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Setor discorda da informação divulgada pela Greenpeace

Pecuaristas criticam o relatório da Greenpeace sobre a responsabilidade pelo desmatamento da Amazônia. O relatório divulgado recentemente, denominado "Slaughtering the Amazon" (algo como Abatendo a Amazônia), dessa vez responsabiliza a cadeia pecuária pelas ações de desmatamento na floresta amazônica. A ONG aponta que 80% desses desmatamentos são resultado da expansão da pecuária na região. Ainda de acordo com o relatório, o setor seria responsável por 14% de todo o desmatamento mundial, ou seja, o principal motor da redução das florestas em todo o mundo. Dirigentes da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e da Associação das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) decidiram ontem iniciar uma ofensiva contra o relatório da ONG.

Os pecuaristas mato-grossenses criticaram o relatório da Greenpeace sobre a responsabilidade pelo desmatamento da Amazônia. O relatório divulgado recentemente, denominado “Slaughtering the Amazon” (algo como Abatendo a Amazônia), dessa vez responsabiliza a cadeia pecuária pelas ações de desmatamento na floresta amazônica. A ONG aponta que 80% desses desmatamentos são resultado da expansão da pecuária na região. Ainda de acordo com o relatório, o setor seria responsável por 14% de todo o desmatamento mundial, ou seja, o principal motor da redução das florestas em todo o mundo.

O Greenpeace co-responsabiliza também compradores de produtos e subprodutos da pecuária brasileira pelo desmatamento, citando nominalmente empresas varejistas como Tesco, Sainsbury´s, Morrisons e Marks and Spencer, e indústrias de calçados como Nike, Adidas e Clarks Shoes, que usariam couro do gado criado na região.

“Não há o mínimo fundamento neste relatório”, reagiu o vice-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes. Segundo ele, o relatório “é um equívoco”. Lembrou que a pecuária não está se expandindo pela Amazônia, como denuncia a ONG. “O controle na Amazônia está sendo eficiente e, além disso, o pecuarista não tem dinheiro para fazer esta inversão de capital, deslocando seus investimentos para a Amazônia”.

Bernardes informou que apenas 20% das pastagens estão na região amazônica. “Nos últimos anos praticamente não tivermos abertura de área e a tendência é de que as áreas degradadas sejam reincorporadas ao processo produtivo. Mato Grosso tem áreas abertas suficientes para produzir sem derrubar”.

Segundo o pecuarista e ex-presidente da Acrimat, Walderbrad Coelho, Mato Grosso conta com mais de 200 mil hectares de terra degradadas que podem ser reincorporadas à produção. “Podemos formar novas invernadas sem derrubar árvores. Este relatório está furado”.

O pecuarista Anildo Lima Barros disse que atualmente o produtor está mais consciente e as atividades de desmatamento praticamente deixaram de existir no Estado.

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, considerou o relatório “vago”, sem dados confiáveis. “Os dados que temos, levantados pela empresa norte-americana Synoptica, mostram que a área de pastagens em Mato Grosso não aumenta há cinco anos. “Continuamos com os 26 milhões de hectares que já estavam abertos”, disse Vacari, apontando que 90% das pastagens de Mato Grosso existem desde 1996. “Além disso, na região norte do Estado, onde estão concentradas nossas florestas, continuamos com um ótimo aproveitamento de pastagem na relação unidade/animal. Enquanto a média nacional é de 0,7 animal por hectare, na região de Mato Grosso esta relação chega a ser de até 1,2 animal/hectare”.

CNA e Abiec

Um inédito acordo entre pecuaristas e frigoríficos pode resultar na abertura de um processo judicial contra a ONG ambientalista Greenpeace.

Dirigentes da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e da Associação das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) decidiram ontem iniciar uma ofensiva contra o relatório da ONG.

As entidades apontam inconsistências no levantamento divulgado nesta semana pelo Greenpeace, como a confusão entre os conceitos de Amazônia Legal, mais amplo, e Bioma Amazônico. No Pará, por exemplo, a Abiec afirma existir apenas uma empresa associada e 14 unidades habilitadas à exportação.

A culpa da devastação, de acordo com a entidade, seria dos estabelecimentos clandestinos. No Pará, haveria oito “empresas informais”. Em Mato Grosso, seriam 30, segundo a Abiec.

