Síntese Agropecuária BM&F – 24/07/03
24 de julho de 2003
Pecuaristas aderem à rastreabilidade
28 de julho de 2003

Sisbov já registra 6 mi de animais

Até o dia 17 de julho, o Sisbov (Sistema Nacional de Identificação de Animais de Origem Bovina e Bubalina) já contava, em seu cadastro, com 4,7 milhões de animais rastreados, e cerca de 800 mil em condições de abate para atender à demanda do mercado europeu. Hoje, estima-se em mais de 6 milhões o número de animais já incluídos no programa, com cerca de 17,5% de animais prontos para o abate, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

Esses números têm sido acompanhados com certa apreensão pelos pecuaristas e frigoríficos exportadores após o dia 15 de julho, quando venceu o prazo estipulado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para que os animais abatidos com destino à União Européia (UE) fossem rastreados com, no mínimo, 40 dias de antecedência.

A quantidade de animais em condições adequadas ao abate de acordo com as normas do Sisbov gerou, na semana passada, discussão entre os produtores de carne e algumas indústrias exportadoras do interior de São Paulo. O abate de animais chegou a ser suspenso por essas indústrias, que alegaram que a quantidade de carne produzida em condições de exportação não seria suficiente para atender à demanda da UE.

A suspenção, no entanto, teria sido realizada com o objetivo de forçar a baixa nos preços. ”A CNA chegou a levantar essa suspeita, já que sabíamos que a demanda poderia ser atendida”, afirma o analista econômico da CNA, Paulo Sérgio Mustefaga.

As suspeitas da CNA foram reforçadas por outras atitudes dos frigoríficos tomadas em 2002, quando alguns abatedouros ameaçaram iniciar a importação de carne argentina, levantando também suspeitas de que o que se pretendia era a baixa no preço da carne. Segundo Mustefaga, a importação teve efeito psicológico no mercado nacional, forçando, mesmo que por curto período, uma ligeira queda nos preços.

O problema da suspenção dos abates foi resolvido pelo Mapa alguns dias após o anúncio do locaute, com ajuda da própria Abiec. Segundo Sérgio Costa, assessor da entidade, a entidade recomendou às empresas a retomada dos abates. ”Dois dias após a suspensão dos serviços, a Secretaria de Defesa Animal já havia recebido um comunicado da Abiec que dizia que a situação já estava normalizada”, explica Costa.

Fonte: Folha de Londrina (por Alan Maschio), adaptado por Equipe BeefPoint

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