A cadeia produtiva e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) começaram a formatar um calendário para fazer avançar o programa de rastreabilidade do rebanho bovino. A decisão foi tomada em reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina realizada ontem (12) na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com a presença do ministro interino da Agricultura, Amauri Dimarzio.
O próximo passo será definido na segunda-feira (17), quando será discutida a ampliação da permanência dos animais na base de dados do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). Hoje, são 40 dias para as exportações à União Européia. O quadro será ampliado a partir de 1º de janeiro de 2004, quando a determinação também passará a valer para os frigoríficos que enviam carne para outros países da Lista Geral.
“Propor mudança de data agora para esses frigoríficos seria muito ruim”, afirmou o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira. A transição será feita com base em um calendário progressivo, com data inicial da entrada em vigor a ser definida na segunda-feira. “O primeiro prazo será, provavelmente, 90 dias”, afirmou Nogueira.
Ele antecipou que um dos objetivos do encontro de segunda-feira é definir uma tabela de prazos a ser aplicada a partir das próximas imunizações contra aftosa. “Vamos aproveitar os períodos obrigatórios de manejo do gado para identificar os animais”. Na prática, essa medida acelera o propósito de reduzir a idade dos animais presentes na base de dados do Sisbov.
Nogueira afirmou que a exigência de rastreabilidade para a exportação de carne bovina a todos os mercados já começa a ter reflexos no banco de dados do sistema. Nesse quadro, pode ser encaixado o Tocantins, que conta com rebanho estimado em oito milhões de animais. Área livre de aftosa com vacinação, o Estado está impedido de exportar para a União Européia, condição que poderá ser revertida com a visita de uma equipe sanitária do bloco ao Brasil, prevista para até abril de 2004.
O presidente da Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abafrigo) e do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado (Sindicarnes), José João Stival, disse que, em outubro, os animais rastreados não passavam de cinco mil no Tocantins. Com base em informações das certificadoras, ele estimou que o número já evoluiu para 500 mil e poderá atingir um milhão no final de 2003.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Carlos Bortolás), adaptado por Equipe BeefPoint