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Setor calçadista quer manter imposto sobre wet blue

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) deverá discutir amanhã uma proposta de suspensão da cobrança de alíquota de 9% nas exportações brasileiras de couro em estágio wet blue (matéria-prima). Essa possibilidade é combatida pelas principais entidades do setor, que argumentam que a taxação tem sido de grande importância para a manutenção da competitividade do complexo coureiro-calçadista brasileiro.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) deverá discutir amanhã uma proposta de suspensão da cobrança de alíquota de 9% nas exportações brasileiras de couro em estágio wet blue (matéria-prima). Essa possibilidade é combatida pelas principais entidades do setor, que argumentam que a taxação tem sido de grande importância para a manutenção da competitividade do complexo coureiro-calçadista brasileiro.

Em ofício aos membros da Camex, a presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo (ACI-NH), Fatima Daudt, lembrou que a política brasileira de restringir as exportações de couros wet blue é seguida por outros países produtores de couro.

Por exemplo, a Argentina e Rússia, que produzem 13 milhões de couros por ano cada, taxam as peles nesse estágio em 15% e 20% respectivamente. Já a Índia, que fabrica 40 milhões de couros anualmente, proíbe a venda das peles wet blue ao exterior.

Segundo Fatima, essa restrição auxilia na geração de emprego e renda no País através da agregação de valor resultante da exportação dos mesmos couros em estágios mais avançados e em calçados e artefatos. “Não adianta ficar no Brasil somente a parte inicial do processo para que o acabamento seja feito lá fora. O tempo de exportar apenas matérias-primas já passou, não somos mais vendedores de pau-brasil”, destaca.

A presidente também lembra que os defensores do fim da taxação estão localizados em estados com muita matéria-prima e poucas indústrias desenvolvidas no setor, como Goiás. Já o Rio Grande do Sul, onde a área coureiro-calçadista é mais avançada, participa de apenas 3% das exportações brasileiras de wet blue.

As informações são do Jornal do Comércio/RS, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Carlos Sant´Ana disse:

    Nenhuma outra matéria prima tem, provavelmente maior potencial de geração de emrego e renda no Brasil do que o couro. A industria coureiro calçadista utiliza exatamente o tipo de mão de obra de baixa escolariadade, mas com treinamento especializado que temos no Brasil. Nossa capacidade instalada de fabricação de calçados e outros produtos do couro é imensa. O couro é pois um produto estratégico para o Brasil.

    Quando o exportamos a baixo valor para países como a China, estamos alimentando nosso principal concorrente com a nossa vantagem estratégica.

    A exportação de couro pouco benefciado deve manter-se taxada etalvez a exportação deva ser inibida pelo aumento das taxas de exportação.

  2. Olavo Brasil disse:

    A produção de couros no Brasil, é muito superior a capacidade que as fábricas de sapatos tem capacidade de absorver, e mais grande parte do couro utilizado é IMPORTADA, devida a qualidade do couro exigida pela industria calçadista.
    E a exportação de boi vivo ?? Esse sim não agreda valor nenhum… não parece um contra senso ??