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Selecionar o quê? DEPs ou produção?

Por José da Rocha Cavalcanti1

Exaltação de programa de melhoramento exige reflexão profunda

Estamos vivendo um momento de exaltação dos Programas (de melhoramento) de Publicação das DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie). Os animais, para serem reprodutores, não precisam pertencer a uma determinada raça, não precisam do histórico reprodutivo ou de desempenho – o que não pode faltar é a DEP.

Em todos os sumários há a definição clássica do que seja a DEP: se o touro A tem uma DEP +10 para peso à desmama e o touro B, -10, isso significa que os filhos do touro A serão, na média, 20 kg mais pesados na desmama do que os filhos do touro B.

Quem se candidata a pôr a mão no fogo para garantir que isso não é uma heresia científica?

Com a popularização do computador e os programas livres disponíveis na internet, qualquer pessoa bem intencionada pode obter as DEPs de seus animais. E daí? Será que a DEP vai aumentar a minha produção? Alguém já perguntou ao vendedor de touro ou sêmen com DEP, qual o valor da indenização caso isso não aconteça?

Não estou querendo dizer que a DEP é uma mentira, muito menos que é inútil. Mas não podemos aceitá-la da maneira como está sendo comercializada.

Precisamos ir mais fundo, questionar a maneira como está sendo calculada. A transparência de como os dados estão sendo manipulados. Em que nível de cientificidade ou superficialidade ela está sendo elaborada? Que conjugações dos modelos estão na composição das avaliações? Que cuidados estão sendo tomados para que determinados touros não estejam com suas informações viesadas. Quais os critérios que estão sendo utilizados na definição de grupos contemporâneos? Que fatores estão corrigindo diferenças ambientais? Qual o grau de conscientização do pessoal de campo, quanto à responsabilidade zootécnica, na coleta das informações, que serão enviadas e demandarão horas e mais horas de computação para comporem um banco de dados confiável? E os técnicos que estão no laboratório de informática – já tiveram algum contato com currais e animais?

Não é difícil se manter o “status quo” de determinados touros nos diversos sumários, para que, não havendo discordância grave, se mantenha a credibilidade. Como também, torna-se confortável seguir a “cartilha”, usar nos acasalamentos os touros que produzem “DEPs” nas suas progênies e “lavar as mãos” da responsabilidade de que genética você está passando para o seu cliente.

Há maneiras de se calcular a DEP até para o berro do boi, através da quantificação dos decibéis de cada um, mas e daí? Para quem, e que, estará servindo essa quantidade de DEPs (pesos aos 120, 240, 420 dias, ganhos pré e pós-desmame, IPP, MPG, DPA, PE365, PE455…….)?

Qual delas vai proporcionar a produtividade que atenda a nossa expectativa?

Precisamos selecionar animais que sejam eficientes em produção de carne em sistemas compatíveis com nossas realidades, isto é, que proporcionem uma maior renda líquida para o produtor.

O foco deve estar nas características de relevância econômica e todo esforço deve estar dirigido na elaboração da DEP que reflita animais mais produtivos em seus diferentes sistemas de produção, direcionados para os seus distintos mercados.

Comercialização de genética requer responsabilidade de todos envolvidos ou estaremos contribuindo para um crime de lesa-pátria.

______________________________
1José da Rocha Cavalcanti é agrônomo e selecionador do Nelore Irca em São Miguel do Araguaia, GO

Artigo publicado originalmente na Edição 2004 do Anuário DBO Genética.

0 Comments

  1. Cintia Righetti Marcondes disse:

    Muito interessante a reflexão proposta pelo Sr. Jose Cavalcanti.

    Como geneticista, venho insistindo para que (e me incluo nisso!) nossos criadores sejam realmente orientados sobre melhoramento animal e seus reflexos no sistema produtivo, principalmente enfatizando a lucratividade das empresas rurais.

    Não quero aqui dizer que o autor não possui conhecimento sobre o assunto, mas sim ressaltar que as DEPs não são “feitas”, que há um trabalho muito serio realizado pelos varios grupos existentes no Brasil (eu mesma ja fiz parte de alguns e posso afirmar isso) e ressalto que há, isso sim, um deficit na transmissão (na linguagem adequada aos tecnicos de campo, funcionarios das fazendas, criadores) de como usar as DEPs e quais são seus resultados.

