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10 de junho de 2009
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15 de junho de 2009

Semana tem ritmo lento de negócios e arroba fecha com leve alta

A semana termina com leve alta nos indicadores de preço do boi gordo levantados pelo Cepea. Apesar do aumento na oferta, causado pela queda temperaturas, e a forte pressão que vem sendo exercida pelos frigoríficos, a semana - que teve um feriado na quinta-feira, o que prejudica as negociações - foi de negócios em ritmo lento e poucas alterações de preço.

A semana termina com leve alta nos indicadores de preço do boi gordo levantados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP (Cepea). Apesar do aumento na oferta, causado pela queda temperaturas, e a forte pressão que vem sendo exercida pelos frigoríficos, a semana – que teve um feriado na quinta-feira, o que prejudica as negociações – foi de negócios em ritmo lento e poucas alterações de preço.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Apesar dos recuos no início da semana, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista teve valorização de 0,20% na semana, sendo cotado a R$ 80,38/@, na última quarta-feira. O indicador a prazo acumulou alta de 0,17% no mesmo período, sendo cotado a R$ 81,17/@.

Diante da pressão que vêm sendo praticada pelos compradores sobre os preços da arroba, a maioria dos pecuaristas tenta negociar melhor e evita vender lotes grandes nesse momento. Existe um sentimento, entre alguns participantes do mercado, de que o crescimento no número de animais disponíveis para o abate é apenas pontual e logo a oferta voltará a jogar a favor do produtor, ou seja, no médio prazo ela deve diminuir voltando a dar sustentação aos preços da arroba.

Nos últimos dias temos observado muitas pessoas comentando sobre a negociação de prazos. Sem confiar na saúde financeira dos frigoríficos, pecuaristas e associações de classe estão promovendo campanhas e discussões para estimular a venda à vista, na tentativa de reduzir os riscos do negócio.

Entidades do Centro-Oeste deflagraram uma campanha nesse sentindo, a campanha “Só à Vista”, visando orientar os pecuaristas a só venderem boi à vista. O diretor secretário da Famasul, Dácio Queiroz da Silva, explica que a partir deste mês serão realizadas reuniões regionais, em nove municípios do MS, para alertar os pecuaristas sobre o risco da venda a prazo.

Dácio ressalta que o modelo de venda com 30 dias já é superado porque não cabe ao pecuarista dar prazo para a indústria trabalhar. “Nosso negócio é de longo prazo não temos que absorver um crédito para 30 dias”, afirma. Apesar de as indústrias pagarem o animal à vista com deságio de até 4%, Dácio acredita que a maioria dos pecuaristas prefere essa redução ao risco de não receber pelo animal entregue ao abate.

Para aumentar suas forças e defender a ideia de uma nova forma de comercialização as Federações de Mato Grosso (FAMATO) e Goiás (FAEG), se juntaram a Famasul neste movimento.

“Quando vamos vender uma propriedade, um equipamento, não vendemos sem o mínimo de garantias. Mas, um boi que leva cerca de três anos para chegar ao ponto de abate, comercializamos de forma simplória e sem garantias jurídico-comerciais”, diz o presidente da FAMASUL, Ademar Silva Junior. Ademar explica que a assessoria jurídica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) está estudando instrumentos reais que o produtor possa utilizar como forma de garantia ao gado comercializado com o frigorífico. Um dos estudos que está sendo realizado é em relação à viabilidade da nota promissória rural, por exemplo.

Para o presidente da FAMATO, Rui Prado, é hora de mudanças de paradigmas. “Quem tem que dar prazo aos frigoríficos são os bancos e o não produtor. Se o frigorífico precisa de capital de giro naquele mês, que recorra ao agente financeiro. Mas, parece que virou obrigatoriedade o pecuarista ter de ceder seu capital de giro à indústria”, comenta. Prado admite que se trata de um processo de transição de costumes de mercado e como toda mudança os pecuaristas precisarão de um tempo para absorvê-la. Mas é consenso entre os titulares das Federações dos estados do Centro-Oeste o fato de que, após essa crise, não será mais admissível relações comerciais tão frágeis como as travadas atualmente.

Exemplos como o do Rio Grande do Sul vêm sendo discutidos e começam a ganhar a simpatia dos produtores. Por lá, o preço do animal é definido por meio de uma conta simples: peso x preço do quilo vivo, que gira em torno dos R$ 2,60. A arroba não é usada, e o peso é conferido na balança que a maioria dos pecuaristas tem na propriedade.

