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25 de agosto de 2010
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27 de agosto de 2010

Semana de alta: frigoríficos enfrentam dificuldades na compra e arroba registra forte valorização

Nesta semana observamos poucas alterações na oferta de animais para o abate, ou seja, continua difícil comprar boi gordo em praticamente todas as regiões do país. Esta situação alavancou altas constantes nos preços da arroba e pecuarista seguem otimistas já que não existem sinais de um aumento significativo no volume de abates para os próximos dias.

Nesta semana observamos poucas alterações na oferta de animais para o abate, ou seja, continua difícil comprar boi gordo em praticamente todas as regiões do país. Esta situação alavancou altas constantes nos preços da arroba e pecuarista seguem otimistas já que não existem sinais de um aumento significativo no volume de abates para os próximos dias.

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 91,18/@ na última quarta-feira, acumulando alta de 1,91% na semana. Durante o período analisado (18 de agosto a 25 de agosto) o indicador a prazo registrou valorização de 0,88%, sendo cotado a R$ 91,39/@, mas chegando a valer R$ 91,82/@ na terça-feira (24/08) – maior cotação desde 27 de outubro de 2008.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

A arroba do boi gordo em Dólares foi calculada em US$ 51,63 – maior valor desde 5 de setembro de 2008 – com alta de 22,62% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na quarta-feira (25/08), o Dólar compra (PTAX) foi cotado a R$ 1,7660. Segundo o InfoMoney, Após operar acima de R$ 1,77 durante boa parte do dia, a moeda americana foi sofrendo realização à medida que o mercado acionário foi ganhando força compradora e encerrou o dia praticamente estável.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista em R$ e em US$

Os contratos de boi gordo negociados na BM&FBovespa, com vencimento no curto e médio prazo acumularam alta na semana, situação que não foi acompanhada pelos vencimentos mais distantes (maio/10, junho/10, outubro/10) que registraram retração no período.

O primeiro vencimento, agosto/10, fechou a R$ 90,76/@ na última quarta-feira, registrando valorização de R$ 1,05 na semana. Os contratos que vencem em outubro/10 acumularam alta de R$ 0,53, fechando a R$ 90,87/@.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 18/08/10 e 25/08/10

Segundo o Cepea, a redução de animais prontos para abate segue impulsionando as cotações da arroba e também da carne no mercado brasileiro. A oferta reduzida é reflexo do alto abate de matrizes nos anos anteriores, que elevaram os preços das categorias de reposição e forçaram forte redução no volume de animais confinados – o preço alto do boi magro foi um dos principais fatores que influenciaram os confinadores a reduzirem suas intenções de confinamento segundo a Pesquisa Top 50 BeefPoint de Confinamento 2009/10.

Outro fator que tem influenciado o mercado é a seca, que como esperado reduziu bastante a oferta de animais terminados a pasto. Assim, no momento os compradores se deparam com a dificuldade em alongar suas escalas de abate, já que o volume de animais terminados no cocho ainda é menor que a demanda, sendo obrigado a elevar os preços pagos pela arroba para conseguir comprar matéria prima para a indústria.

O leitor do BeefPoint, Edison Poyato, de Presidente Prudente/SP, informou que em sua região lotes de novilhas estão sendo negociados a R$ 82,00/@, para pagamento à vista.

Márcio Vinícius Ribeiro de Moraes, de Rondonópolis/MT, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que o boi gordo está sendo cotado a R$ 80,00/@ e a vaca a R$ 75,00/@, ambos com 30 dias de prazo. Ele completa informando que o boi rastreado e apto para exportação para a Europa está sendo negociado a R$ 85,00/@ e a R$ 79,00/@, ambos com 30 dias de prazo.

Ubyrajara de Paula Junior, de Goiânia/GO, informou que na terça-feira passada recebeu oferta de R$ 83,00/@ à vista para o boi gordo, mas o frigorífico tem dificuldade em comprar nesses preços. “Já se fala nos R$ 85,00/@ à vista sem dó!” O leitor do BeefPoint, Carlos Eduardo Ferreira, também de Goiânia, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que o boi gordo não rastreado está sendo negociado a R$ 84,00/@ e a arroba da vaca gorda vale R$ 82,00, ambos com 30 dias de prazo.