    Um abraço, assumindo a mea culpa…

  2. Bernardo Pötter disse:

    Parece que o caro colega está um pouco desinformado. Todos os programas de avaliação são dentro de raças, e a própria DEP é um histórico do desempenho do animal, que só chegou até ali por ter desempenho. A DEP não garante nada, é apenas uma medida do potencial genético relativo dentro da população em avaliação, não significa que a progênie do touro vá ter determinadoo ganho ou peso. Tem potencial para tal, depende da alimentacao, ambiente etc.

    Quanto aos cuidados com a coleta de dados, cabe ao produtor se informar se o programa em questão é idôneo, sério etc. O conceito de grupo contemporâneo é universal, basta ler! Correções para efeitos ambientais são para os efeitos conhecidos, e os fatores de ajuste estão à disposição de todos nos sumários, basta ler! E todos os programas deixam claro que deve-se comprar touros ou sêmen de animais avaliados em ambientes semelhantes ao que o touro ou progênie do touro irá produzir. Parece que o colega não anda se informando.

  3. Rui da Silva Verneque disse:

    Segundo especialistas no assunto, a acurácia das DEPs depende da quantidade e da qualidade dos dados usados na avaliação genética, da metodologia e do modelo estatístico usado. Ao meu ver, os procedimentos recomendados para se obterem DEPs precisas estão sendo adotados pelos técnicos.

    O problema é que muitas vezes existem fatores que fogem ao controle dos técnicos o que dificulta realizar o trabalho da forma mais adequada. Precisamos, todos, avaliar ou discutir melhor o assunto com a maior responsabilidade possível, uma vez que não se “produz” DEPs mais procura-se prever o desempenho genético esperado do animal, removidos os efeitos de origem não genética.

    Rui da Silva Verneque
    Pesquisador da Embrapa Gado de Leite

  4. Rosana Maria Oliveira Nunes disse:

    Como zootecnista e produtora posso afirmar.

    Ao selecionar DEPs você esta selecionando produção, a prova disso está aqui mesmo em São Miguel do Araguaia, em três grandes fazendas que trabalham com seleção de touros a campo. Na nossa mesmo, Fazenda Baixada Verde, trabalhamos com seleção de Nelore Mocho. Meu pai começou seu trabalho de seleção em 1978, há dois anos contratamos os trabalhos do PMGRN e os resultados são claros, esta tudo quantificado com pesagens de três em três meses, pesagem da matriz na desmama, perímetro escrotal a partir dos nove meses, novilha precoce e super precoce…

    Resumindo, nos estamos muito satisfeitos com as DEP’s. Nossos funcionários são treinados e sabem a importância dela, e já existem muitos clientes nosso que compram pela avaliação genética do animal.

    Rosana Maria Oliveira Nunes, Zootecnista Responsável pela Fazenda Baixada Verde, São Miguel do Araguaia

    José Nunes de Oliveira, trabalhando em prol do melhoramento genético a mais de 25 anos, selecionador de Nelore Mocho, proprietário da Fazenda Baixada Verde no município de São Miguel do Araguaia.

  5. Luiz Alberto Fries disse:

    Para entender bem o ponto de vista do Dr. José é necessário conhecer um pouco sobre onde ele se situa na área de melhoramento genético animal.

    O gado Nelore IRCA começou a ser construído em 1916 e, durante as várias gerações de selecionadores foi se cristalizadando e reforçando o conceito que buscar animais de lucro máximo, custo mínimo e de liquidez permanente para produção em pastos tropicais. Vale a pena a visita a São Miguel do Araguaia para conhecer um outro tipo de Nelore.

    O Dr. José é uma das pessoas que mais participa de congressos no Brasil e no exterior (diretamente ou através dos seus filhos) e está muito atualizado sobre os nossos temas. Eu me orgulho de ter acesso a valiosa biblioteca da família.

    Ele participou de vários programas de melhoramento genético e sempre encontrou, no mínimo, um mesmo problema: as DEPs refletem apenas efeitos aditivos. Como seu rebanho é bastante endogâmico, seus animais dão resultados muito melhor fora do IRCA do que lá dentro; e o reverso ocorre quando ele introduz algum material que ele julgue destacado, de fora (ele sempre mantem a porta “um pouco” aberta), no seu rebanho.

