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SINDAN divulga desempenho da indústria veterinária em 2002

A indústria veterinária encerra 2002 com faturamento de cerca de US$ 620 milhões, resultado 2,6% inferior ao de 2001 (US$ 636,6 milhões). Mas poderia ter sido bem pior, se dependesse exclusivamente da variação cambial, que atingiu em cheio o setor, já que mais de 50% das matérias-primas utilizadas pelos laboratórios de produtos para saúde animal são importados.

Segundo o presidente do Conselho de Administração do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Emilio Carlos Salani, o excelente desempenho das exportações de carnes, a sustentação dos preços médios do boi gordo no mercado interno, a venda recorde de vacinas contra febre aftosa (cerca de 325 milhões de doses, contra 317 milhões em 2001) e o sólido crescimento do segmento de pequenos animais, a partir do contínuo lançamento de produtos e uso de novas tecnologias, foram os principais responsáveis pela sustentação do faturamento da indústria em 2002. Pelo lado negativo, além da variação cambial, a falta de rentabilidade dos produtores de frangos, ovos, suínos e leite contribuiu decisivamente para segurar as vendas.

“Vendemos cerca de 10% a mais em reais em 2002, mas foi possível repassar somente parcela do aumento do dólar aos preços dos medicamentos, já que os produtores de frangos, ovos, carne suína e leite passaram a maior parte do ano no vermelho”, explica Salani.

O desempenho da indústria veterinária em 2002 é o menor dos últimos nove anos, em 1994, o faturamento do setor atingiu US$ 690,1 milhões. O melhor resultado foi obtido em 1998: US$ 856,8 milhões. “Naquele ano, o Brasil consolidava sua posição de terceiro maior mercado de produtos veterinários em todo o mundo. Hoje, estamos entre a quinta e a sexta posição, e o mercado mundial não pára de crescer”, informa.

Segundo dados da publicação inglesa Animal Pharm, os produtos para saúde animal movimentam em torno de US$ 19 bilhões/ano no planeta. O Brasil representa apenas 3,26% do mercado global. “É muito pouco para um País que produz 7,2 milhões de toneladas de carne bovina, 7,3 milhões de toneladas de frangos, mais de 1,2 bilhão de dúzias de ovos, perto de dois milhões de toneladas de carne suína e 21 bilhões de litros de leite”, ressalta Salani, lembrando que o custo dos medicamentos veterinários sobre a produção de proteínas animais é de, no máximo, 4% das despesas totais.

Sindan tem melhores expectativas para 2003

O anunciado programa de Combate à Fome do novo governo está motivando todos os segmentos do agronegócio, inclusive a indústria de produtos para saúde animal. “A melhor distribuição de renda e a maior oferta de alimentos, especialmente para as camadas mais pobres da população, deverão se refletir na maior oferta de produtos de origem animal, como carnes, ovos e leite, o que é importante para nosso setor”, ressalta o presidente do Conselho de Administração do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Emilio Salani. “Por outro lado, as exportações de carnes e o esperado aumento das vendas de vacinas contra febre aftosa em 2003 também são fatores positivos”.

A indústria veterinária também está prestes a ganhar um novo regulamento, que substituirá o atual, datado de 1967. “O novo regulamento tem papel importante porque é moderno e dinâmico, adequado à realidade, e possibilitará aos laboratórios trabalharem com mais qualidade. A nova legislação também favorece a fiscalização de produtos piratas e indústrias clandestinas, que acabam deturpando a imagem do setor”, explica Salani, que destaca no novo regulamento as definições de terceirização na fabricação, as relações contratuais entre indústrias e a aceleração dos processos de licenciamento, permitindo maior utilização da capacidade de produção instalada no Brasil.

A entidade também está otimista em relação ao combate a doenças tradicionais, como a raiva em herbívoros, brucelose, tuberculose, leptospirose e outras. Em relação à raiva, em alguns meses a indústria e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deverão iniciar um programa de distribuição de vacinas nos moldes do que ocorre atualmente com a febre aftosa. Quanto à brucelose e à tuberculose, os programas de combate devem merecer atenção ainda maior do Plano Agrícola 2003, espera Salani.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal – SINDAN (por Altair Albuquerque e Nadia Andrade), adaptado por Equipe BeefPoint

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