As informações são do Diário de Cuiabá e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Paulo Westin Lemos disse:

    Pessoas que conhecem muito bem o mercado europeu de carnes, sempre dizem que a imagem do Brasil lá fora é muito ruim. Quando não são motivos sanitários, são ambientais ou sociais. Dizem também que o consumidor europeu, por exemplo, é muito sensível a este tipo de argumentos, ao decidir sua compra. Acontece que nós sabemos que estas noticias de desmatamento da Amazônia são manipuladas, que existem fortes interesses internacionais para o enfraquecimento do Brasil como líder em produção e exportação em carnes. Nossa competitividade é imbatível frente aos outros países e isso logicamente contraria interesses diversos. Os irlandeses por exemplo que o digam e sabemos do que foram capazes de fazer para defender o mercado deles, vão para a briga, custe o que custar. Uma mentira repetida mil vezes, acaba se transformando numa verdade, como diz o ditado.
    Ações da CNA e ABIEC de contestar este tipo de noticia, mostra que estamos no caminho da maturidade, impondo o respeito que merecemos e principalmente divulgando incansavelmente que aquele Brasil, da forma como tinham a imagem lá fora, evoluiu muito e logicamente tem muito a evoluir. Nosso marketing é tão insignificante que praticamente não existe e disso se aproveitam nossos concorrentes lá fora, espalhando mundo afora noticias que possam nos prejudicar. Não é tarefa fácil nem rápida e nem barata, mas inevitavelmente teremos que investir muito mais em nosso marketing para mudar uma imagem do Brasil que foi se consolidando durante décadas, tanto lá fora como aqui dentro também. Nós sabemos que nosso produto é bom, é saudável e produzido de maneira sustentável mas é preciso que o consumidor saiba e se convença disso, tanto no exterior como no mercado interno. Pessoas ligadas à mídia, formadores de opinião, artistas, nutricionistas dentre outros, precisam estar bem informados sobre as verdades das carnes vermelhas, sua produção e maneiras corretas de se consumir, para que noticias sensacionalistas ou da moda, não tenham repercussão negativa ou tragam uma falsa imagem da nossa carne vermelha.

  2. Carlos Marcelo Saviani disse:

    Nao adianta ficar “brigando” com o Greenpeace apenas com palavras. Se queremos realmente mostrar que a pecuaria nao e a culpada pelo desmatamento precisamos encomendar um estudo a uma consultoria de renome e divulgarmos os seus resultados aos 4 ventos usando uma assessoria de imprensa competente.

    Este estudo deve conter, por exemplo, uma planilha real de Ganhos&Perdas (P&L se preferirem) de uma fazenda a ser desmatada na Amazonia mostrando que e a madeira a principal fonte de lucro do desmatamento e nao o boi que invariavelmente sera colocado la depois (e isto, quem e do setor e conhece a regiao, sabe que e o que acaba realmente acontecendo como consequencia, colocando a pecuaria como a principal vila do desmatamento).

    E nao vejo outra entidade para fazer isso senao a CNA, com o apoio da ABIEC. Srs Roberto Gianetti da Fonseca e Antenor Nogueira, por favor, nao deixem de tocar esta ideia para frente!

  3. Fábio Talayer Torres disse:

    Eles são mais eficientes impedindo a caça às baleias ….

  4. Jucelino dos Reis disse:

    Parabéns aos proponentes da ação.
    È isso mesmo, a cada acusação furada, a cada manifestação mentirosa, a cada relatório mal intencionado que venha em prejuízo da cadeia da carne e por conseqüência do país, justiça neles. E tem que pedir bastante, proporcional ao dano causado. Quem sabe se doer no bolso (deles), fiquem mais responsáveis.

  5. Antonio Silvio Abeid Moura ( Silvio Moura ) disse:

    Como disseram os colegas, o consumidor europeu é SENSÍVEL a estas colocações. O problema é esse tipo de ação encontrar ECO aqui dentro, movidas por ongs e grupos ideológicos que só fazem atacar o setor produtivo, seja qual for. Porque a nossa população urbana dos grandes centros, tão distante do mundo rural, também é sensivel a isso.

