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Serasa traça perfil das dívidas de produtores rurais

O valor médio das dívidas em aberto dos produtores rurais era três vezes maior que o dos demais cidadãos com inadimplência em agosto, segundo estudo recém-concluído pela Serasa Experian. De acordo com os dados compilados pela empresa, os débitos não pagos dos produtores somavam, em média, R$ 3.158 no mês, ao passo que os dos cidadãos “comuns” chegavam a R$ 1.215.

“A natureza do endividamento mostra que os financiamentos feitos pelos produtores estão diretamente ligados a investimentos e custeio, já que eles utilizam o recurso financeiro periodicamente para financiar suas atividades produtivas”, afirma Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, em nota enviada ao Valor.

Segundo ele, levando-se em consideração que é possível contrair mais de um débito no mesmo CPF, e o tíquete médio apontado (R$ 3.158), é de se supor que cada produtor tinha em agosto, em média, três dívidas por CPF, ou mais de R$ 9 mil.

“Além disso, o Indicador de Inadimplência da Serasa Experian mostrou que 42% da população adulta estava negativada no país também em agosto de 2022. A última análise sobre o cenário dos produtores rurais, de abril, registrou um percentual menor, de 15,8%”, informou a empresa.

O estudo também identificou diferenças entre o perfil da dívida dos produtores e dos cidadãos comuns. Enquanto as pessoas em geral que estavam inadimplentes em agosto tinham maior negativação na área de bancos e cartões (28,8%), a dívida dos produtores era maior no segmento de “utilities” (40,1%).

“Apesar de ambos serem considerados pessoas físicas, já que o crédito rural possui um subsídio específico que acaba mitigando a procura dos produtores rurais pela abertura de um CNPJ, esse trabalhador utiliza as linhas de crédito como fonte de financiamento de sua atividade produtiva no campo, diferentemente do cidadão comum”, reforça o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta.

“Dessa forma, os produtores evitam ficar inadimplentes no setor de bancos e cartões para não perderem o limite de crédito, uma vez que necessitam do recurso financeiro para custear insumos e seguir atuando”, completa.

Mesmo com dívidas mais concentradas no segmento de utilities, também entre os produtores é o segmento de bancos e cartões que impulsiona o tíquete médio dos débitos na categoria (R$ 8.412, em média, em agosto).

Fonte: Valor Econômico.

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