União Europeia, Malásia, Japão, Coreia do Sul e Canadá são alguns dos países importadores de carne que o Brasil pretende acessar em 2011. As perspectivas de novos mercados foram apresentadas pelo diretor de Negociações Sanitárias e Fitossanitárias do Ministério da Agricultura, Lino Colsera, na reunião que define a estratégia internacional do agronegócio para o próximo ano.
União Europeia, Malásia, Japão, Coreia do Sul e Canadá são alguns dos países importadores de carne que o Brasil pretende acessar em 2011. As perspectivas de novos mercados foram apresentadas pelo diretor de Negociações Sanitárias e Fitossanitárias do Ministério da Agricultura, Lino Colsera, na reunião que define a estratégia internacional do agronegócio para o próximo ano.
Colsera e avaliou algumas ações realizadas este ano para inserção de produtos de origem animal em novos países. A carne suína in natura é a proteína que terá mais mercados a serem conquistados. União Europeia, Japão, Coreia do Sul, Canadá, México, Uruguai e África do Sul serão foco do governo brasileiro na busca pela ampliação das vendas internacionais em 2011.
O reconhecimento por parte dos Estados Unidos do status sanitário de Santa Catarina em relação à febre aftosa foi uma conquista importante este ano, na opinião do diretor. “Essa medida é um trunfo para o Brasil atuar em outras frentes de negociação e reforça a imagem da qualidade da carne brasileira no exterior”, afirmou.
Para a carne bovina in natura, a expectativa é de crescimentos das exportações para a União Europeia e abertura para o mercado da Malásia, que também é alvo do setor de aves in natura. Na carne de frango in natura, as negociações em 2011 estarão voltadas para a Indonésia e países africanos.
O diretor lembrou que a atuação nos Comitês Consultivos Agrícolas (CCA) que o ministério mantém com os governos dos Estados Unidos, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Indonésia e Rússia é fundamental para a aceleração da abertura de novos mercados. “Esse fórum de discussão entre governos é uma forma nos aproximar e cobrar tendências em relação à abertura de novos mercados”, disse.
“O Brasil avançou muito nas exportações agropecuárias nos últimos anos e agora é o momento de consolidar este espaço, afirmou o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim
Na opinião do secretário, o Brasil não é mais um pequeno vendedor no mercado mundial de alimentos e, de agora em diante, é preciso promover um marketing positivo dos produtos brasileiros. Para Jardim, a integração entre governo e empresários também é fundamental para a abertura de novos mercados e a ampliação daqueles já consolidados. “Precisamos criar, com cada setor, uma agenda para levantar demandas e dificuldades em aspectos sanitários e culturais com cada país e traçar ações para a busca de novos mercados”, afirmou.
“Produzir commodities agrícolas se tornou uma questão estratégica”, disse o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto. Porto explicou que com aumento da demanda por alimentos e a redução do estoques mundiais, o Brasil passou a ser visto como um parceiro comercial importante no cenário mundial. “Existe uma preocupação com a escassez de alimentos e o mundo está de olho em quem tem a capacidade de atender a crescente demanda”, afirmou.
Ele reforçou ainda que o Brasil tem o maior superávit mundial da balança comercial do agronegócio e amplia, em média, 16,1% ao ano o valor exportado. Porém, Porto explica que é necessário diversificar a pauta exportadora, ampliando para produtos com grande inserção no exterior, como óleo de palma, pescados e lácteos.
Câmbio
O setor produtivo aproveitou o evento com representantes do governo para criticar a valorização do real em relação ao dólar. “Houve manifestações de vários setores do agronegócio. Perdemos muita competitividade com o câmbio”, disse o gerente de relações com investidores da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Adriano Zerbini. No caso das aves, a expectativa de aumento das receitas com exportação este ano é de 16% em relação a 2009, para um total de US$ 6,8 bilhões. “Mas, em reais, deve ser muito próxima da do ano passado, já que está ocorrendo a neutralização pelo câmbio”, comparou Zerbini.
Para o gerente da Ubabef, a situação do câmbio é pior neste momento em que a demanda dos países desenvolvidos está em baixa e há vários movimentos de protecionismo. O que tranquiliza um pouco o setor, segundo ele, é o fato de países emergentes estarem ampliando a busca pelo produto brasileiro. Um exemplo claro é a China, que deve comprar 115 mil toneladas de aves do Brasil em 2010. “Mesmo assim, o setor vem perdendo muito”, considerou Zerbini.
As informações são do Mapa e da Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.