Eduardo Múcio Piretti, de Jussara/GO, comentou que com prazo de 30 dias os frigoríficos estão pagando R$ 84,00 na arroba do boi gordo. “Acredito que o momento é favorável e oportuno para que o pequeno e médio pecuarista negocie o restante de seus animais gordos que ainda estão nos pastos ou confinados”, finaliza Piretti.

O leitor do BeefPoint, Maurício Menegotto de Almeida, informou que na região de Jardim/MS o boi gordo está sendo negociado a R$ 82,00/@ à vista e a arroba da vaca gorda vale R$ 78,00 nas mesmas condições.

Segundo Marcelo Freitas, em Redenção/PA o boi gordo já está sendo negociado a R$ 74,00/@. Frederico Medeiros de Souza, informou que na região a vaca gorda é cotado a R$ 67,00/@ para pagamento à vista.

Antonio Pires Braga Júnior, de Belo Horizonte/MG, comentou: “consegui no máximo R$ 80,00/@”.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

Na tentativa de de estimular negociações de boi gordo através do seu sistema de leilão, a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) fechou convênio com o Banco do Brasil para oferecer crédito agroindustrial à aquisição de matérias-primas por meio de operações em Bolsa. A linha de R$ 8 bilhões espera auxiliar frigoríficos médios e pequenos a superar a crise de liquidez.

“Como 90% têm que ser pago antecipado pelo frigorífico no nosso sistema, essa linha servirá para facilitar nosso volume de transações”, resume o presidente do conselho da Bolsa, Joaquim da Silva Ferreira. O sistema eletrônico exige o depósito antecipado de 90% da aquisição do boi pelos frigoríficos em uma conta de liquidação operada pela bolsa. Os demais 10% são pagos após o abate dos animais. A linha terá juros de 12,5% a 13,5% ao ano e será oferecido prazo de 720 dias para quitação. “Serão condições atrativas porque o custo ficará abaixo do praticado no mercado”, avalia Ferreira.

Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 677,82/cabeça na última quarta-feira, registrando variação positiva de 2,12% na semana. A relação de troca está em 1:2,22.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, defendeu o estímulo à retenção de matrizes bovinas, como forma de aumentar a competitividade da carne brasileira no mercado externo. A proposta foi apresentada em reunião ampliada do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), também chamado de Conselhão, que é um órgão consultivo da Presidência da República. “No passado, infelizmente, cometeu-se o crime, justificado pelas dificuldades do setor, de sacrificar matrizes em um nível impossível de ser aceito. Por isso, tivemos um decréscimo do nosso plantel e hoje temos que recuperar”, disse.

Wagner Rossi aproveitou a reunião para reiterar o peso do agronegócio na economia do País. “O Brasil tem sido buscado como exemplo. Temos expertise de ponta na produção de grãos. Acabamos de fechar uma safra recorde de 147 milhões de toneladas, o que era absolutamente impensável 10 anos atrás”, comentou. O ministro também citou a liderança mundial do Brasil na produção de café, em cítricos e na exportação de carne de aves e do complexo soja. “Isso tudo foi obtido compatibilizando-se o aumento da produção de alimentos com o respeito ao meio ambiente”, afirmou.

Segundo o Boletim Intercarnes, como já era esperado, a procura (distribuidores) está efetivamente mais ativa. Em contrapartida as ofertas seguem e deverão se manter escassas, ante a falta de animais terminados para abate e consequentemente elevação do preços da arroba no mercado físico.

Na atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 7,00, o dianteiro a R$ 5,00 e a ponta de agulha a R$ 4,70. O equivalente físico registrou alta de 5,34% na semana, sendo calculado a R$ 88,82/@ – maior valor desde 16 de outubro de 2008. O spread (diferença) entre indicador e equivalente recuou para R$ 2,37/@, ficando abaixo da média dos últimos 12 meses, que é de R$ 2,93/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Custo de produção

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) realizaram um levantamento para avaliar o custo da arroba do boi gordo produzida no Mato Grosso.

