A partir de janeiro de 2007, os criadores de bois e búfalos cuja carne seja destinada à exportação, deverão obrigatoriamente ter sua propriedade aprovada pelo Sisbov. A determinação consta na Instrução Normativa a ser publicada ainda este mês com as novas regras do Sisbov.
Além disso, a partir de 2009 será permitido somente o ingresso de bovinos e bubalinos nas propriedades aprovadas pelo Sisbov, se oriundos de outras propriedades também aprovadas pelo sistema. A mudança visa atender as exigências dos mercados importadores de carne brasileira, principalmente o mercado europeu.
Haverá um prazo de transição até 31 de dezembro deste ano para que os produtores que atualmente têm animais na base nacional de dados do sistema possam se adequar à determinação de que a propriedade deva ser certificada. As informações são do Mapa.
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Cada vez mais complicado! Aos poucos, vamos indo pro brejo. Enquanto isso, vamos nos esquecendo da aftosa e amargando os efeitos da superoferta causada pelos embargos.
Volto a comentar: imaginem se tivéssemos nos concentrado nas epizootias em vez de cuidarmos de brincos, botões, licenças, controles etc. Digo nos últimos três anos de inútil perda de tempo.
Temos a burocracia em nossos genes: pouco adianta argumentar. Depois, pagamos por tudo isso, vendendo boi a menos de R$50/@. Quem já leu “Mediocracia” do talentoso Gaudêncio Torquato, colunista do Estadão? Tenho um resumo à disposição dos interessados.
A rastreabilidade não deveria ficar somente no setor de comércio externo, pois o cidadão brasileiro também tem direito de saber de onde vem a carne que ele consome.
Será que desta vez os prazos e as modificações vão vingar ?
Sou técnico credenciado para rastreabilidade, e quando vou informar os produtores sobre as mudanças logo que saem as instruções normativas, só passo carão. Vamos dar um basta nisso e cobrar maior responsabilidade de nossas autoridades e exigir que parem com este “jeitinho brasileiro” de mudar tudo a toda hora.
Nosso pecuarista não confia mais no Sisbov.
A carta do Dr. Fernando Penteado Cardoso, de 03/02/2006, como de costume, em poucas linhas sintetiza nosso problema.
A burocracia em nossos genes e, acrescentando, a imensa legião de espertos que lutam para aumentá-la para dela se aproveitar.
Solicito ao BeefPoint que reproduza a citada “MEDIOCRACIA” de Gaudencio Torquato ou seu resumo citado pelo Dr. Fernando.
Estou certo que será de imensa utilidade para aqueles que se disponham a discutir o problema de maneira objetiva e a buscar o interesse de todos.
Se me permitem discordar levemente dos senhores, não acho que seja a apenas nossa paixão por burocracia que nos tenha feito perder três anos de sistema inútil. A nossa desorganização natural somada á pressa e a preguiça que resultam nessas tentativas desastrosas de controle.
Trabalho com implantação e implementação de sistema de controle de qualidade, em resumo: tudo, absolutamente tudo que acontece dentro da empresa é escrito, está documentado de alguma forma. Ao final do processo de implantação (que leva não menos de 1 ano) vê-se muito papel, mas tão organizados em pastas e arquivos, que em apenas 1 minuto têm-se qualquer informação sobre os processos e resultados.
Acompanho o Sisbov desde que começou esta palhaçada. Foi um projeto feito ás pressas, “para inglês ver” o azar foi que eles realmente vieram ver.
Se fosse feito para funcionar, poderiam ter se baseado em sistemas que dão certo como próprio EurepGap, ou até o bom e velho sistema ISO 9000. Montariam uma comissão com representantes de classe, que conhecem o funcionamento de uma empresa pecuária; administradores, analistas de sistemas ou algum especialista de Tecnologia de Informação, que conhecem os sistemas organizacionais e o adequaria, para ser algo eficiente e auditável, e os próprios políticos, para explicar o que acontece e representar a todos frente as comissões internacionais.
Será que depois de tanto tempo e dinheiro jogado fora, aprendemos que grandes projetos precisam ser muito bem pensados?
Outra ponto que me preocupa, é: se for feito um sistema realmente funcionante de controle, será necessário escrever muita coisa, e quando se trata de escrever, aumentar trabalho, mesmo que seja para melhorar, encontramos muita resistência. Mesmo que não ocorra, não será em 3 ou 4 meses que as propriedades conseguirão se adequar. Isso é trabalho para pelo menos 1 ano.
Senhores….
Sinceramente a cada dia que passa, o Mapa e o Sisbov, estão mais e mais perdidos na questão da rastreabilidade. É inadmissível ver o sofrimento que está se passando a pecuária nacional, pela falta de profissionalismo, para não dizer em outras palavras mais baixas.
Não se vai a lugar nenhum com essas normativas, se primeiro não conscientizar os produtores de pelo menos para que serve a rastreabilidade, e o que é a rastreabilidade principalmente. 90% dos produtores da região centro-oeste, não sabem o que é rastreabilidade, para que serve, e muito menos para onde vai. E mais, não ganham nada com isso, ao contrário, tiram.
Estou prescentindo um filme que já assistimos: a questão da obrigatoriedade do estojo de primeiros socorros nos veículos. Lembram-se?
E ninguém foi preso até hoje. Será que vai acontecer a mesma coisa com os brincos? Tomara que não!
Por quê só os bovinos precisam ser rastreados? O que acontece com o frango e com o porco, talvez tão importantes quanto os bovinos em nossa pauta de exportações? Por serem produzidos presos, por quê esses bichos não são identificados individualmente?
Pelo que estamos vendo, aí vêm mais regras para dificultar a rotina dos pecuaristas. Ao invés de aproveitarem a chance para uma mudança racional de critérios, agora os burocratas aprovaram uma grande confusão….e das grandes. Além do credenciamento das propriedades, todos os animais destinados à exportação deverão ser identificados desde o nascimento. O controle será executado pelos órgãos estaduais de fiscalização sanitária, que não dão conta nem da aftosa!
A venda de brincos vai aumentar para deleite dos fabricantes, pois, na dúvida, muita gente vai rastrear os bezerros ainda sem saber o destino final deles.
Será que os burocratas que inventam essas normas já foram espiar a grande pecuária “ao relento” praticada no Brasil tropical? Conhecem eles os detalhes da dinâmica dos bezerros desde o nascimento até o abate? Pobre Brasil!!!
Eduardo Penteado Cardoso
Seleção de Nelore