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Sem UE, exportações recuam, preço médio teve queda de 16,25%

Nos 19 dias úteis de fevereiro, o Brasil exportou 76.500 toneladas de carne bovina in natura, que renderam US$ 254,30 milhões aos exportadores. Estes valores estão abaixo dos realizados em janeiro de 2008, quando a receita com as exportações foi recorde. O que chama a atenção, é que o preço médio da carne bovina in natura exportada, que vinha subindo a cada mês, apresentou recuo de 16,25%. Esta queda é reflexo das restrições à exportação impostas pela UE. Vale destacar que o bloco europeu é o melhor cliente da carne brasileira, pagando preços mais altos do que qualquer outro mercado.

Nos 19 dias úteis de fevereiro, o Brasil exportou 76.500 toneladas de carne bovina in natura, que renderam US$ 254,30 milhões aos exportadores. Estes valores estão abaixo dos realizados em janeiro de 2008, quando a receita com as exportações foi recorde.

O que chama a atenção, é que o preço médio da carne bovina in natura exportada, que vinha subindo a cada mês, apresentou recuo de 16,25%. Esta queda é reflexo das restrições à exportação impostas pela UE. Vale destacar que o bloco europeu é o melhor cliente da carne brasileira, pagando preços mais altos do que qualquer outro mercado. Sabia mais sobre a importância da UE.

Tabela 1. Exportações de carne bovina in natura


Apesar do recuo na receita das exportações de carne bovina in natura registrado em fevereiro, o saldo do primeiro bimestre de 2008 é positivo em relação ao mesmo período do ano passado. No início de 2008 (janeiro e fevereiro) a receita com a venda de carne ao exterior acumulou US$ 619,04 milhões, valor 14,48% superior aos dois primeiros meses de 2007.

Quanto ao volume exportado, em fevereiro o recuo foi de 16,75% em relação ao mês anterior e 33,71% em relação ao mesmo mês de 2007. No acumulado do primeiro bimestre, o volume também foi menor em 2008, com um total de 168.390 toneladas.

Todos sabem que a UE tem grande importância para as exportações de carne bovina brasileiras e que o fechamento desse mercado influencia diretamente os resultados das exportações do setor. Mas também não podemos nos esquecer que os volumes exportados estão ligados a outros fatores também, como a oferta reduzida de boi gordo para abate, o consumo interno aquecido e a valorização dos preços da carne no mercado interno.

Gráfico 1. Exportações de carne bovina in natura, receita e volume


Como comentado acima, ocorreu queda no preço médio da carne bovina in natura vendida para o exterior. Em fevereiro os exportadores conseguiram US$ 3.324 por tonelada de carne. Porém ao comparar o valor de mês passado com dezembro de 2007 (US$ 3.288/tonelada), temos uma valorização de 1,10%. Assim podemos dizer que não ocorreu uma desvalorização tão preocupante. Ou seja, se não considerarmos os valores de janeiro de 2008, quando o preço médio sofreu distorção pelo grande volume importado pelos europeus – que decidiram comprar um volume maior, já prevendo o embargo que ocorreu – a carne brasileira continua sendo valorizada no mercado externo. Interessante notar, que comparando-se fevereiro/07 (quando vendemos a UE) com fevereiro/08 (quando não vendemos a UE), mesmo assim o preço médio do total exportado pelo Brasil (in natura) em 2008 foi superior a 2007.

Gráfico 2. Preço médio da carne bovina in natura exportada


Com a média do indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista tendo valorização de 0,32% entre fevereiro e janeiro e o dólar apresentando recuo de 2,61% no mês passado, a arroba em dólares (US$ 43,34/@) ficou 3,01% mais cara do que no primeiro mês de 2007.

Tabela 2. Indicadores de preço de boi gordo e de exportação


A valorização da arroba do boi gordo causou recuo na relação de troca arrobas por tonelada de carne in natura exportada. Em fevereiro foi possível adquirir 76,69 arrobas de boi gordo com o valor de uma tonelada de carne exportada, valor abaixo da média dos últimos 12 meses (86,10@/ton).

Gráfico 3. Relação de troca arrobas por tonelada de carne in natura exportada

André Camargo, Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Alexandre Pessoa de Assis disse:

    É bastante preocupante o futuro do mercado da carne brasileira. Como mostra os dados numéricos do artigo, apesar da receita gerada pela exportação ainda estar positiva,no tocante ao preço da carne in natura exportada quando comparada com anos anteriores, fica claro que o volume de carne exportada tende a cair, principalmente pela perda da exportação para a europa ocidental.

    Enquanto houver baixa oferta de boi gordo, o pecuarista ainda aguentará o tranco! Porém, com a alta média de 30% do suplemento mineral e de outros insumos como adubos, cada vez mais a atividade dependerá dos preços oferecidos pelo mercado para a sua sobrevivência.