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Síntese Agropecuária BM&F – 30/09/04

Por Fabiana Salgueiro Perobelli, BM&F

Durante muitos anos, o pico da entressafra do mercado de boi gordo foi outubro. Em 2002 e 2003, isso aconteceu em novembro. Em 23 de setembro, o indicador Esalq/BM&F do boi gordo a vista estava em R$59,14/arroba. O Gráfico 1 mostra que os preços do boi gordo, no mercado físico, passaram por processo de queda desde 11 de agosto, quando atingiu o valor de R$61,80/arroba.

Dentre as razões para a depreciação dos preços em plena entressafra, estão o clima seco que prejudicou as pastagens nas principais regiões produtoras – e que intensificou o processo de desova pelos pecuaristas -, a antecipação da entrada no mercado de bois confinados e a continuidade do abate de matrizes.

Em 31 de outubro de 2003, o boi gordo em São Paulo à vista estava em R$60,00/arroba e, em 23 de setembro, estava em R$59,14/arroba, ou seja, a arroba se desvalorizou em termos nominais. A inflação acumulada entre setembro de 2003 e agosto de 2004, medida pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas, foi de 12,37%. Com isso, a arroba do boi neste ano, além de não ter tido a correção real (que seria a inflação), teve desvalorização nominal.

A isso adiciona-se: o crescimento de custo observado na pecuária neste ano,em decorrência de aumento no custo da mão-de-obra e em alguns importantes insumos.

Em 23 de setembro de 2003, a arroba em São Paulo estava em R$59,01/arroba. Assim, se a arroba tivesse tido a correção monetária, deveria estar valendo hoje R$66,35/arroba. No entanto, em função dos fatores citados, além do fraco consumo interno, que é responsável pelo consumo de 83% da produção interna, ocorreu esse quadro de depreciação dos preços da arroba. Entretanto, alguns pecuaristas conseguiram vender sua arroba por preços superiores aos R$66,35/arroba, que seria o preço corrigido pela inflação.

O Gráfico 1 apresenta que o contrato futuro outubro/04, com vencimento em 31 de outubro de 2004, teve suas negociações iniciadas em outubro de 2003. No período de sua negociação, os preços da arroba alcançaram valores de R$71,00/arroba, o que permitiu a alguns pecuaristas ganhos reais em sua atividade.

É importante ao pecuarista lembrar que a proteção de preços, feita no mercado futuro, não deve ser feita toda de uma vez. O pecuarista vai vendendo aos poucos e fazendo preço médio. O produtor não deve olhar para o mercado futuro e pensar que, se o preço projetado for R$71,00/arroba, então a arroba poderá subir ainda mais. O que o pecuarista deve analisar é se esse preço permitirá rentabilidade e, se permitir, o pecuarista deverá fixar o preço de uma parcela de sua produção para não correr risco de preço.





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