Nos últimos 90 dias a venda à vista de bovinos dos produtores para os frigoríficos triplicou, de acordo com cálculos apresentados a jornalistas pelo presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, após a participação de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara.

“Tivemos um aumento de 300%; o que representava 5% há 90 dias agora representa 15% e até 20%”, comemorou. “Já é um volume razoável”, acrescentou.

Nogueira não soube dizer sobre que universo esses números se enquadram, mas explicou que o movimento se espalha pelos Estados com a maior quantidade de produção, como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

Diante dos movimentos do Centro-Oeste, a Associação Brasileira de Frigorifícos (Abrafrigo), se mostra aberta a discussões e novas alternativas. Péricles Pessoa Salazar, presidente da Abrafrigo, enviou um comentário ao BeefPoint onde propõe o estudo de novas modalidades de comercialização.

“A idéia de se pagar o boi pelo peso vivo já é cultivada há algum tempo pela Abrafrigo. Isto não significa dizer que estou propondo esta modalidade, mas sim que devemos estudá-la junto com as entidades dos pecuaristas e analisar a sua viabilidade.

Desde já colocamo-nos à disposição da Famasul e das entidades que representam os produtores a fim de que façamos uma análise conjunta da idéia.

Se o pagamento pelo peso vivo representar um avanço para o conjunto da cadeia produtiva e que atenda interesses comuns das indústrias e dos produtores, não vejo razões para que não a implementemos.

Quanto ao pagamento à vista, vejo como normal este movimento dos produtores. Afinal, a desconfiança gerada pelos pedidos de recuperação judicial foi a causa primária do processo, tornando vítimas muitos pecuaristas e também as pequenas e médias empresas”, completa Salazar.

Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

Estamos recebendo cada vez mais colaborações de leitores informando os preços que estão sendo praticados em suas regiões e comentando fatos que influenciam o mercado do boi e de reposição. Entendemos que esses comentários melhoram as análises realizadas pelo BeefPoint e nos permitem identificar o que está acontecendo em cada região do país. Para realizar este intercâmbio de informações o BeefPoint em parceria com a Bayer criou um formulário para envio rápido de cotações e comentários, para acessá-lo e se cadastrar clique aqui.

O leitor do BeefPoint, Breno Augusto de Oliveira, informou que em Vila Rica/MT o boi gordo tem sido negociado a R$ 70,00/@, prazo de 7 dias e a arroba da vaca é vendida a R$ 62,00.

De Padre Bernardo/GO, Bruno de Melo Pereira comenta que na região de Goiânia os frigoríficos estão ofertando R$ 73,00/@, com prazo de 30 dias e livre dos impostos. Ele também nos enviou o seguinte comentário sobre o mercado de reposição, “bezerros Nelore, de 1ª com 9 meses de idade, pesando 180kg, estão valendo R$ 600,00/cabeça”.

Ajax Gonçalves Junior, de Anaurilândia/MS, nos informou por meio do formulário, que na sua região o mercado segue firme e o boi gordo negociado a R$ 74,00/@, e a vaca gorda a R$ 69,00/@. Ele ainda aponta que bezerros bons (aproximadamente 200kg) são negociados a R$ 630,00 e bezerras desmamadas tem cotação de R$ 440,00/cabeça.

O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 645,59/cabeça, nesta quarta-feira, com variação acumulada de 0,54%, na semana. A relação de troca está em 1:2,05.

No Rio Grande do Sul as expectativas para negócio com animais de reposição não são as melhores. Além de enfrentar a retração causada pela crise, o circuito de terneiros foi pego de surpresa pela seca, que liquidou com as pastagens. O resultado foi queda de 8,9% no preço pago pelos machos e de 12,45% no das terneiras em relação a 2008. A liquidez acabou comprometida e sobraram fêmeas.

No entanto, frente aos obstáculos, o outono não foi dos piores. A média de preço do quilo vivo dos machos ficou em R$ 2,75 e a das fêmeas, em R$ 2,53 no levantamento feito pelo Correio do Povo em 62 das 63 feiras oficiais e remates particulares. A pesquisa revela faturamento de R$ 31,17 milhões com a venda de 60.124 terneiros, terneiras e vaquilhonas ante aos R$ 32,8 milhões comercializados no ano passado. A queda não foi maior pelo aumento da oferta. “O impacto da crise foi mais profundo do que se esperava, e muitas compras não se confirmaram pela escassez de alimento. Dentro do possível, foi um bom resultado”, analisa Jarbas Knorr, presidente do Sindicato dos Leiloeiros do Estado (Sindiler).

