por bilhão de ivermectina, mas a contaminação da carne importada do Brasil era 65 vezes maior do que isso, com até 651 partes por bilhão. Embora não haja evidências de que a contaminação seja nociva aos consumidores – a droga pode até ser usada diretamente por seres humanos – “o USDA é diligente ao evitar resíduos indesejados na carne”, de acordo com Almanza.
As informações são da Dow Jones, publicadas pela Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Gostaria que algum internauta com mais conhecimentos sobre o assunto explique o que de fato esta ocorrendo. As notícias sobre o assunto não fazem muito sentido para mim.
Eu pessoalmente toma ivermetina para combater carrapatos que infestam pastagens ou cavalos com quem tenho contato. É um principio ativo presente em medicamentos para uso animal e humano. Que saiba não é prejudicial a saude.
Além disto não é usual vermifugar animais gordos, prontos para o abate, pois o retorno econômico não é bom.
Mas uma coisa que sei é que uma única lata de carne bovina processada é composta por retalhos orinudos de diversos animais, complicando a rastreabilidade do processo.
Porém, ignorando estes fatos e considerando que níveis elevados de resíduos não são desejáveis e que queremos retomar as exportações para os USA, o que exatamente esta impedindo que isto ocorra?
O que queria entender é quais são os procedimentos de controle adotados aqui e pelos USA. Qual é o critério de amostragem, quais são os exames feitos e qual o nível de resíduo tolerado. Afinal se adotarmos procedimentos distintos jamais chegaremos ao mesmo resultado.
Att,
José Ricardo,
Meu colega Anderson Lima, que vem acompanhando as ações relacionadas as Ivermectinas, me encaminhou o resumo abaixo como informações preliminares:
“ O MAPA emitiu um protocolo de amostragem/análise (Ofício Circular 21-2010)
Os trabalhos visam fornecer produtos cárneos para os USA respeitando a legislação do país (máx. 10ppb de Ivermectina em produtos cárneos; além das outras avermectinas – Dora, aba, ema, epri…)
A Eurofins é laboratório de referencia do MAPA para realizar essas análises (métodos validados para fígado, músculo e tecido adiposo).”
Atenciosamente
Prezado Leandro dos Reis Sanches Pires,
Obrigado pela ajuda.
Tentei encontrar o Ofício mencionado no site do MAPA mas não tive sucesso.
O primeiro ponto que queria entender melhor é o critério de amostragem.
O segundo é o conjunto de testes aplicados e a qualidade dos mesmos (padrão do laboratório).
Na verdade a adoção de amostragem é uma forma de gerenciamento de riscos. Não de eliminação absoluta de riscos. E tanto é assim que os USA detectaram recentemente problemas de resíduos em carne oriunda de animais de produtores americanos que não foram pegas pela inspeção de abate.
Entendo que o MAPA tenha solicitado auto-suspensão das exportações para averiguar o caso. E eventualmente promover ajustes no processo.
Mas o USA deveria na sequência auditar o processo brasileiro para averiguar se os critérios adotados, de amostragem e testes, são os mesmos e se de fato estão sendo seguidos.
Tudo pode estar sendo feito adequadamente e ainda assim um lote de animais com nível de resíduos superior ao tolerado não ter sido detectado. Como aconteceu por lá também
Para risco zero o único caminho é realizar testes na carne oriunda de todos os animais…e isto pode implicar em custos adicionais significativos para os USA e para nós….será que faz sentido?
Att,