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Sem a Carne Brasileira, Tyson Reage à Crise com Aposta no Frango

As ações da Tyson Foods subiram modestamente na última segunda-feira (10), após a empresa publicar resultados mistos em seu quarto trimestre e relatar que as vendas de frango alcançaram a máxima dos últimos três anos em meio a uma queda na demanda por carne bovina, por motivo do aumento dos preços.

A Tyson, a maior empresa de carnes dos EUA, relatou na segunda-feira US$ 13,86 bilhões (R$ 74,32 bilhões, segundo a cotação atual) em vendas para seu último trimestre fiscal, ficando abaixo da estimativa de vendas de US$ 14,11 bilhões (R$ 75,66 bilhões) de Wall Street, mas apresentando lucros ajustados melhores do que o esperado, em US$ 1,15 (R$ 6,16, segundo a cotação atual) por ação (analistas previam 84 centavos).

As vendas de frango subiram quase 4% em relação ao ano anterior, de US$ 4,251 bilhões (R$ 22,7782 bilhões, segundo a cotação atual) para US$ 4,411 bilhões (R$ 23,64 bilhões), apresenta a empresa.

O negócio de carne bovina da Tyson, sofrendo por causa da oferta limitada de gado americano, perdeu US$ 94 milhões (R$ 504,03 milhões, segundo a cotação atual) no último trimestre em uma base ajustada e, com a produção doméstica de carne bovina com expectativa de continuar caindo, a Tyson estima que terá um prejuízo operacional ajustado entre US$ 400 milhões (R$ 2,1431 bilhões) e US$ 600 milhões (R$ 3,2147 bilhões) para seu negócio de carne bovina no ano fiscal de 2026.

A Tyson vendeu 8,4% menos libras de carne bovina no trimestre, apesar dos preços terem subido 17%, por motivo dos custos do gado da empresa terem aumentado quase US$ 2 bilhões (R$ 10,7156 bilhões, segundo a cotação atual) em relação ao ano anterior.

A empresa citou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) ao estimar que a produção doméstica de carne suína e bovina cairá 3% e 2%, respectivamente, no ano fiscal de 2026, enquanto a produção de frango tem expectativa de aumentar 1%.

A Tyson estimou que a receita total da empresa subirá 2% a 4% no ano fiscal de 2026. As ações da Tyson atingiram a máxima intradiária de US$ 55,67 (R$ 298,28, segundo a cotação atual) na segunda-feira, uma alta de cerca de 5%, antes de recuar para US$ 53,76 (R$ 288,10) à tarde.

Grande Número: 51%

Essa é a porcentagem do quanto o preço da carne moída subiu de fevereiro de 2020 a setembro de 2025, de acordo com o Bureau of Labor Statistics, a principal agência de estudos do governo federal americano no campo da economia e estatística do trabalho. Segundo ela, os preços subiram cerca de 12% de setembro de 2024 a setembro de 2025.

Contexto Chave
A Tyson obtém a maior parte de sua carne bovina de pecuaristas americanos, que estão trabalhando com a menor oferta de gado desde a década de 1950. O rebanho nacional de gado está pairando em números historicamente baixos por efeito da seca nos principais estados produtores de carne bovina, incluindo o principal produtor, o Texas.

O rebanho bovino nacional atingiu a mínima de 73 anos em janeiro de 2024, com 28,2 milhões de cabeças e, embora os números tenham aumentado ligeiramente (para 28,7 milhões de cabeças), os preços do gado de cria continuam a subir.

Em adição a problemas com a oferta doméstica, as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump cortaram significativamente os níveis de importação do Brasil, um dos principais fornecedores do país.

A carne bovina brasileira importada para os EUA está sujeita a uma tarifa de 76,4% desde agosto, e diminuiu quase 100 milhões de libras de um mês para o outro desde maio. Trump sugeriu no mês anterior que os EUA comprariam carne bovina argentina para reduzir os preços altos, o que atraiu forte reação dos pecuaristas americanos.

Assuntos paralelos

O relatório de lucros da Tyson ocorre dias depois que Trump criticou as empresas de embalagem de carne e declarou que o Departamento de Justiça está iniciando uma investigação sobre se elas estão agindo em conluio para aumentar os preços da carne bovina.

Trump disse que os pecuaristas estavam “sendo culpados” por grandes corporações que estão inflando artificialmente os preços. Julie Anna Potts, presidente do grupo de lobby do Meat Institute, diz que dados do governo provam que o setor de embalagem de carne bovina está passando por “perdas catastróficas” e afirma que as embaladoras de carne operam com prejuízo há mais de um ano “por motivo da oferta apertada de gado e forte demanda.”

Fonte: Forbes.

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