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Sindicarne: imbróglio jurídico deve emperrar a transferência das operações do Margen a outros grupos

Para o economista do Sindicarne (Sindicato da Indústria de Carne e Derivados do Paraná), Gustavo Fanaya, o frigorífico vai recorrer à “cessação de vínculo empregatício”, ao invés da demissão. “Não deve haver recursos em caixa para fazer esse volume de demissões”, argumenta. Nessa situação, segundo ele, esse tipo de desligamento ainda é a melhor saída. “Pelo menos eles terão direito a receber o seguro-desemprego e o FGTS, o que dá uma assistência emergencial”.

O economista do Sindicarne considera o episódio exemplar da urgência da aplicação da nova Lei de Falências. “A forma legal atual força as empresas a fechar as portas quando o controlador não tem mais crédito”, observa. Para ele, o imbróglio jurídico deve emperrar a transferência das operações do Margen a outros grupos interessados. “O maior credor, que é a Previdência, amarra a estrutura física como garantia, o que impede que um novo operador assuma imediatamente. O governo e o Ministério Público estão mais preocupados com as garantias dos negócios passados do que com a viabilidade dos futuros”, destaca.

Mesmo assim, Fanaya acredita que a situação não deve durar muito tempo. “Se o governo federal tiver sensibilidade, em algumas semanas deve estar tudo resolvido. As plantas devem ser arrendadas por outros grupos, há uma boa carteira de clientes no exterior, produtores com gado de boa qualidade e funcionários bem qualificados. Os novos controladores certamente vão recontratá-los”, acredita.

Fonte: Gazeta do Povo (por Luigi Poniwass e Andye Iore), adaptado por Equipe BeefPoint

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