Por Fabiana S. Perobelli e Roberto A. Simonsen
De 20 a 24 de novembro, o mercado de boi gordo comportou-se em baixa. O indicador Esalq/BM&F (SP) iniciou o período em R$60,28/arroba e encerrou a R$60,22/arroba, sofrendo variação negativa de 0,10%, o que reflete a grande oferta de animais confinados, com as escalas de abate dos frigoríficos para sete dias. No atacado, os cortes estão estáveis: R$4,40/kg (o traseiro) e R$2,80/kg (o dianteiro). No mercado de reposição, o indicador Esalq/BM&F (MS) fechou, no dia 24, a R$378,79/cabeça, queda de 0,10% em relação à semana anterior.
Os futuros de boi gordo e bezerro são instrumentos importantes para aqueles que irão realizar a reposição do rebanho. É o momento para estar atento às sinalizações desses contratos. O pecuarista que fizer a reposição no começo do ano, em fevereiro, por exemplo, terá de vender seus bois – fato que tem se intensificado desde novembro – para depois comprar os bezerros.
O ideal é que, com a venda de um boi, o pecuarista consiga comprar sempre mais de dois bezerros, podendo, a cada ano, melhorar essa relação de troca. Afinal aí está o giro da atividade pecuária. Essa operação normalmente é descasada, ou seja, o pecuarista irá vender os bois em dezembro e, com o dinheiro, comprar os bezerros em fevereiro, quando as pastagens estiverem melhores e a comercialização do bezerro, intensificada.
O risco que corre, no momento da venda dos bois, é de o preço ter caído; e, na compra de bezerros, ter se elevado. Como o risco de oscilação dos preços no mercado pecuário existe, o pecuarista poderia fazer essa operação no mercado futuro e obter antecipadamente a relação de troca, por exemplo: no dia 24, o contrato futuro de boi gordo para dezembro de 2003 estava a R$60,89/arroba, ou seja, o boi estava a R$1.004,68/cabeça (R$60,89/arroba x 16,5, seu peso médio). O contrato futuro de bezerro, para fevereiro de 2004, estava a R$405,00/cabeça.
Tomando o preço do boi e dividindo-o pelo do bezerro (R$1.004,68/R$405,00), tem-se a relação de troca de 2,48 cabeças, que poderia ter sido garantida antecipadamente pelo pecuarista. No futuro, assim como no físico, a operação ficará descasada.
Em dezembro, o pecuarista encerrará sua posição no contrato de boi gordo e ficará comprado no contrato de bezerro até fevereiro. Com isso, estará protegido com relação a uma alta nos preços do bezerro. Essa operação descasada, na qual o pecuarista vende o boi para dezembro de 2003 e compra o bezerro em fevereiro de 2004, já esteve em 2,55 cabeças (ver gráfico).
Outras informações sobre como operar os contratos futuros de boi gordo e bezerro e como garantir antecipadamente a relação de troca podem ser obtidas com uma corretora associada à BM&F, em www.bmf.com.br.
Preços futuros a vista do bezerro