Lançado no início do ano passado, em atendimento às exigências da União Européia, o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov) ainda não deslanchou. Pelo menos no nível que se esperava, levando em conta o tamanho do rebanho bovino brasileiro, superior à 170 milhões de cabeças.
Embora seja importante para garantir a continuidade das exportações e melhorar a qualidade do produto no mercado interno, o programa enfrenta problemas, incluindo o desestímulo dos produtores que, por enquanto, nada recebem a mais pelo animal rastreado.
De acordo com o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, de um total de 13 milhões de números para certificação liberados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) até agora pouco mais de 2,5 milhões foram utilizados no rastreamento e certificação de bovinos.
Conforme Nogueira, o ideal seria que pelo menos 16 milhões de animais já estivessem sob rastreamento. Segundo ele, a União Européia representa 45% das exportações nacionais e deverá demandar até 12 milhões de animais no ano comercial que vai de julho de 2003 a junho de 2004. Até agora, a certificação vinha sendo feita no momento do abate, mas a partir de 15 de julho, será necessário que o animal esteja há pelo menos 40 dias cadastrado no banco de dados do Sisbov para que seja expedido o Documento de Identificação Animal (DIA).
Nogueira argumentou que o grande problema está na falta de vontade dos frigoríficos em pagar mais pelo animal rastreado. Ele explicou que o pecuarista gasta, nos processos mais simples, de R$ 3,50 a R$ 4,50 para rastrear um animal. Se utilizar chip, o custo sobe. Só que, enquanto podem, as indústrias preferem fazer a certificação na hora do abate, gastando menos.
Fonte: O Popular/GO, adaptado por Equipe BeefPoint