Síntese agropecuária BM&F – 30/06/2006

O mercado do boi gordo teve comportamento estável em junho. Após atingir sua mínima histórica em 24 de maio (R$48,25/@), o Indicador de Preço Disponível do Boi Gordo Esalq/BM&F a vista manteve a estabilidade e fechou em R$48,77/@; e o Indicador de Preço Disponível do Bezerro Esalq/BM&F a vista encerrou em R$367,20/cabeça. O indicador do bezerro, que tem sua formação de preço no estado do Mato Grosso do Sul, apresenta elevação de 10% no ano.

A estabilidade dos preços da arroba pode ser atribuída às escalas dos frigoríficos, que atendem, em média, uma semana de abate, além do frio e da falta de chuvas, que obrigou o pecuarista a vender seus bois de pasto, o que dificultou qualquer reajuste no preço da arroba.

Gráfico 1 – Indicador de preços do boi gordo Esalq/BM&F a vista e o 1º vencimento da BM&F

O segundo semestre, período da entressafra, traz algumas incertezas como a quantidade de gado a ser confinado e a retirada dos embargos, já que não deve existir nenhuma novidade no consumo interno.

A quantidade de gado confinado, que deve estar pronta para o período de setembro a novembro, foi definida pelo confinador entre maio e junho. Algumas consultorias acreditam que o volume de gado confinado deve se manter no mesmo patamar de 2005, não ultrapassando 2,8 milhões cabeças. Dentre os fatores apontados para frear o crescimento do volume de gado confinado estão as incertezas sobre o levantamento dos embargos russo e europeu e se ocorrerão novas desvalorizações cambiais.

Por outro lado, outras fontes consideram a possibilidade de elevação no volume de gado confinado, favorecida pelos preços acessíveis do boi magro e das rações. Dessa forma, os pecuaristas que confinarão este ano devem acompanhar os preços da BM&F para o segundo semestre. O vencimento outubro, por exemplo, fechou em 26 de julho a R$56,90/@. Caso esse preço remunere o custo de confinamento, o pecuarista deve fixá-lo e garantir antecipadamente uma remuneração.

As exportações de carne bovina retraíram 4% no mês se comparadas com o mesmo período do ano passado. Em relação a abril deste ano, as exportações cresceram 26% passando de 153.888 toneladas em abril de 2006 para 194.469 em maio de 2006.

O acumulado de janeiro a maio de 2006 soma 843.036 toneladas, valor 3% maior que o acumulado de 2005 que totalizou 818.537 de toneladas. Desde 10 de maio, o real apresenta desvalorização frente ao dólar de 8%, o que poderia dar algum impulso às exportações em junho.

O mercado futuro de boi gordo na BM&F, em 24 de junho, teve as seguintes cotações: junho/06, R$48,95/@; julho/06, R$50,72/@; agosto/06, R$52,62/@; setembro/06, R$54,90/@; outubro/06, R$57,19/@; novembro/06, R$57,90/@; dezembro/06, R$57,50/@; janeiro/07, R$57,00/@, fevereiro/07, R$57,10/@; e maio/07, R$57,00/@.

Gráfico 2 – Indicador de preços do bezerro Esalq/BM&F a vista

O contrato futuro de bezerro na Bolsa conta com quatro vencimentos em aberto: fevereiro/07 cotado a R$393,54/cabeça; março/07 a R$399,83/cabeça; abril/07 a R$407,81/cabeça; e maio/07 a R$414,80/cabeça. A relação de troca entre boi gordo e bezerro ficou em 2,39, no vencimento fevereiro/07, e 2,19, no mercado físico em 24 de junho. É importante notar que já é possível fixar os preços do bezerro para 2007.

Gráfico 3 – Evolução dos preços futuros do boi gordo na BM&F