    Foram feitas algumas análises nos dados da ABCZ (publicadas no 7WCGALP) e se encontraram efeitos diretos e maternos de dominância e epistasia significativos e relevantes sobre o ganho de peso pré-desmama.

    Quer dizer, para o rebanho IRCA, o modelo aditivo (em qualquer das suas possíveis implementações) que usamos não é uma aproximação suficientemente boa quando tentamos incluir o rebanho IRCA como um outro rebanho qualquer da raça Nelore participante de um determinado programa de melhoramento. Precisamos aguardar o desenvolvimento teórico sobre geração de matrizes de var-cov de efeitos de dominância e de epistasia; de boas estimativas destes efeitos e destes componentes de var-cov; e depois, de implementações computacionalmente possíveis/realizáveis.

    No momento, o melhor que se pode fazer é calcular DEPs para seus animais dentro do seu rebanho mas, mesmo assim, não se consegue contemplar efeitos de dominância/heterose.

    Independemente desta situação particular, o alerta dado pelo Dr. José é muito válido em termos de chamar a atenção de que o que de fato importa são os rumos ou os critérios de seleção.

    Estou de pleno acordo com o Dr. José de que não interessa se usamos um modelo animal completo ou desvios da média do grupo contemporâneo; não faz diferença se os dados são processados num SuperCray do Colorado, num ambiente unix ou num lentium doméstico – o que de fato importa é dar uma direção correta e adequada (definida pela conjunto de características selecionadas e pelo índice) ao programa.

    Infelizmente, muitos colegas do Dr. José e locutores de melhoramento falam em “Meu/Tal touro tem a DEP!” como se isto quizesse dizer alguma coisa.

    Por provocar uma reflexão sobre o que estamos (nós todos, criadores e técnicos) fazendo, parabenizo o Dr. José pelo seu artigo.

  6. Roberto A. S. Doria disse:

    Caro Cavalcanti.

    Parabéns pela iniciativa. Precisamos pensar e discutir esse tema.

    Me parece lógico que, quando se começa um programa de melhoramento, teremos resultados, seja através de DEPs, seja pelo simples fato de passarmos a controlar, comparar dados e descartar animais abaixo dos critérios pré-determinados.

    Abraços,

  7. Luiz F. A. Marques disse:

    O articulista Sr. José Cavalcanti demonstra preocupação e conhecimento do assunto, quando exalta a necessidade de obtermos DEP de características com relevancia econômica: mas na prática o usuário é quem deve conhecer a realidade do seu mercado para decidir pelo uso da DEP.

    Se em alguns casos, a medida não é confiável (baixa acurácia ou grupos de contemporâneos inadequados), em muitos outros, a DEP encontra-se como um benefício necessário ao selecionador para minimizar os desvios de natureza quantitativa que ocorrem no processo de seleção.

    Nem sempre será infalível. Mas só deveria ser usada na direção relevante.

  8. José Roberto Puoli disse:

    Caro Sr.José,

    Bom dia,
    Meu nome é José Roberto Puoli, algumas pessoas me conhcem pelo apelido de faculdade, que é Limão.

    É interessante como os ditados populares são bem aplicáveis no dia-a-dia nosso. p.e. Toda estória tem duas versões. A semana passada e ouvi o seguinte comentário:”Vocês viram o artigo do fulano metendo o pau em DEP’s. Ele disse que estes números não servem para nada”. Bem, ouvi o comentário desta maneira e pensei com os meu botões, este tal fulano deve estar bem por fora do que está acontecendo por aí. Mas, tudo bem, principalmente porque me disseram que ele era nelorista, então o preconceito já falou alto e deixei por isso mesmo.

    Como fiquei alguns dias longe do computador, liguei o meu hoje para dar uma olhada nas notícias , para minha grata surpresa, lá estava o seu artigo. Como um bom devoto da imparcialidade, decidi que deveria ler o artigo e tirar minhas próprias conclusões.

