Mercado Físico da Vaca – 01/10/09
1 de outubro de 2009
Programa Montana: Safra de touros Montana está a todo vapor
5 de outubro de 2009

Semana apresenta ritmo lento nos negócios e indicador tem alta de 4,35% em setembro

Durante a semana os compradores se depararam com ofertas restritas e certa dificuldade para montar escalas de abate. Com escalas mais curtas, pecuaristas querendo negociar preços melhores e expectativa de maior procura de carne no início do mês, alguns frigoríficos aceitaram pagar mais pela arroba do boi gordo. O indicador a prazo acumulou alta de 0,55%, sendo cotado a R$ 80,82/@ na última quinta-feira. No mês setembro a variação acumulada foi de 4,35%.

Durante a semana os compradores se depararam com ofertas restritas e certa dificuldade para montar escalas de abate. Com escalas mais curtas, pecuaristas querendo negociar preços melhores e expectativa de maior procura de carne no início do mês, alguns frigoríficos aceitaram pagar mais pela arroba do boi gordo e os preços registraram alta no início da semana.

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 79,31/@, com valorização de 0,18%. O indicador a prazo acumulou alta de 0,55%, sendo cotado a R$ 80,82/@ na última quinta-feira. No mês setembro a variação acumulada foi de 4,35%.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Após renovar sua mínima no dia anterior, quando o dólar compra foi cotado a R$ 1,7773, a moeda americana mostrou sinais de recuperação, encerrando a quinta-feira com alta de 0,07%, cotado a R$ 1,7786. Na semana a variação acumulada foi de -0,69%.

Segundo o InfoMoney, contribuindo para a trajetória positiva da moeda, o Banco Central brasileiro voltou a intervir no câmbio através de um leilão de compra de dólares no mercado à vista. Ainda no panorama doméstico, repercutiu nesta primeira sessão do trimestre a divulgação dos números da balança comercial. Apesar de ter registrado déficit nas duas últimas semanas, o resultado de setembro ficou positivo em US$ 1,33 bilhão, elevando o superávit acumulado em 2009 para US$ 21,275 bilhões.

Na agenda norte-americana, ganharam destaque os dados do mercado de trabalho, onde o número de pedidos por auxílio-desemprego ficou acima do esperado na última semana. Já o volume de vendas de veículos recuou em setembro, repercutindo a ausência do programa de estímulo do governo para o setor.

A valorização registrada na moeda norte-americana frente ao real nesta primeira sessão de outubro não alivia as perdas registradas nas últimas sessões. O dólar vem de ciclos de desvalorização que, em setembro, acumularam 5,50% de perdas.

Exportações brasileiras de carne bovina

Nos 21 dias úteis de setembro, os exportadores brasileiro enviaram ao exterior 77.400 toneladas de carne bovina in natura, responsáveis pela receita de US$ 276,5 milhões. Em relação ao mês anterior a receita aumentou 7,71% e o volume foi 6,65% superior.

Se comparamos os dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) com os valores registrados em setembro de 2008 notamos uma forte retração. A receita teve queda de 39%, em relação aos USS$ 453,9 milhões de setembro do ano passado. O volume também recuou, ficando 25,36% abaixo do apurado no mesmo período de 2008.

Tabela 2. Exportações brasileiras de carne bovina in natura

No mês passado (setembro), o preço médio da carne bovina in natura exportada, apresentou leve valorização (1%) em relação a agosto, ficando em R$ 3.572/tonelada. Apesar da alta os preços atuais ainda são bem menores do que os negociados em 2008.

Mercado futuro

A BM&FBovespa fechou a quinta-feira em baixa. Com exceção dos contratos que vencem em outubro/09, todos os vencimentos recuaram.

Tabela 3. Fechamento do mercado futuro em 01/10/09

Apesar desses recuos, na semana as variações foram positivas, com exceção dos contratos com vencimento em maio/10, que registrou retração de R$ 0,65. Outubro/09 registro alta de R$ 0,54, fechando a R$ 82,15/@ na quinta-feira. Os contratos que vencem em novembro/09 fecharam a R$ 83,28/@, com variação semanal de R$ 0,53.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 24/09/09 e 01/10/09

Mercado físico

No mercado físico, os pecuaristas seguem tentando negociar preços mais altos e evitaram vender nos preços propostos no início da semana. Assim os compradores que trabalhavam com escalas mais curtas precisaram elevar o valor das ofertas pela arroba do boi gordo para conseguir adquirir matéria-prima e atender a demanda da indústria.

Em São Paulo, o ritmo de negócios segue lento e os grandes frigoríficos com plantas no Estado estão comprando maior volume em praças vizinhas, trazendo animais de Ms e GO.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição – uma iniciativa do BeefPoint em parceria com a Bayer – para informar preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

O novo levantamento de intenção de confinamento feito pela Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) amplia a expectativa pelo aumento de preços do boi gordo, durante a entressafra. Os frigoríficos terão menos gado confinado para comprar nos próximos meses. Como têm contratos de exportação a cumprir, é possível que haja reflexo na cotação do boi gordo, saindo do patamar de estabilidade das últimas semanas, ressalta Juan Lebron, diretor executivo da Assocon.

A expectativa da Assocon tem como base o 3º Levantamento Anual sobre Intenção de confinamento dos associados para 2009, que revelou inversão nas projeções feitas para o confinamento este ano, com queda de 19,5% no rebanho confinado para 379,3 mil cabeças.

Nas duas primeiras pesquisas divulgadas em abril e julho, mesmo considerando as incertezas com relação ao preço futuro do boi gordo, os pecuaristas sinalizavam crescimento do confinamento em 2009.

De acordo a nova pesquisa, somaram-se ao fator preço do boi gordo outros pontos que justificam a decisão de manter os animais no pasto ao invés de confinar. São eles: retirada do prêmio oferecido pelos frigoríficos exportadores às fazendas aptas a exportar para a UE, que em alguns casos chegava a R$ 10 por arroba, e o prolongamento do período de chuvas em algumas regiões do País, que favoreceu a permanência do gado no campo.

Reposição

Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 601,04/cabeça, com retração de 0,18% na semana. Em relação ao mesmo período do ano passado, o preço do bezerro já está 16,53% menor.

A relação de troca melhorou subindo 1:2,18.

Atacado

Segundo o Boletim Intercarnes, as ofertas mais reduzidas se confirmaram. A procura ainda está bastante especulativa, mas ativa, em função posicionamento para final semana e início de mês sustentando os preços do atacado.

Nesta quinta-feira, o traseiro foi cotado a R$ 6,50 (alta de R$ 0,10 em relação ao dia anterior), o dianteiro a R$ 4,00 e a ponta de agulha a R$ 3,90 (+R$ 0,10) . Assim o equivalente físico subiu para R$ 77,81/@, com valorização de 1,19% na semana. Essa movimentação fez o spread (diferença) entre indicador e equivalente recuar para R$ 1,51/@.

Tabela 4. Atacado da carne bovina

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Os comentários estão encerrados.