Para o diretor da Farsul e pecuarista, Carlos Simm, a estiagem deixa uma lição. “É preciso ser mais previdente na formação de reservas de forrageiras”. Simm defende que os estoques de pasto teriam garantido maior fluidez aos negócios e que serão uma vantagem no circuito de primavera. Isso porque, com a oferta de boi gordo já escassa no Estado, a tendência é de elevação de preços nos próximos meses, aposta o leiloeiro Eduardo Knorr.

“O setor está reagindo, temos recebido diversas consultas, especialmente de outros estados”, assegura Gonçalo Silva, da Trajano Silva Remates, apesar dos últimos resultados.

Segundo notícia da Agência Estado, os principais executivos dos frigoríficos afirmam que a alta do boi gordo não ameaça a intenção de elevar o nível de produção, e demonstram segurança na possibilidade de repasse da alta da matéria-prima para os preços finais.
Ações de frigoríficos avançam mais que o Ibovespa Quanto à concessão de crédito, que enfrentou sérias restrições após os problemas de insolvência enfrentados por grandes competidores, há sinais de recuperação, mas os custos continuam elevados.

“A disponibilidade de crédito é maior, mas os custos ainda são bem superiores aos verificados antes de setembro”, diz o analista da agência de classificação de risco Moody´s Soummo Mukherjee. Segundo ele, até o momento, os efeitos do pacote de R$ 10 bilhões anunciado pelo governo ao setor agroindustrial, a serem liberados por meio de linhas de capital de giro, ainda não foram sentidos na prática. “Ainda demora um tempo para as empresas conseguirem acessar”, observa.

Na opinião do diretor-executivo da Associação Brasileira dos Exportadores de Carnes (Abiec), Otávio Cançado, existe um sentimento de melhora para o setor no segundo semestre. “Ainda não voltamos aos mesmos patamares anteriores à crise, mas as taxas de juros estão caindo, os prazos para pagamento de empréstimos estão aumentando e as linhas de financiamento, especialmente os Adiantamentos de Contrato de Câmbio (ACC), estão voltando”, afirma. Além disso, com a queda do dólar, ações de empresas relacionadas a commodities passaram a ser um investimento atrativo para fundos que estão fugindo da moeda americana, diz Cançado.

Apesar de ainda não existirem fundamentos sólidos o suficiente para justificar a forte valorização das ações dos frigoríficos, as expectativas para o setor são animadoras no longo prazo. O potencial de aumento da demanda externa é maior, já que os estoques nos países importadores recuou bastante desde o início do ano e estão sendo refeitos aos poucos.

Além disso, o aumento da cota Hilton para o Brasil é um sinal de que a Europa está interessada na carne nacional. Aliado a esses fatores, os problemas de abastecimento na Argentina podem fazer com que o país deixe de ser um exportador e se torne um importador líquido de carne bovina, abrindo mais espaço para o Brasil no mercado internacional.

Essa possível retomada não justifica a euforia na negociação das ações dos frigoríficos verificada nas últimas semanas. Fatores isolados, como fusões e aquisições de empresas e seus desdobramentos para os atuais agentes do setor, estariam influenciando o movimento dos papéis na BM&FBovespa. “Há uma percepção geral de que o pior da crise já passou, especialmente em comparação com a situação do quarto trimestre de 2008 e do primeiro trimestre deste ano. Mas ainda é muito cedo para falar concretamente. Só vai dar para analisar a profundidade da recuperação quando as companhias divulgarem os balanços do segundo trimestre, já que as exportações de março e abril mostraram reação”, afirma Soummo Mukherjee.

No período de 30 dias até o fechamento do mercado na quarta-feira, dia 10, as ações da JBS Friboi acumularam alta de 15,29% na Bovespa, os papéis do Marfrig avançaram 44,28% e os do Minerva, 45,36%. Apesar de o período ter sido marcado por otimismo no mercado de ações, a valorização do setor é superior à média. No mesmo intervalo, o Ibovespa teve valorização de apenas 3,92%.

A BM&FBovespa acumulou baixa durante a semana, mesmo com a variação positiva dos contratos que vencem em setembro e outubro. O primeiro vencimento, junho/09, fechou a R$ 81,50/@, na quarta-feira, com variação acumulada de -R$ 0,27 na semana. Outubro/09 registrou variação positiva de R$ 0,59, fechando a R$ 88,33/@.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 04/06/09 e 10/06/09

No atacado da carne bovina os preços enfraqueceram e o equivalente físico registrou queda de 1,99%, sendo calculado em R$ 73,94/@. Na última quarta-feira, o traseiro foi cotado a R$ 5,80, o dianteiro a R$ 4,20 e a ponta de agulha a R$ 3,90. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente subiu para R$ 6,45/@, piorando as margens dos frigoríficos.

