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Síntese Agropecuária BM&F – 28/02/05

Por Fabiana S. Perobelli1

Em reunião realizada em 18 de fevereiro em Goiás, o Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária, com os pecuaristas, decidiram evitar a venda de bois para o abate por período de 30 dias, como protesto pela criação de uma tabela de deságio utilizada pelos frigoríficos. Essa decisão pode trazer maior volatilidade para o mercado da carne bovina.

O mercado físico de boi gordo manteve-se estável no mês de fevereiro, tendo pouca liquidez, devido à grande oferta e ao baixo consumo interno, com os frigoríficos trabalhando com escalas de curto prazo no estado de São Paulo e alongadas no estado do Mato Grosso do Sul. O indicador do boi gordo Esalq/ BM&F do dia 2 de fevereiro era de R$58,15/arroba a vista e R$59,21/arroba a prazo, enquanto o indicador formado no dia 21 de fevereiro foi de R$58,38/arroba a vista e R$59,36/arroba a prazo.

Os preços da carne no atacado acompanharam o indicador e continuam estáveis; em 21 de fevereiro, fecharam a R$2,70/kg do traseiro e a R$4,30/kg do dianteiro.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (MAPA), a receita das exportações de carne bovina in natura em janeiro deste ano foi de US$140 milhões – 27,7% a mais do que no mesmo período do ano passado. Essas exportações refletem os negócios fechados quando o dólar ainda estava em patamar mais favorável.

O mercado físico de bezerro apresentou ligeira queda ao longo do mês. No dia 2 de fevereiro, o indicador do Bezerro Esalq/BM&F estava cotado a R$371,86 a vista e R$376,98 a prazo por cabeça e, no dia 21 de fevereiro, a R$370,54 a vista e a R$374,07 a prazo.

O mercado futuro de boi gordo da BM&F esteve em alta no mês de fevereiro. No dia 21, as cotações fecharam da seguinte forma: fevereiro/05 a R$58,51/arroba, março/05 a R$59,34/arroba, abril/05 a R$59,20/arroba, maio/05 a R$58,92/arroba, junho/05 a R$60,10/arroba, julho/05 a R$62,20/arroba, agosto/05 a R$63,60/ arroba, setembro/05 a R$64,70/arroba, outubro/05 a R$65,82/arroba, novembro/ 05 a R$66,67/arroba, dezembro/05 a R$66,38/arroba, janeiro/06 a R$67,00/ arroba e fevereiro/06 a R$66,00/arroba.

Com relação ao mercado de reposição, ressalta-se que o pecuarista tem nos contratos futuros de boi gordo e bezerro instrumento importante para realizar a reposição do rebanho. O pecuarista que fizer a reposição em abril, por exemplo, terá de vender seus bois para depois comprar os bezerros. A operação da relação de troca normalmente é “descasada”, ou seja, o pecuarista irá vender os bois em março e, com o dinheiro, comprar os bezerros em abril, quando a comercialização do bezerro estiver intensificada. O risco que corre é o de, no momento da venda dos bois, o preço ter caído e, quando da compra dos bezerros, o preço ter se elevado. Assim, o pecuarista poderia fazer essa operação no mercado futuro e obter antecipadamente a relação de troca.

No dia 21, o contrato futuro de boi gordo para março de 2005 estava a R$59,34/arroba. Considerando que um boi tem em média 16,5 arrobas, então o boi estava cotado a R$979,11/cabeça (59,34×16,5). O contrato futuro de bezerro para abril de 2005 estava a R$380,00/cabeça. Tomando o preço do boi e dividindo-o pelo do bezerro (979,11/380), têm-se 2,58 cabeças para relação de troca.

Assim, o pecuarista poderia ter antecipadamente garantido relação de troca de 2,58 cabeças de uma parte de seu rebanho. No futuro, assim como no físico, a operação ficará “descasada”. Em março, o pecuarista encerrará sua posição no contrato de boi gordo e ficará comprado no contrato de bezerro até abril. Com isso, estará protegido com relação à alta nos preços do bezerro. No gráfico da relação de troca, essa operação “descasada”, na qual o pecuarista vende o boi para março de 2005 e compra o bezerro em abril de 2005, está em 2,69 cabeças.

Para outras informações sobre como operar os contratos futuros de boi gordo e bezerro e como garantir antecipadamente a relação de troca, procure uma corretora associada à BM&F em www.bmf.com.br.






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1Fabiana S. Perobelli, Economista da Diretoria de Mercados Agrícolas da BM&F – Bolsa de Mercadorias e Futuros

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