Nesta semana os frigoríficos continuaram forçando reduções nos preços da arroba, mas a oferta de animais não aumentou de forma considerável na maioria das regiões, assim o que ditou a direção e ritmo do mercado foi o mercado de carnes, que apresentou forte retração. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 103,95/@ na última quarta-feira, registrando desvalorização de 5,89% na semana. O indicador a prazo teve queda de 6,50% no período (24/11 a 01/12), sendo cotado a R$ 104,95/@.
Nesta semana os frigoríficos continuaram pressionando e forçando reduções nos preços da arroba, mas a oferta de animais não aumentou de forma considerável na maioria das regiões, assim o que ditou a direção e ritmo do mercado do boi gordo foi o mercado de carnes, que apresentou forte retração.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&FBovespa, relação de troca, câmbio
Segundo o Boletim Intercarnes, durante a semana não houve alteração na procura por carne bovina, apenas especulações normais de mercado para atender as compras do final de semana e as ofertas de carne com osso apresentaram volumes mais firmes e expressivos. Porém a tendência para os próximos dias segue ainda muito indefinida quanto a preços, pois no momento as ofertas seguem com volumes superiores à demanda.
No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 8,40, o dianteiro a R$ 4,40 e a ponta de agulha a R$ 4,50. Dessa forma o equivalente físico recuou para R$ 95,00/@, registrando variação negativa de 7,67% na semana.
Com o boi gordo apresentando variação menor (-5,89%), o spread (diferença) entre indicador e equivalente subiu para R$ 8,96, valor bem mais alto que a média dos últimos 12 meses que é de R$ 3,49/@.
Este pode ser considerado o fator principal para o aumento da pressão dos frigoríficos, já que ninguém quer comprar um boi “caro”, alongar escalas e ficar com uma carne cara nas câmaras frias enquanto o mercado da carne trabalha em baixa. Assim, os compradores se mostraram pouco animados durante a semana e o ritmo de negócios seguiu lento.
Tabela 2. Atacado da carne bovina
Outro fator ligado ao mercado de carne que deve ser considerado é o recuo nas exportações. Durante o mês passado, os exportadores brasileiros enviaram ao exterior 55.200 toneladas de carne bovina in natura, que geraram uma receita de US$ 268,9 milhões.
Gráfico 1. Exportações brasileiras de carne bovinain natura
Em relação aos embarques realizados no mês anterior (outubro de 2010) o volume caiu 27,73% e a receita foi 22,08% menor.
Na comparação com mesmo período de 2009, quando o Brasil exportou 78,7 mil toneladas, o recuo foi de 29,87%. No entanto a receita registrou retração de apenas 4,82%, evidenciando uma valorização do produto brasileiro no mercado internacional.
Tabela 3. Exportações brasileiras de carne bovina in natura
Renata Fernandes, zootecnista e analista de mercado de boi da Indusval Corretora, informou que realmente o mercado de segue em baixa e o boi casado está sendo negociado nesta quinta-feira (02/12) a R$ 6,10.
Fabiano Tito Rosa, do Minerva, afirma que a carcaça casada de boi inteiro já está abaixo de R$ 6,00. “Com exportação em queda e aumento da produção nas duas últimas semanas, a carne veio abaixo”.
Mesmo diante destes fatores baixistas não podemos nos esquecer que estamos no início de dezembro, quando são pagos os 13º salários e logo teremos as festa de final de ano. Segundo Sussumu Honda presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), mesmo com o consumidor se deparando com preços mais altos, a demanda por produtos alimentícios seguirá aquecida, sobretudo pelos ganhos salariais obtidos ao longo deste ano. A Associação acredita que as vendas devem seguir aquecidas até o Natal.
O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 103,95/@ na última quarta-feira, registrando desvalorização de 5,89% na semana. O indicador a prazo teve queda de 6,50% no período (24/11 a 01/12), sendo cotado a R$ 104,95/@.
Sobre o mercado físico do boi gordo, Diogo Castilho, postou a seguinte mensagem no Twitter: “escalas começam encurtar no PR, MS e SP e começam a aparecer preços novos nos três Estados. Boi não cai abaixo de R$ 100,00/@ à vista em dezembro”.
“Em São Paulo os preços da arroba estão entre R$ 100,00 e R$ 102,00 à vista com poucos negócios, mas sem muito interesse pela parte dos frigoríficos de mudar preço”, comentou Leticia Valle, broker de contratos futuros da BM&F da ICAP Corretora de Valores.
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
No mercado futuro, os contratos de boi gordo negociados na BM&FBovespa apresentaram forte retração. O primeiro vencimento, dezembro/10, registrou queda de R$ 4,66 na semana e terminou o pregão da última quarta-feira valendo R$ 96,71/@.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 24/11/10 e 01/12/10
O mercado de reposição segue trabalhando sem grandes oscilações ou excessos. Alguns agentes consultados pelo BeefPoint comentam que apesar de alguns compradores terem se retraído após a forte queda registrada no mercado do boi gordo os negócios estão acontecendo.
O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 726,85/cabeça, com alta de 1,44% na semana. Diante das variações ocorridas na semana (boi em baixa e bezerro com leve alta) a relação de troca recuou para 1:2,36.
Veja alguns artigos interessantes que foram publicados no BeefPoint durante essa semana:
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