    Confesso que quando comecei a lê-lo, fiquei meio impressionado. Talvez, esta sua estratégia tenha sido proposital. Porém, conforme fui lendo o artigo, fui percebendo que o Sr. sabe muito bem do que está falando e tem muito conhecimento das coisas que acontecem por trás dos bastidores. E por fim, concordo com o Sr. que este trabalho de calcular DEP’s indiscriminadas pode levar os criadores a lugar nenhum. Nos EUA já se fala em calcular DEP’s de retorno econômico, diretamente. E não indiretamente como fazemos hoje em dia. O meu sentimento é que como está ficando fácil calcular até a DEP do berro, como o Sr. disse, as pessoas estão criando DEP’s para tudo. Inclusive, e o que acho muito complicado, DEP’s para características subjetivas. Onde é dado simplesmente um score a a característica e depois calculado DEP para aquilo. Creio muito na idéia de medir as coisas para termos parametros. Se, ainda, não conseguimos achar uma medida objetiva para o que queremos, então, fassamos a avaliação subjetiva como orientação, mas não como base para cálculo de DEP’s.

    Enfim, achei excelente o Sr. meter a boca no trombone. Pois, para quem tem um rumo que quer seguir, as DEP’s podem ajudar bastante, porém, se bem usadas e interpretadas. Elas jamais devem ser usadas como verdade suprema. Acredito piamente que os olhos do selecionar é de extrema importância. Existem características visuas que agradam ou desagradam muito. E elas só são vistas através dos olhos, especialmente, do criador. Acredito que todos estes enormes cálculos matemáticos, estou sempre falando dos idôneos, são muito boms para nos ajudar a chegar no objetivo que o selecionador quer. E jamais eles DITAREM o que o selecionador deve fazer.

    Então, Sr. José, posso dizer que fiquei feliz de conhecer a outra versão da estória. Achei-a muito pertinente, inteligente e escrita por alguém que entende muito bem o que é DEP e quer achar uma maneira de usá-la eficientemente.

    Forte abraço.

    Limão

  9. Maurício Dallmann disse:

    Caro Sr. José da Rocha Cavalcanti, concordo que estejamos vivendo um momento onde estão valorizados os Programas de Melhoramento Genético. Somos hoje o maior rebanho comercial do mundo, consolidaremos a atual posição de maior exportador de carne bovina no mundo, com a cifra de 1,6 milhões de toneladas no final de 2004, temos ainda condições para aumentar essa exportação, temos preço para competir nos mercados externos, mas isso só será alcançado com o aumento da nossa produção e com algumas mudanças na mentalidade de alguns produtores. O uso das DEPs é uma ferramenta para esse aumento de produção. Quanto a pertencerem ou não a determinada raça, isso não quer dizer nada, pois o fenótipo pode ser moldado, mas o genótipo, em condições normais, ainda não, por isso a raça (características raciais) não determina se o animal será mais ou menos produtivo.

    Quando tu te referes a DEP como uma possível heresia científica, isso afeta toda a pesquisa realizada em melhoramento genético animal feita, não só no Brasil, como no mundo inteiro, pesquisadores responsáveis pela enorme melhoria nos rebanhos mundiais, tanto em termos de genética, quanto em sanidade e manejo.

    Ainda bem que está havendo esse aumento de utilização da informática, pois ela é ferramenta indispensável na gerência de qualquer atividade, temos é que saber usá-la de forma correta, pois qualquer ferramenta mal utilizada, pode-se voltar contra o usuário. Quando tu compras uma ferramenta e a utiliza de forma incorreta, tu não podes pedir ao fabricante uma indenização pelo efeito que esta causou.

    Quanto à transparência dos resultados obtidos nos programas, cabe a ti, conhecedor dos teus objetivos, procurar Empresas que sejam idôneas, e isso não só se aplica a DEPs, isso é necessário em qualquer atividade. Quando vais comprar qualquer coisa, o que fazes, ou deverias fazer, procurar saber o grau de comprometimento dessa Empresa com o que ela está oferecendo, com a qualidade de seus produtos e como estes estão sendo processados, pois assim fazes uma compra segura. A definição de grupos contemporâneos já está bem explicada, mas, novamente, deves procurar empreendimentos sérios. Quanto à experiência dos processadores de dados que executam os programas de melhoramento, eles trabalham com números, não com fenótipos.

