Em agosto, o mercado de boi no mercado a vista apresentou o preço mais baixo dos últimos 11 anos, deflacionado pelo IGP-DI. O Indicador de Preço Disponível do Boi Gordo Esalq/BM&F atingiu, em 8 de agosto, a marca de R$52,01/@ a vista e R$52,99/@ a prazo. No mesmo dia, o Indicador de Preço Disponível do Bezerro Esalq/BM&F foi cotado a R$351,98/@ a vista e R$356,53/@ a prazo. Os indicadores de boi e bezerro continuaram em queda e, em 25 de agosto, ficaram em R$50,29/@ (boi) e R$349,79 (bezerro).
De acordo com o informativo da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), os baixos níveis de preços do boi gordo no mercado físico resultam, principalmente, da alteração do perfil do setor. Devido aos investimentos e à profissionalização, a pecuária brasileira obtém constantes ganhos de produtividade, o que tem contribuído para cenário de oferta mais estável. Neste ano, a entressafra encontra-se pressionada em função do clima seco. Além da desova do boi de pasto, a entrada de lotes de confinamento ajudou os frigoríficos a completar suas escalas. O consumo interno de carne bovina conta com duas grandes variáveis: a renda familiar em queda e a concorrência com a carne de frango, que vem continuamente ganhando o espaço da carne bovina (Gráfico 4).
Os cortes foram cotados, em 12 de agosto, da seguinte forma: R$2,90/kg, traseiro; R$3,50/kg, dianteiro; R$2,00/kg, ponta de agulha; e R$2,90/kg, boi casado.
No mercado futuro da BM&F, os preços acompanharam o movimento de queda do mercado físico. Em 25 de agosto, os vencimentos estavam da seguinte forma: agosto/05, R$50,10/@; setembro/05, R$49,90/@; outubro/05, R$51,08/@; novembro/05, R$52,43/@; dezembro/05, R$52,40/@; janeiro/06, R$52,04/@; fevereiro/06, R$52,40/@; março/06, R$52,20/@; abril/06, R$52,40/@; maio/06, R$52,40/@; julho/06, R$55,90; agosto/06, R$56,50/@; outubro/06, R$58,30/@; dezembro, R$60,14; e janeiro/07, R$ 59,70/@. Os preços futuros do bezerro permaneceram estáveis: agosto/05, R$349,00/@; e fevereiro/06, R$364,00/@. A relação de troca boi gordo/bezerro ficou em 2,37, no vencimento agosto/05, e 2,38 no mercado físico, em 25 de agosto. Em agosto, foram negociados 30.770 contratos, equivalente a 615.400 cabeças de boi. Esse volume é recorde para o mês de agosto. Foi atingido o volume financeiro diário recorde de R$27.178.638,00 em 18 de agosto e volume financeiro total mensal de R$228.972.000,00. Vale relembrar que a BM&F oferece a possibilidade para os agentes do mercado fixarem seu preço, assegurando assim sua margem de lucro no futuro, por meio de operação de hedge.
As exportações de carne bovina continuam apresentando crescimento, apesar da valorização do real frente ao dólar e da redução do preço médio exportado. Em julho foram exportadas 239 mil toneladas de carne bovina industrializada e in natura – crescimento de 46% em relação ao mesmo período do ano passado e elevação de 41% na receita em 12 meses. No entanto, o preço médio de exportação por tonelada caiu 1,7% em relação ao ano passado, ficando em US$2.166,00. Com estes valores o Brasil tende a solidificar sua posição de maior exportador mundial de carne bovina. Os principais destinos da carne bovina brasileira são Hong Kong (29%), Peru (11%), Rússia (6%) e França (2%).
Para mais esclarecimentos sobre como operar nos mercados do boi gordo e bezerro, como fixar preços e montar operações de hedge, contate uma corretora associada à BM&F (ver lista no site www.bmf.com.br).
Gráfico 2 – Evolução dos preços futuros do boi gordo na BM&F
Gráfico 3 – Relação consumo interno/exportação
Gráfico 4 – Evolução do consumo per capita