Principais indicadores do mercado do boi – 28-05-2013
28 de maio de 2013
Celina Maciel: nossa classe produtora deve se conscientizar da importância de produzirmos carne de qualidade
28 de maio de 2013

Sérgio Barbieri: não adianta produzir, querer valor pelo produto, se na outra ponta o consumidor não estiver estimulado

No dia 5 de abril foi realizado o Beef Summit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento foi organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O Beef Summit Sul reuniu nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

No dia do evento, o BeefPoint homenageou as pessoas que fazem a diferença na pecuária de corte no Sul do Brasil através de um prêmio. Houve vários finalistas, em 19 categorias diferentes.

Os nomes foram indicados pelo público; em uma primeira etapa, através de um formulário divulgado pelo BeefPoint. Na segunda etapa, o público escolheu através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor essas pessoas, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Confira abaixo, a entrevista com Sérgio Barbieri, um dos indicados ao Prêmio BeefPoint Edição Sul, na categoria Terminador.

Sérgio Renato Dias Barbieri 01

Sérgio Renato Dias Barbieri mora em Bagé – RS. É formado em Administração, pecuarista e empresário no ramo de metalurgia e locação de equipamentos de elevação de carga.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do sul do Brasil hoje?

Sérgio Barbieri: Nos últimos anos a qualidade do nosso rebanho que é baseado em raças britânicas, vem melhorando cada vez mais devido à valorização e reconhecimento na sua qualidade. Manter essa valorização e este processo produtivo, vejo como um desafio diário para que se mantenha uma boa pecuária de corte.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuária do futuro no sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Sérgio Barbieri: Exemplo de pecuária no Sul do Brasil, considero que seja aquele que integra agricultura com pecuária, maneira a qual se reduz custos e agrega valor ao sistema produtivo obtendo resultados positivos. Admiro o Gedeão Pereira.

BeefPoint: Como podemos vender a carne do sul do Brasil de forma diferente e especial, em outras regiões do Brasil e no exterior?

Sérgio Barbieri: Simplesmente com um bom marketing, pois não estaríamos falando, mostrando e degustando nada mais do que a verdade em relação aos nossos produtos.

BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando em inovação?

Sérgio Barbieri: Temos muitas coisas novas que estão chegando e por vir. Vou colocar como prioridade algo bem simples, que sempre vem sendo usado sem surpresa nenhuma, porém, nos últimos anos os criadores passaram a usar em escala maior e muitos passaram a aderir, que é a inseminação artificial em tempo real, proporcionando agilidade, qualidade e padrão de gado na propriedade.

BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no sul do Brasil?

Sérgio Barbieri: Eu acho que o setor está no caminho certo, nunca tivemos tantos eventos significativos como estamos tendo agora, porém o produto que produzimos chega à mesa de milhões de brasileiros e o melhor mecanismo de divulgação ainda é a TV, vejo pouco deste tipo de divulgação no estado, diferentemente dos outros. Não adianta produzir, querer valor pelo produto, se na outra ponta o consumidor não estiver estimulado ao seu consumo.

BeefPoint: O que você implementou de diferente na sua atividade em 2012?

Sérgio Barbieri: Estamos encurtando o ciclo de terminação gradativamente (de no máximo para 32 meses) apesar de já termos em 2012 abatido 60% com até 24 meses e com peso médio de 500Kg/cab.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Sérgio Barbieri: Aliamos tecnologia em pastagens para encurtar nosso ciclo de produtividade e fertilidade dentro da propriedade.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E porquê?

Sérgio Barbieri: Abater 100% do nosso gado com 24 meses e peso médio de 500 Kg/cab. aumentando assim o número de matrizes e mantendo a qualidade.

BeefPoint: Qual sua mensagem para os pecuaristas, para a indústria frigorífica e para o varejo?

Sérgio Barbieri: A mensagem para a pecuária e para a indústria seria a mesma.

Vejo a relação entre pecuária e indústria muito normal dentro da visão empresarial, o produtor tem que produzir qualidade (a qual não está relacionada com quantidade) e a um custo baixo para prover lucro. Indústria quer quantidade com qualidade para diluir custos e obter resultado. Sempre vai ter quem ache que está recebendo pouco e alguém não pode pagar mais.

Programas de bonificação vieram agregar remuneração àqueles que produzem qualidade, porém tirar este programa ou até mesmo diminuir como houve há pouco com relação a animais 6 dentes, vem trazer uma certa desestimulação à cadeia produtiva.

Temos que ter cuidado para não desestimular o setor que respondeu prontamente quando o programa foi criado, obtendo assim um grande sucesso, no qual acarretou nos dias de hoje a divulgação da nossa carne.

Resumindo: produtor tem que produzir qualidade dentro das exigências do mercado. Indústria tem que manter o produtor remunerado e incentivado, para produzir o que o mercado exige.

Post relacionado:

Beef Summit Sul: confira a lista de homenageados do Prêmio BeefPoint

Os comentários estão encerrados.