    Há, de fato, possibilidade para cálculo de inúmeras DEPs, mas temos que saber filtrá-las e aproveitar apenas as voltadas para a produção. Pergunto-lhe, de que adiantaria uma DEP para berro do boi, para cor, entre outras que sabes bem. Digo-lhe, para muitos estão servindo essa quantidade de DEPs, muitos as utilizam e vêm tendo bons resultados.

    Perguntas “Qual delas vai proporcionar a produtividade que atenda a nossa expectativa?”. Isso irá depender da tua expectativa, caso seja produtiva, tens que entender os resultados e avaliar qual será o produto dessa ferramenta.

    Concordo que precisamos selecionar animais eficientes em produção de carne para as nossas condições, mas quando não tens resultados, nada podes saber do real valor genético de determinado animal.

    De fato, o melhoramento genético tem que ser abordado como um assunto de segurança nacional, pois a bovinocultura de corte é responsável por uma parte importante no PIB brasileiro e, portanto deve ser levada a sério.

    Espero que tu consigas determinar teus objetivos de produção e, a partir daí, conseguir bons resultados através do uso dessa ferramenta chama Diferença Esperada na Progênie.

  10. Betina disse:

    Sr. José da Rocha Cavalcanti, texto muito interessante, principalmente pelo alerta que está fazendo.
    “Exaltação de programa de melhoramento exige reflexão profunda”. Esta frase foi muito bem colocada, exige bem mais do que profunda reflexão, acredito que exija um profundo conhecimento de como as DEP´s são obtidas.

    Para responder à pergunta, “Qual delas vai proporcionar a produtividade que atenda a nossa expectativa?”. Claro que vai depender da expectativa do pecuarista, mas principalmente do conhecimento que ele tem sobre a base de dados do programa de melhoramento que ele está avaliando: É uma base fixa ou móvel? Utiliza um único animal como base ou a média dos animais? Como são montados os grupos contemporâneos? Qual é o peso das características avaliadas no cálculo da DEP? E mais alguns itens tão importantes quanto estes que o senhor deve saber muito melhor do que eu.

    Acredito que uma vez que o produtor procurar se informar melhor sobre o que tem por trás da DEP, o que a compõe (ponderação dos dados), e como foi gerada (efeitos de ambiente, seriedade de grupos contemporâneos) será mais fácil selecionar animais “que sejam eficientes em produção de carne em sistemas compatíveis com nossas realidades”, proporcionando maior rentabilidade, com muito mais segurança.

    Achei muito bom o senhor ter feito um texto como este, chamando a atenção de quem utiliza DEP na compra de seus reprodutores. Vamos ver se com este alerta os pecuaristas se informam mais sobre os diversos programas e os parâmetros que cada um utiliza no cálculo das DEP’s e índice final, questionando e criticando os dados que um animal apresenta.

    Quem sabe assim a DEP pare de ser utilizada como uma simples ferramenta de Marketing que agrega valor ao produto final, e seja utilizada com mais cautela e responsabilidade.

    PS: Justamente pela diferença entre os programas de melhoramento genético, desde a coleta dos dados, até o peso que é dado para cada característica na ponderação do índice final que não concordo com a opinião de muitos da necessidade de se ter um sumário unificado.

  11. Jose Ribeiro Martins Neto disse:

    Sou recem formado e meu trabalho consisite na implantação de um programa de qualidade de carne em vários frigorificos. Oque tenho observado é que essas discussões são um tanto quanto inuteis. Enquanto alguns se apegam a 5kg a mais ou 5 kg a menos, e ainda esse valor é totalmente dependente de fatores ambientais, a cada dia vejo pecuaristas eficientes que trabalham com tecnologia e entregam uma boa matéria prima no frigorifico dizerem que vão desistir da atividade devido a baixa remuneração pelo preço da arroba do boi. Enquanto os frigorificos deitam e rolam com o oba oba das exportações os pecuarista não conseguem o devido retorno na sua atividade, portanto não usufruindo da conquista de ver a sua carne sendo exportada.
    Na minha modesta opinião, o impacto desse problema é infinitas vezes maior doque dep´s, programas de melhoramento , etc…se não sanarmos primeiro esse problema , não vai haver Dep que salve o pecuarista!!!!
    Obrigado
    José Neto