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Síntese agropecuária BM&F – 30/12/2005

Em retrospectiva: o ano começou com a arroba pressionada, com desvalorização de 5% no primeiro bimestre, conforme o Gráfico 1. O desaquecimento do consumo interno e o crescimento da produtividade gerado pelos grandes investimentos, pela profissionalização e pelo emprego da tecnologia na pecuária mantiveram a arroba em queda até meados de setembro, quando da desvalorização de mais de 20% ao ano.

O Indicador do Boi Gordo Esalq/BM&F atingiu, em 12 de setembro, sua mínima histórica: R$49,07/@. Em 14 de setembro, o mercado inverteu a tendência de queda com rápida recuperação em menos de um mês, voltando ao patamar dos R$58,00/@ – valorização de 19% em um mês.

Gráfico 1. Indicador ESALQ / BM&F 2005


No dia 10 de outubro, foi constatado oficialmente foco de aftosa no Mato Grosso do Sul, no município de Eldorado. Posteriormente, houve a suspeita de focos no Paraná. O mercado imediatamente reagiu à notícia da doença e a arroba chegou a R$52,00 em 26 de outubro.

Os embargos comerciais impostos ao Brasil, devido à aftosa, foram o grande determinante na queda da arroba (alguns foram totais, abrangendo todo o País; outros parciais, isolando só os estados do Mato Grosso, Paraná e São Paulo). Alguns embargos já foram retirados, mas o da União Européia e o da Rússia ainda são os maiores entraves.

Gráfico 2. Aumento da volatilidade do contrato futuro do boi gordo


Em 2005, foram negociados 288.480 contratos de boi gordo, equivalente a 95.198.400 de @, ou 5.769.600 animais, quantidade 28% maior do que 2004, atingindo volume financeiro de R$5.192.192.052 até o fechamento desta edição.

Foram também negociados 3.026 contratos de bezerro – 99.858 cabeças -, aumento de 300% em relação ao ano passado. O minicontrato de boi gordo 10% do contrato nominal -, negociou 20.988 contratos, ou seja, 692.602 @. O minicontrato de boi é boa oportunidade para aprender a operar mercados futuros, devido a seu tamanho reduzido e plataforma acessível, tornando-se viável para pessoas físicas.

O ano de 2005 é um excelente exemplo da necessidade e das vantagens para pecuaristas e todos os agentes da cadeia de carne realizarem o seguro de preço (hedge) na BM&F.

No Gráfico 1, os números em destaque ilustram algumas das oportunidades de hedge: 1 no começo do ano, a arroba estava cotada a R$69,57 para o vencimento nov/05; o pecuarista pôde fixar o preço e evitar desvalorização de até 26% do começo do ano até setembro; em 2 com a inversão da tendência de queda e a cotação dos futuros em sua mínima no patamar dos R$48,00, houve chance de proteção aos frigoríficos e, para outros compradores, proteção contra a rápida recuperação do preço, precavendo-se contra elevação de R$10,00 no preço da arroba.

Em 3 novamente, o pecuarista pôde se proteger contra outra desvalorização rápida no preço causada pelo anúncio da aftosa; 4 a escassez de gado pronto para o abate eleva as cotações e cria possibilidade de travar o preço de curto prazo para os frigoríficos; 5 finalmente, os pecuaristas também puderam travar o preço, protegendo-se contra a queda da arroba e o baixo preço do gado do Mato Grosso do Sul.

Gráfico 3. Primeiro vencimento 2005


Fonte: BM&F, adaptado por Equipe BeefPoint

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