A partir de janeiro de 2005, União Européia exigirá de seus fornecedores não só a comprovação da origem do animal, mas a rastreabilidade de toda a cadeia produtiva de alimentos, incluindo a ração e o controle de resíduos químicos, entre outros pontos.
O lembrete foi feito por Rui Eduardo Vargas, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante o II Seminário Internacional de Rastreabilidade e Segurança do Consumidor, em São Paulo.
O técnico defendeu a iniciativa brasileira que criou em poucos meses o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov). “A comprovação de origem já está em vigor e, se não agíssemos rápido, perderíamos o acesso ao mercado europeu”.
Ele explicou que desde 1997 três regulamentos foram publicados na União Européia exigindo a identificação do animal, a estruturação de uma base de dados informatizada por país, o estabelecimento de um “passaporte” para cada animal, registrando seu deslocamento e movimentação entre propriedades e elos na cadeia produtiva, além do registro individual nas fazendas, abatedouros e frigoríficos.
De acordo com Vargas, o Brasil discute a proposta de controle de origem por propriedade e não a identificação individual automatizada por questões práticas e pelo tamanho de seu rebanho bovino – 180 milhões de cabeças – o que exigiria investimentos pesados de pecuaristas de todos os portes. “Não seria justo impor isso somente aos 20% que exportam”, avalia.
Fonte: Diário de Cuiabá, adaptado por Equipe BeefPoint