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Síntese agropecuária BM&F – 30/09/2005

O mercado físico do boi gordo inverteu a trajetória de queda, após atingir no dia 12 o valor mínimo de R$49,07/@. O Indicador de Preço Disponível do Boi Gordo Esalq/BM&F reagiu e fechou em R$51,86/@ em 28 de setembro, apresentado valorização de 5,78% em 15 dias. O Indicador de Preço Disponível do Bezerro Esalq/BM&F continua em queda, ficando em R$345,02/cabeça.

A inversão do cenário se deve à diminuição da oferta nas praças e pela retenção do gado por parte do pecuarista, o que elevou o preço da arroba. Outro fator que contribuiu para a retomada dos preços da arroba, ao menos em curto prazo, é o aumento do prazo de quarentena exigido pela União Européia que passou de 40 para 90 dias. A virada nos preços da arroba segue mesmo com a constante queda do dólar; o que se percebe nos últimos dias é o “descolamento” da arroba em relação dólar. Os preços no atacado continuam firmes, o que também ajuda na sustentação do preço da arroba: traseiro, R$4,33/kg; dianteiro, R$2,96/ kg; e ponta de agulha, R$2,73.

No mercado futuro da BM&F, os preços acompanharam a alta do mercado físico. Em 28 de setembro os vencimentos estavam da seguinte forma: setembro/05, R$51,55/@; outubro/05, R$57,20/@; novembro/05, R$58,81/@; dezembro/05, R$58,74/@; janeiro/06, R$58,08/@; fevereiro/ 06, R$57,80/@; março/06, R$57,80/@; abril/06, R$57,70/@; maio/06, R$57,83/@; julho/06, R$60,00/@; agosto/06, R$61,03/@; setembro/06, R$61,30/@; outubro/06, R$63,26/@; novembro/06, R$64,00/@; dezembro, R$64,40/@; e janeiro/07, R$64,00/@.

Os preços futuros do bezerro permaneceram estáveis: setembro/05 e outubro/05 a R$ 342,50/bezerro; e fevereiro/06 a R$380,00/bezerro. A relação de troca boi gordo/bezerro ficou a 2,24 no vencimento agosto/05 e 2,52 no mercado físico em 28 de setembro.

Foi atingido o recorde de contratos negociados com 5.903 contratos em 22 de setembro, quebrando assim o recorde de 5.340 contratos de 31 de julho de 2002. No total, em setembro, foram negociados 45.863 contratos, equivalente a 2.341 cabeças de boi.

A retomada dos preços do boi evidencia a necessidade de os frigoríficos e processadores da cadeia de carne travarem o preço de compra para assegurar sua margem de lucro. Exemplo de hedge de compra: um frigorífico exportador fechou em fevereiro de 2005 um contrato de exportação de 6.600 arrobas para agosto de 2005 a US$1.500/tonelada. Em fevereiro, o frigorífico contata sua corretora e compra 20 contratos com vencimento agosto por R$51,00/@, que lhe parece suficiente para garantir suas margens. Assim, ele trava seu preço de compra do boi no futuro, pois, no momento da compra para o abate, o preço do boi pode ter subido comprometendo sua margem de lucro. Como o frigorífico vai exportar o produto, incorre também em um risco de câmbio, do qual se protege por meio de uma operação de venda de dólar futuro na BM&F. Suponha que no vencimento do contrato, no final de julho, o preço no mercado físico esteja a R$56,00/@. Então, no final de julho o frigorífico compra, no mercado físico, 6.600 arrobas a R$56,00. Também no final de julho vende 20 contratos futuros de boi para o mesmo vencimento, zerando sua posição e recebendo R$5,00 de ajuste de sua posição no futuro. O frigorífico deve também zerar sua posição na compra de contratos futuros de dólar. Pagando R$56,00/ arroba no físico e recebendo R$5,00/arroba no futuro, o frigorífico fica com volume financeiro final de R$51,00/@, assegurando assim sua margem na exportação e não sofrendo risco de oscilação cambial.

Para mais esclarecimentos sobre como atuar no mercado do boi gordo e bezerro, como fixar preços e operações de hedge, contate uma corretora associada pelo site www.bmf.com.br.

Gráfico 1 – Evolução do indicador Esalq/BM&F do noi gordo

Gráfico 2 – Evolução dos preços futuros do boi gordo na BM&F

Gráfico 3 – Relação de troca boi/bezerro no Mercado Físico


Fonte: BM&F, adaptado por Equipe BeefPoint

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