  6. claudio dabus figueiredo disse:

    Como podemos perceber, a nossa briga tem pelo menos duas frentes: a externa e a interna. E os dois exemplos obvios dos contrarios são o greenpeace e o moço do colete, respectivamente. Cabe a nos a contraposição a essas ações de desgaste que eles fazem despencar sobre nossas cabeças.Primeiro , temos de largar o comodismo, e nos engajarmos politicamente para defendermos os nossos interesses, e uma boa hora é agora, que temos uma representante ativa,conhecedora dos nossos problemas,e muito boa de briga.(assim me parece)Por que não nos colocarmos a disposição da presidente da CNA,Katia Abreu,para o que ela precisar??(para mim não é valido o argumento de que ja pagamos o imposto sindical, e a confederação ja tem a obrigação de nos defender,pois acho que se pagamos temos a obrigaçao de saber o que é feito dp nosso suado dinheiro,e a melhor forma de fiscalizar é fazer parte efetiva da confederaçaõ.). E outra ação é a proposta pelo Carlos Marcelo Saviani, descrita por ele acima, com quem cocordo plenamente.

  7. claudio dabus figueiredo disse:

    Me esqueci de citar o Paulo Westin Lemos ,com quem tbem concordo.

  8. Luiz Rodolfo Riccelli Galante disse:

    O que seria do mundo sem o Greenpeace? Fazíamos esta mesma pergunta antes do PT virar Governo – O que seria do Brasil sem o PT? O PT virou Governo. Deu no que deu. Mas, como nosso colega comenta, o Greenpeace ajudou a salvar as baleias. O PT também fez algumas coisinhas. Só que é mais competente na oposição, convenhamos. talvez o papel dessas ONGs seja exatamente esse.

    A realidade é que estamos sim consumindo carne, madeira e uma infinidade de produtos que vem não só da Amazonia, mas de mão de obra semi-escrava, de indústrias poluidoras, de propaganda enganosa. E é verdade também que neste país o problema não é a falta de Leis, mas o cumprimento delas. Todos nos indignamos diariamente com a impunidade de políticos e empresários corruptos, com a morosidade da Justiça, com a falta de uma política educacional consistente, que remunere bem professores. Sem falar na distribuição de renda da população. E a sonegação fiscal e fraudes nos frigoríficos é gritante, parte da cultura do setor.

    Em artigo de revista espanhola fazem 15 anos, o título já sugeria “O McDonald´s está destruindo a Amazônia”. Eram espanhóis radicais? Naquela época sim. E agora?

    De fato, muitos jovens europeus cheios de cultura e consciência cívica fumam seu baseado numa boa, mas de onde vem o tal cigarrinho? Será que assistiram “Tropa de Elite” ou “Cidade de Deus”. Se assistiram ou não, aquilo para eles é arte, eles não estão nem aí. E será que o consumidor de lá quer mesmo saber qual a procedência da carne, ou seus líderes estão só querendo criar mais barreiras não tarifárias, alinhando-se aos EUA como sempre fizeram? Basta ver a política protecionista de subsídios agrícolas. Quem dera tivéssemos algo parecido. Salve-se quem puder!

    Pecuária: Lógico que criar boi é caro. Não sejamos hipócritas, basta olhar para os telhados de nossas casas que está lá a Amazônia – natureza morta. E de onde tiraram as árvores, vem a braquiária, vem o gado. Sustentabilidade zero.

    Deveríamos estar todos cavando tanques para produzir espirulina, afinal, a produção de proteína por hectare é absurdamente maior. Esse é o raciocínio dessas ONGs – simplista, radical, superficial, sem inserir as sociedades humanas no meio ambiente. Acham que o bicho homem pode comer ração e usar macacão, raspar a cabeça, não poluir, não se perpetuar. Teríamos que deletar milênios de história e pronto. Muito infantil, patético.

    Mas enquanto os pecuaristas e frigoríficos ficarem nessa queda de braço, simplesmente querendo desmentir e contradizer números, continuamos dando corda para os ecochatos. Eles questionam que mundo vamos deixar para nossos filhos. Nós, parte real da cadeia produtiva, devemos seguir uma outra ordem: que filhos vamos deixar para nosso mundo. Este tipo de mensagem tem circulado na internet, mas qual o resultado disso na cabeça e nas ações de nossos líderes? No meu ponto de vista, a lógica capitalista não permite que seja diferente.

