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Sisbov passa por nova alteração

O Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov) passou por mais uma adequação. Até o dia 30 deste mês, os animais destinados ao abate, não necessitam ter o brinco da certificadora, bastando apenas possuir uma identificação individual e ter comprovado o trabalho de técnicos a campo na identificação e inclusão do rebanho das propriedades ao Sisbov.

A última alteração no Sisbov feita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), como forma de amenizar os impactos da exportação de carne no país, assegurava até o último dia 30 a inclusão dos animais a serem abatidos na véspera do embarque para o frigorífico.

Na semana passada, foi realizada em Brasília uma reunião entre as empresas certificadoras credenciadas e o secretário executivo do ministério Luiz Carlos de Oliveira, onde foram acordadas algumas recomendações para o processo no país. O consenso entre os participantes definiu que passa a ser obrigatória a visita de inspeção na propriedade antes do cadastramento para certificação, ficando proibida a rastreabilidade realizada momentos antes do animal desembarcar para abate no frigorífico. Continuam valendo a identificação individual do animal a ser abatido, desde que as mesmas o individualize no rebanho, para então enquadrar este animal ao cadastro do Sisbov.

Rio Grande do Sul

Mesmo pagando um extra de R$ 0,02 por quilo de carne rastreada, o Frigorífico Mercosul, de Bagé (RS), está encerrando a exportação para a Europa. Os abates de bovinos serão reduzidos pela metade a partir da próxima semana devido à falta de carne rastreada para atender países como Inglaterra, Itália, Holanda, Alemanha, França e Suécia. A empresa embarca mensalmente cortes de 10 mil cabeças com destino ao mercado europeu. O diretor da empresa, Mauro Pills, acredita que a suspensão irá aumentar a oferta interna, provocando queda do preço do boi gordo no Rio Grande do Sul.

Até hoje, 122,8 mil animais criados no Estado têm rastreabilidade, segundo a Federação da Agricultura do Estado (Farsul). O volume representa 9,44% do rebanho, estimado em 13 milhões de cabeças, mas nem todos os animais estão prontos para abate.

O diretor do Serviço de Inspeção Sanitária de Produtos de Origem Animal (Sispoa), Rui Vargas, explica que o Mapa trabalha para chegar a certificação completa desde a origem.

Diculdade de encontrar animais

Apesar da dificuldade de encontrar animais que já tenham sido cadastrados pelo Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovino e Bubalino (SISBOV) nos últimos 15 dias, os abates continuam em ritmo normal no Paraná. O Frigorífico Margem, de Paranavaí, que abate em torno de 800 animais por dia, para abastecimento interno e externo, não suspendeu as atividades. A mesma dificuldade estão encontrando as demais indústrias de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Para o consultor José Vicente Ferraz, da FNP Consultores, apesar das prorrogações para vigência da portaria, vai ser difícil o cumprimento dela no curto prazo. Ele acha que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deu pouco tempo entre a certificação e autorização das empresas que vão fazer a rastreabilidade e a implantação do serviço. Para ele, se o ministério for rigoroso no cumprimento da portaria, ”certamente vai prejudicar as exportações porque não existem animais com rastreabilidade”.

Ferraz acredita que o ministério terá que recuar em sua decisão e adotar a ”rastreabilidade de véspera”, para não arriscar as exportações de carne bovina para a União Européia, que representam 60% do volume exportado. Para preencher essa cota, pelo menos 10% dos abates no País teriam que ser de animais já rastreados.

Fonte: Folha de Londrina/PR (por Vânia Casado), Correio do Povo/RS e Diário de Cuiabá/MT, adaptado por Equipe BeefPoint

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