Após obter este ano o certificado internacional de área livre de febre aftosa com vacinação, no último mês de maio, Mato Grosso do Sul não deve deixar de vacinar os animais nos próximos anos para tentar conseguir junto ao Escritório Internacional de Epizootias (OIE) o status de região livre sem imunização.
A preocupação sanitária com os vizinhos Paraguai e Bolívia torna essencial a continuidade da prevenção no Estado. A primeira grande campanha do ano será realizada de 1º a 30 de novembro, com prorrogação do prazo para o dia 15 de dezembro nas propriedades pantaneiras. A campanha com o tema “Sem aftosa está bem melhor” tem como objetivo a imunização das cerca de 23 milhões de cabeças bovinas sul-mato-grossenses. “Não podemos ainda pensar em deixar de vacinar. É um risco muito grande porque estamos próximos à Bolívia e ao Paraguai, onde há uma preocupação sanitária”, diz o presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Laucídio Coelho Neto. O secretário de Produção do Estado, Moacir Kohl, e o presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Loacir Silva, lançam a campanha a partir do dia 30 de outubro nos municípios de Ivinhema, Bonito, Corumbá, Eldorado e Sete Quedas. Em fevereiro os animais com até um ano de idade serão imunizados. Em maio, será a vez dos que têm até 24 meses e em novembro, de mamando a caducando. O Iagro destinou 150 mil doses para vacinar animais em assentamentos, aldeias indígenas e gado de rua. Os pecuaristas terão de desembolsar pelo menos R$ 0,15 a mais por dose em relação ao preço praticado em maio, na última campanha de vacinação. Hoje os produtores estão pagando R$ 0,78 pela unidade. O aumento está sendo creditado à alta do dólar, já que parte da matéria prima é importada.
A partir do próximo ano, torna-se também obrigatória a vacinação contra brucelose de fêmeas entre três a oito meses em todo o País. De acordo com o médico-veterinário Osmar Bastos, a doença atinge de 2% a 7% do rebanho leiteiro. “O índice é baixo, mas a doença, assim como a tuberculose, precisa ser totalmente erradicada porque oferece grandes riscos aos seres humanos”, explica. No gado de corte a presença da brucelose provoca grandes perdas econômicas, já que as vacas contaminadas costumam perder a cria, além da contaminação do pasto.
Diferentemente do gado de corte, cuja carne pode ser aproveitada via abate sanitário, as fêmeas leiteiras contaminadas geram mais riscos aos consumidores, já que a bactéria fica presente no leite, queijo, manteiga e outros derivados, havendo riscos no caso do consumo de leite não pasteurizado. Segundo Bastos, os produtores terão de vacinar as fêmeas, de corte ou leiteiras, duas vezes ano e enviar ao Iagro a comprovação da imunização a cada semestre. Depois de certo tempo a propriedade receberá uma certificação de área livre de brucelose”, completa o veterinário.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Paula Pimenta), adaptado por Equipe BeefPoint