Com tanto dinheiro investido na compra de animais de elite, nada mais natural que se busquem todos os meios de preservá-lo. No setor animal os bovinos premiados também só deixam as fazendas se estiverem devidamente segurados.
Há cinco anos no mercado de seguros de animais, o veterinário paulista Joaquim César Neto conhece bem o setor. Tanto que há cerca de um ano auxiliou a implantação do ramo animal da Seguradora Brasileira Rural, de capital suíço, norte-americano e brasileiro. Nesse pouco tempo, ele, que é gerente de produto, e a equipe conquistaram 35% do mercado nacional, que hoje movimenta, segundo Neto, R$ 5 milhões por ano.
”É um mercado que cresce tanto porque acompanha o crescimento do agronegócio, como também porque muitos produtores ainda não sabem que esse tipo de seguro existe”, explica Neto.
”E é viável”, completa o veterinário Gustavo Ferreira Colombo, responsável por inspeções periódicas em animais no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. O preço do seguro fica entre 3% a 4% do valor total do animal.
Com uma cartela de clientes que seguram seus animais que custam entre R$ 50 a R$ 500 mil, a Brasileira Rural já está pensando em números maiores. No caso, fechar contratos com rebanhos inteiros. ”Considerando que o rebanho nacional tem cerca de 180 milhões de cabeças, se conseguirmos conquistar 1% disso já será muita coisa”, planeja o gerente de produto. As pesquisas, de acordo com Neto, já foram realizadas e este tipo de seguro já pode ser inserido na Cédula do Produtor Rural (CPR).
Segurados
Bovinos, eqüinos e ovinos estão entre os campeões em números de seguros no país. De acordo com o segurador paulista, as regiões sul e sudeste são as que mais investem em seguros de animais. No topo do ranking, está a raça nelore.
”O investimento o produtor faz quando compra o animal. O seguro serve para preservar o patrimônio”, explica. Além de indenizações no caso de morte, alguns planos também têm reembolso para certos atendimentos veterinários como cirurgias. O pioneirismo brasileiro e que ainda não tem igual no mundo é o seguro para prenhez e também do produto ao pé.
O seguro também induz tecnologia, já que os profissionais percebem, por exemplo, se a alimentação pode ser melhorada. Mas isso é passado para a seguradora, que depois passa para o produtor. Nunca de veterinário para produtor”, explica o segurador.
”É uma tranqüilidade poder viajar para longe com animais segurados”, confessa o criador Francisco Jales Neto, de São José de Rio Preto.
Para o leiloeiro Paulo Horto, da Programa Leilões, os números de animais segurados que participam dos leilões organizados por sua empresa ficam entre ”10% e 12% no máximo”. ”Mas a partir de 2002 tivemos um crescimento maior, sendo que no ano passado, aumentaram em 50%”, completa. ”O marketing das seguradoras ainda está muito fraco porque essa modalidade ainda é muito nova”, avalia.
Fonte: Folha de Londrina/PR (por Karla Matida), adaptado por Equipe BeefPoint