O custo de produção foi dividido em duas variáveis o COE e o COT. O COE (Custo operacional efetivo) representa a soma de todos os custos de desembolso real da produção como: compra de animais; suplementação; controle sanitário; mão-de-obra; pró-labore; reforma de pastagem; controle de pragas e etc.; o COT (Custo operacional total) é a soma do COE mais o custo da terra (arrendamento) e a depreciação de máquinas e benfeitorias.

O levantamento mostrou que no sistema de produção de ciclo completo o produtor recebeu de agosto de 2009 a julho deste ano em média R$ 68,05 pela arroba, o custo operacional efetivo foi de R$ 62,65 e custo operacional total foi R$ 85,51. Nesse caso, se levar em conta o preço da arroba com o COE, o ganho do produtor foi de R$ 5,40 por arroba, que representa 7,9%, quando a conta é feita com o COT o prejuízo é de R$ 17,47, ou seja, menos 25,7%.

No caso do sistema de cria, o preço médio da arroba foi de R$ 68,65, o COE foi de R$59,51 e o COT de R$ 78,33, o que representa um ganho de R$ 9,14 (13,3%) e levando em conta o COT desvantagem de R$ 9,68 (- 14,1%).

Quando o produtor opta pelo sistema de engorda, recebeu R$ 68,95 em média pela arroba, investiu seu COE R$ 62,74 e o COT R$ 73,37. A margem média nesse caso com o custo operacional efetivo foi de R$ 6,22 (9%) e quando levando em conta o custo operacional total perda de R$ 4,42, ou seja, de 6,4%.

Segundo os analistas do Imea a conclusão é que a rentabilidade da pecuária em 2009 foi ruim já que 14 das 17 microrregiões apresentaram o COT maior que o preço da arroba. Porém, 14 das 17 propriedades típicas tiveram margem operacional positiva, já que tiveram o COE menor que o preço da arroba. “De maneira geral, a pecuária em MT não está remunerando adequadamente o capital investido na atividade (terra, benfeitorias e máquinas), já que o preço da arroba é maior que o COE, porém menor que o COT”, disse o superintendente do Imea, Otávio Celidonio.

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, analisa que por falta de políticas públicas voltadas para a pecuária de corte, o produtor não investe em tecnologia, na reforma de pastagem e na propriedade de forma geral. “Falta gestão também por parte dos pecuaristas. A maioria não sabe quanto gasta e quanto ganha com a atividade. Ele não faz as contas e acaba perdendo dinheiro. A saída é o produtor aumentar a produtividade e fazer uma gestão profissional”, ressalta.

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1 Comment

  1. Evándro d. Sàmtos. disse:

    É aquela história,boi não pari.

    As vacas foram pro sacrifício por anos sem ninguém dar à mínima,

    Tudo esta coincidindo para nossa sorte – creio eu -,eleições presidências,concentração do setor,recuperações judiciais,falta de boi / vaca para escalas de abates,@s por conseqüência em forte alta e com tendência de bater rápido nos R$ 100,00 @ em SP,aceno do queridíssimo e super ético BNDEs aos frigoríficos de médio porte em dificuldades.

    Empresas que são privilegiadas pelo BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E social,paralisando plantas e demitindo massivamente,até porque é normal demitir,principalmente quando se é uma subsidiaria deste maravilhoso banco estatal com fortes e únicas diretrizes SOCIAIS.

    Mas esta tudo muito bem,parte do dinheiro emprestado por este maravilhoso banco a esta maravilhosa empresa,volta para os deste governo,neste momento em forma de doações de campanha.A final o que são R$ 11.000.000,00 e apoio logístico (aviões,helicópteros, carros,bigas,em fim…)ilimitado ,para quem recebe tanto deste maravilhoso e ético banco?!

    Ser idiota me faz ser mais feliz.Pretendo me tornar cada vez mais idiota.

    Saudações,

    EVÁNDRO D. SÀMTOS.