    Para desgosto do Greenpeace, vai acabar tudo mesmo.

  9. João Adalberto Ayub Ferraz disse:

    Vimos tudo nesses anos, agora temos o Greenpeace a vociferar em nome de grupos obscurecidos pelo anonimato do financiamento a ONGs, que só sabem ganhar em Dolares e Euros.
    Falando em social, poluição, devastação, só mesmo na mente insana dos ambientalista, que talves não saibam regar um vaso de samambaia, ou trabalhar o cultivo de orquídeas, etc.
    É sabido que madereiras são as responsáveis, e fatalmente depois vem o boi ou qualquer outro tipo de atividade de ocupação da terra.
    A ingerência desses grupos deveria se preocupar mais com a pobresa das periferias, precionar os governos com a falta de segurança, tráfico,etc., mas o problema é Dinheiro, e a melhor maneira de combater e atrapalhar a competência do nosso agronegocio, é justamente interferindo no volume da nossa produção, que sabidamente avança nos mercados internacionais.

  10. Carlos Galipolo disse:

    Miren amigos del Brasil.
    Esta ONG´s es tan extraña que hay veces que no se sabe si esta a fovor de la ecología o esta a fovor de algunas empresas o sectores empresariales.
    Me remito a recordarles lo que nos sucedio en Uruguay con esta supuesta defensora de la ecología.
    Cuando la empresa filandesa de celulosa Botnia resolvió instalarse en la margen oriental del Rio Uruguay, (territorio del país del mismo nombre) abandonando el proyecto que tenia de instalarse en la provincia de Entre Ríos territorio argentino, aparecieron por arte de magia las actuaciones y protestas de esta gente,
    actuando a favor de los manifestantes seudo ecologicos de la argentina, (los cuales ya se ha descubierto por sus propias manifestaciones a los medios d eprensa) que son pagos y mantenidos por empresas argentinas, a las cuales les afecta la decision de Botnia.
    Las actuaciones de esta ONG´s se dilató en el tiempo hasta no hace mucho, cuando tuvo que recocer publicamente despues de que los informes de prestigiosas consultoras internacionales manifestaron todo lo contrario a los postulados y conclusiones que ellos sostenían.
    Pero nada manifesto denunciando las plantas de celulosa que tiene la Argentina por todo su territorio y que si son grandes contaminadoras.
    Por lo que creo que nosotros los ciudadanos de esta tierras debemos de poder determinar de una vez por todas, dentro de lo lógico, lo que podemos o no hacer con nuestras tierras, y no seguir siendo una colonia al servicio y voluntad de estos gringos, que lo único que han hecho durante los últimos 500 años es explotarnos y saquearnos de todas las formas imaginables. Fijense que ahora ayer nomas la Unión Europea dijo que no eliminara en absoluto los beneficios que les otorga a sus productos agropecuarios.
    Y en cuanto a los dirigentes de la ONG en referencia no dejan de ser simples empleados encubiertos de grandes intereses del norte, que cobran suculentos sueldos.

  11. pablo flores disse:

    Perfeitamente, bom dia.
    Alguem pode me informar quais são as fontes de financiamento da Greenpace? Creio que é por esse caminho que devemos insistir, claro que têm profundos interesses no meio, mais nos agora somos poderosos no mundo e temos que mostrar isso. Vamos perguntar, insistir, insistir, insistir,

  12. Paulo Roberto Saraiva maia disse:

    Porque o greenpeace não propoe fazer calçados da pele dos africanos que todo os dias morrem de fome. Sera que existe alguma ação deste grupo para tentar melhorar a situação deste povo?

  13. Eugenio Mario Possamai disse:

    Nos produtores pensamos muito em trabalho e esquecemos de divulgar nosso produto, e da maneira com que o qual esta sendo preparado. Temos que sermos mais acressivos em propagandas e falarmos da realidade das coisas, nossas entidades de representação tem que serem mais combativas com as mentiras propagadas pelo mundo. divulgando aquilo que realmente está acontecendo, e tem mais, devemos tomar conta de nosso País, e não deixarmos que todos os ambientalistas de plantão venham aqui e nos deem ordens de como devemos nos comportar, pois não nos metemos na politica de seus países, por que eles tem que vir dar pitaco no nosso?