Mercados Futuros – 25/10/07
25 de outubro de 2007
Alta nos preços do boi gordo melhora relação de troca
29 de outubro de 2007

Semana de alta no mercado do boi, valorização da arroba é alavancada pela pouca oferta

Semana de alta no mercado do boi gordo. As novas altas no preço da arroba vem sendo sustentadas pela falta de bois gordos ofertados aos frigoríficos e pelos preços altos da carne no mercado interno. Conseguindo vender cortes de traseiro a preços acima de R$ 5,00, a indústria pode pagar preços mais altos pela arroba do boi gordo e mesmo assim continuar com boa margem bruta.

Semana de alta no mercado do boi gordo. As novas altas no preço da arroba vem sendo sustentadas pela falta de bois gordos ofertados aos frigoríficos e pelos preços altos da carne no mercado interno. Conseguindo vender cortes de traseiro a preços acima de R$ 5,00, a indústria pode pagar preços mais altos pela arroba do boi gordo e mesmo assim continuar com boa margem bruta.

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista apresentou valorização de 2,11% em relação a semana passada, sendo cotado a R$ 64,75/@, nesta quarta-feira. Para o indicador a prazo, que está cotado em R$ 65,66/@ o aumento foi maior, 2,43% no mesmo período. Com reajuste maior do indicador de boi gordo frente ao indicador de bezerro, a relação troca também aumentou, chegando a 1:2,28. O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 467,88/cabeça, variação de 0,20% na semana.

O dólar continua caindo, durante o período analisado a queda da moeda americana foi de 0,93%. Essa desvalorização provocou a alta do indicador Esalq/BM&F em dólares que está valendo US$ 36,05 (+3,07%). Em dólares o boi gordo hoje está 29,67% mais caro do que há um ano atrás, quando o valor era de R$ 27,80/@.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e a prazo


No mercado futuro, todos os vencimentos registraram altas durante a semana acompanhando as altas observadas no mercado físico. Outubro/07 teve variação de R$ 2,05, na semana, fechando a R$ 65,19/@ na quarta-feira. Os contratos com vencimento para novembro/07 fecharam a R$ 65,46/@, acumulando alta de R$ 1,55. No contratos com vencimento mais distante o reajuste também aconteceu, nos contratos para maio/08 a variação foi de R$ 1,05, fechando a R$ 61,55/@.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 17/10/07 e 24/10/07


Nas cotações do mercado físico, levantadas pelo BeefPoint, ocorreram altas na maioria das regiões brasileiras. O aumento nos valores da arroba do boi gordo continuam sendo alavancados pela pouca oferta de gado terminado. As escalas esticaram um pouco em São Paulo, Goiás e Tocantins, mas continuam curtas, no máximo 5 dias, e os compradores tem encontrado muita dificuldade para efetivar negócios com boi gordo.

Nas regiões com maior concentração de confinamentos os frigoríficos conseguem adquirir animais com mais facilidade. Mas a quantidade já começa a diminuir com a chegada da chuva e o final dos confinamentos.

O que tem chamado a atenção são os preços pagos no Pará e Maranhão, que tem chegado bem próximos das cotações dos estados do Sul do país. No Pará, os negócios tem girado em torno dos R$ 60,00/@ e já se fala em preços mais altos. Segundo colaboradores do BeefPoint no estado, isso se deve a disputa entre os frigoríficos locais e os compradores que visam as exportações de gado em pé. No Maranhão, a falta de animais para abate também está sendo sentida, o BeefPoint apurou que hoje frigoríficos abriram as compras a R$ 60,00 para conseguir fazer escalas.

Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 17/10/2007



No mercado de reposição, pouca oferta, preços firmes e negócios travados em todo Brasil. O grande abate de matrizes nos últimos anos, aliado ao aumento da utilização de tecnologias que otimizam a produção e diminuem a idade ao abate, causou um déficit entre o número animais de reposição disponíveis para venda e a demanda. Essa situação é que vem mantendo os preços de todas as categorias de gado magro firmes com espectativas de alta para os próximos meses.

É interessante notar que no momento, com o dólar baixo e a carne bovina com preços altos e firmes no atacado, o que vem sustentando os preços da arroba é o mercado interno. Temos notado que alguns frigoríficos menores, que trabalham apenas com mercado interno, estão pagando preços melhores do que as grandes indústrias exportadoras.

No atacado da carne bovina, o traseiro (R$ 5,20) e o dianteiro (R$ 3,20) tiveram valorização de R$ 0,10, durante a semana, enquanto a ponta de agulha se manteve inalterada em R$ 2,80. Dessa maneira o equivalente físico está em R$ 61,62/@. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico está em R$ 3,13/@, lembrando que quanto menor o spread maior é margem bruta do frigorífico.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico

0 Comments

  1. Alfredo Teixeira Louzeiro Filho disse:

    Todos estão vendo que o dólar nunca foi e nunca vai ser o motivo de uma boa remuneração para o produtor, como todo mundo estava falando, menos eu.

    Quem lembra o caso do algodão, quando as indústrias importavam tecido chinês?

  2. Dalton Falchi Honorato disse:

    Tem gente que não tem o que fazer. Dá uma olhada na pecuária dos últimos anos e veja o que aconteceu. O pecuarista está falido!

    O boi pode ir para R$ 80,00 que não tem como reagir nada. É muito simples, dá uma olhada quem reforma pasto, olha o custo das matérias primas para quanto foi, o preço do bezerro, somos gigolôs de vaca pobre, nada mais que isso.

    Me desculpe, mas eu vejo cada coisa nesse Brasil que é só aqui mesmo. O agronegócio é um modismo. A soja tá dando dinheiro, todo mundo corre para soja, a cana da dando dinheiro todo mundo arrenda sua terras, os fazendeiros querem que a terra de lucro, mas ele não gosta de trabalhar. Gosta muito e de colocar as pessoas para trabalhar.

    Acorda para a vida fazendeiros, é hora de arregaçar as mangas, não da mais para ficar esperando nada que caia do céu, a não ser papai noel.