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Síntese agropecuária BM&F – 30/11/2005

O mercado do boi gordo vive os efeitos e as conseqüências pósaftosa. O Indicador de Preço Disponível do Boi Gordo Esalq/BM&F, depois de se recuperar inteiramente da queda causada pela aftosa que chegou a R$58,26/@ em 11 de outubro, voltou a declinar em 11 de novembro e atingiu, em 23 de novembro, no fechamento desta edição, R$55,03/@. O Indicador de Preço Disponível do Bezerro Esalq/BM&F – Mato Grosso do Sul ficou cotado a R$341,53/cabeça a vista e a R$343,33 a prazo.

Gráfico 1. Paridade do 1o Vencimento BM&F X Indicador BMF&F/ESALQ


O mercado físico reagiu à falta de animais, já agravada pela entressafra, ocasionada pela barreira sanitária imposta contra o gado oriundo do Mato Grosso do Sul e Paraná. A pouca oferta em São Paulo fez com que as escalas dos frigoríficos se encurtassem e a cotação do boi reagisse. Mesmo com parte das exportações comprometidas pelos embargos, os frigoríficos que abastecem o mercado interno tiveram dificuldade para suprir suas necessidades, não encontrando animais disponíveis, na quantidade necessária dentro do estado.

Os preços da carne no atacado também reagiram a pouca oferta de gado pronto e subiram em média 10% em todos os cortes. Os preços dos cortes em 23 de novembro ficaram da seguinte forma: dianteiro, R$2,83/kg; traseiro, R$4,48/kg; ponta de agulha, R$2,66/kg; e carcaça casada, R$3,60/kg.

Gráfico 2. Preços dos cortes no atacado


Os embargos emitidos contra a carne brasileira ainda estão validados – somente Israel levantou parcialmente seu embargo, mantendo- o ainda para os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Já Ucrânia, Líbano e Marrocos anunciaram a suspensão de compra de carne brasileira, elevando para 51 o número de países fechados. A Argentina expandiu seu embargo para todo o Mato Grosso do Sul, São Paulo e região Sul do Brasil. O estado de Minas Gerais superou sua exportação de carne bovina congelada em 97,2% e aumenta sua participação nas exportações de carne, preenchendo parte do buraco criado em decorrência dos embargos que atingiram os maiores estados exportadores do Brasil.

O mercado futuro agiu antecipando os movimentos do mercado físico, conforme pode-se ver no Gráfico 1. Em 24 de outubro, o mercado futuro, prevendo a escassez de animais prontos para o abate e a continuidade do período de entressafra, inverteu sua tendência e começou a recuperar a queda ocasionada pela aftosa.

O preço, em oito dias (seis pregões), subiu mais de 15%, passando de R$51,82/@ em 24 de outubro para R$58,89/@ em 31 de outubro, indicando crescimento de volatilidade do mercado. Já em 8 de novembro, o mercado futuro antecipou a abertura de fronteira do Mato Grosso do Sul com São Paulo, possibilitando a entrada de animais vivos no estado e conseqüentemente o aumento da oferta, iniciando, movimento de declínio que se estende até o fechamento desta edição.

Em 22 de novembro, o mercado futuro da BM&F ficou da seguinte forma: novembro/05, R$54,12/@; dezembro/05, R$52,61/@; janeiro/06, R$52,09/@; fevereiro/06, R$52,00/ @; março/06, R$52,10/@; abril/06, R$52,30/@; maio/06, R$52,21/@; junho/06, R$54,40/@; julho/06, R$56,90/@; agosto/06, R$57,80/@; setembro/ 06, R$58,60/@; outubro/06, R$59,90/@; novembro/06, R$62,00/ @; dezembro, R$61,80/@; e janeiro/07, R$60,90/@. O preço futuro do bezerro permanece estável: fevereiro/06 a R$332,93/bezerro. A relação de troca boi gordo/bezerro ficou em 2,58 no vencimento fevereiro/ 05 e 2,69 no mercado físico em 23 de novembro.

Gráfico 3. Vencimento na BM&F


O minicontrato de boi gordo, que corresponde a 10% do contrato normal, ou seja, 33 arrobas, negociou em novembro, até o fechamento desta edição, 4.265 contratos, o equivalente a 8.530 cabeças.

Fonte: BM&F, adaptado por Equipe BeefPoint

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