Tabela 2. Cotações do atacado da carne bovina

Na semana passada a pecuária paraense sofreu fortes ataques de ONGs ambientalistas e pecuaristas e indústrias do Estado foram notificadas de ações do Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República do Pará, contra crimes ambientais.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) manifestou sua perplexidade e preocupação com a ação do Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República do Pará, em relação às redes de supermercados e frigoríficos do Estado que comercializam carne e derivados adquiridos de propriedades rurais acusadas de crimes ambientais, notificadas como responsáveis solidários, sujeitas a penalidades.

Segundo a Confederação, tais medidas, adotadas com base em ação civil pública recém proposta e não julgada, inviabilizam toda a cadeia da pecuária de corte do Estado, que responde por 35% do abastecimento de carne do País. Esta ação afeta não só o setor primário, a indústria e o comércio, mas principalmente o emprego e os consumidores.

A mensagem assinada pela presidente da entidade, Senadora Kátia Abreu, informa que a CNA, no uso de suas atribuições, adotará todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis para coibir excessos e arbitrariedades em tais procedimentos, bem como para recompor os graves prejuízos gerados por este lamentável episódio.

“Finalmente, é importante destacar que, além de ocasionar perdas econômicas para a cadeia da carne nacional, os atos cometidos pela Procuradoria da República do Pará denigrem a imagem que o produto brasileiro vem conquistando nos mercados consumidores de todo o mundo” finaliza o informe da CNA.

Em resposta às ações do Ministério Público Federal do Pará, Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart informaram a suspensão da compra de carnes de 11 frigoríficos apontados como comercializadores de gado criado em área de devastação da Amazônia. Entre eles estão alguns dos maiores frigoríficos do país, como Bertin e Minerva.

Segundo as redes varejistas, a iniciativa inclui a notificação dos frigoríficos, a suspensão de compras das fazendas denunciadas e exigências de guias de trânsito animal anexadas às notas fiscais dos frigoríficos.

“Como medida adicional, as três redes solicitarão, ainda, um plano de auditoria independente e de reconhecimento internacional que assegure que os produtos que comercializam não são procedentes de áreas de devastação da Amazônia”, afirmaram em comunicado, assinado em conjunto com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados).

Hoje, o leitor do BeefPoint, Paulo Westin Lemos, de Campo Grande/MS, nos escreveu uma carta muito interessante onde trata da necessidade de sustentabilidade e melhora nas legislações e ações do Governo brasileiro. Acompanhe alguns trechos desse comentário:

“Nossa legislação ambiental, segundo consta, é uma das mais rigorosas do mundo. Também uma das mais complicadas, um verdadeiro imbróglio de leis, portarias, decretos e MPs de órgãos municipais, estaduais e federais, muitas vezes conflitantes entre si. Esse rigor da lei, não se mostrou eficaz até hoje, na prevenção de desmatamentos ilegais. Será que não está na hora de se pensar em ações de incentivo à preservação através de vantagens financeiras ou fiscais?

Sabemos que a pobreza é o maior inimigo do meio ambiente, além da ganância de alguns, claro, mas o certo é que quando se sente no bolso o valor da preservação fica muito mais fácil. Ao mesmo tempo, seria interessante criar mecanismos que tornem a recuperação de áreas degradadas mais interessante economicamente, do que abrir novas áreas. Temos milhões de hectares de áreas degradadas que poderiam se beneficiar duplamente: a recuperação que traria benefícios ambientais e a redução do desmatamento. Pastagens bem manejadas tornam positivo o balanço de seqüestro de carbono, além da conservação do solo que é importantíssimo. Se o caminho da punição não tem funcionado, será que se ao mesmo tempo houver incentivos não seria melhor?”.

Importação de gado do Paraguai

Após muita discussão com pecuaristas e frigoríficos, sobre a criação de um corredor para importação de animais do Paraguai, o Governo do Mato Grosso do Sul decidiu que a melhor solução para o problema da oferta de animais para abates em Porto Murtinho/MS será conceder incentivos para a pecuária da região, alternativa apresentada pelo presidente da Acrissul e diretores da entidade, em reunião na semana passada.

O governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, autorizou a redução da carga tributária sobre gado destinado ao abate em Porto Murtinho/MS, com o objetivo de garantir escalas para o frigorífico Marfrig, aumentando a competitividade do gado da região e, assim, evitar a importação de bovinos do Paraguai. A medida foi anunciada em entrevista coletiva no final da manhã da última quarta-feira (10/06) pelo presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, que foi incumbido pelo próprio governador de dar a notícia.

Para Maia, a medida foi um amadurecimento da relação política entre o governo e os pecuaristas, no intuito de não quebrar os elos da cadeia produtiva, “o que só traria prejuízos para todo mundo”. O frigorífico abate cerca de 600 animais por dia – e sua capacidade é para 800. Com isso garante-se o emprego de cerca de 450 pessoas. A indústria assumiu ainda o compromisso de realizar, além da matança, a desossa de carcaças, numa outra etapa, o que abriria outras 400 frentes de trabalho.

Para finalizar, Maia afirmou que o governo do Estado não revelou a quais índices foi reduzida a carga tributária para a pecuária de Porto Murtinho, “mas o fato é que o governador André Puccinelli atendeu o pedido da Acrissul e o risco de Mato Grosso do Sul enfrentar a concorrência do gado paraguaio é assunto encerrado”, arrematou.

Independência

Essa semana, o Frigorífico Independência apresentou a documentação necessária e teve sua recuperação judicial deferida pelo Juízo da 1ª Vara Judicial do Foro Distrital de Cajamar/SP.

“Diante disso após apresentação do esboço do edital a magistrada Adriana Nolasco da Silva, ordenou a competente publicação o que foi feito junto ao Diário de Justiça do Estado de São Paulo no dia 2 de junho de 2009, no Caderno 5, páginas 250 a 274”, relatou o assessor jurídico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Armando Biancardini Candia. Ele ressalta que “o mais importante é que houve o deferimento da Recuperação, fato que caracteriza que o Frigorífico realmente encontra-se em recuperação judicial”.

A partir dessa data passam a contar prazos importantes. Neste primeiro momento, após ter acesso às informações contidas no edital, os credores deverão manifestar em 15 dias, ou seja, até a data de 18 de junho, acerca de seus créditos ou mesmo habilitação caso seu crédito não conste do edital.

A recomendação é que os pecuaristas chequem na lista de credores do edital se seus créditos correspondem à realidade. Em caso de inconsistências os produtores devem acionar seus advogados e as ratificações devem ser feitas no Fórum de Cajamar, em São Paulo.

No País, a dívida do grupo é estimada em mais de R$ 3 bilhões, principalmente com bancos. Da dívida com os bancos, R$ 2,28 bilhões estão sujeitos à recuperação judicial. Outros R$ 225,3 milhões referem-se a débitos do frigorífico com fornecedores.

No rastro dessa divulgação, o Independência comunicou o fechamento de suas unidades em Colíder, Pontes e Lacerda e Juína no estado do Mato Grosso e a paralisação das atividades de abate, desossa e logística da unidade de Nova Andradina/MS.

De acordo com a nota divulgada pela empresa, estas medidas irão resultar em uma demissão de aproximadamente 1.100 colaboradores e na realocação de alguns funcionários em outras unidades. Cada unidade permanecerá com um mínimo de colaboradores necessário para segurança e manutenção do ativo.

Segundo o Independência, “os fechamentos e as reduções nestas unidades são parte de um programa em andamento de ajuste das operações do Independência à realidade do mercado atual. O cronograma de reabertura de unidades constará do Plano de Recuperação do Independência a ser apresentado ao Processo de Recuperação Judicial da empresa nas próximas semanas”.

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  1. Antonio Geraldo Martinelli disse:

    Gostaria primeiramente de parabeniza-los pela invenção deste formulario ,onde o produtor tem a oportunidade de dizer a quem vai informar o preço do gado de determinada região o real preço por ele praticado.Apenas gostaria de pedir se possivel a inclusão do preço de bezerros e bezerras oriundo de cruzamento industrial.Sou produtor de desmamas ,macho e femea de canchim com nelore e tambem agora estou fazendo o cruzamento de femeas F1 canchim nelore com touros guzerá.Vendi no dia 06 de junho de 2009 no municipio de Agua Clara MS desmama de cruzamento industrial macho por 700,00 reais;as femeas foram comercializadas por 530 reais. O peso respectivamente era de 220kg para os machos e 200kg para as femeas.Espero ser atendido pelos senhorew ;muito obrigado Geraldo Martinelli