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Situação do frigorífico Margen afeta mercado

A autuação do Frigorífico Margen pela Polícia Federal na quarta-feira deixou nervoso o mercado de boi gordo em importantes regiões de produção do Brasil. Houve queda de preços em Goiás, Mato Grosso do Sul, Rondônia e no Paraná, apuraram consultorias especializadas. A empresa tem unidades industriais nesses estados, além do Mato Grosso e do Acre.

Na quarta-feira, a Polícia Federal prendeu 11 pessoas suspeitas de envolvimento num esquema de fraudes contra o INSS. As denúncias de sonegação envolvem o frigorífico Margen. Segundo o Ministério da Previdência, a empresa deve cerca de R$ 150 milhões à Receita e ao INSS.

A FNP Consultoria apurou que em Mato Grosso do Sul a arroba do boi gordo caiu de R$ 61 para R$ 60 depois que a autuação do Margen foi noticiada. Em Rondônia, a arroba ficou em R$ 49, recuando R$ 1 no dia.

O analista da FNP, José Vicente Ferraz, disse que o as cotações recuaram porque o mercado avalia que o episódio pode abalar a credibilidade do frigorífico Margen. Isso levaria os pecuaristas a “transferirem” as ofertas de animais para outros frigoríficos temendo que a empresa autuada não pague ou deixe de abater.

Segundo Ferraz, antes da divulgação da notícia sobre o Margen, a cotação da arroba do boi gordo tendia a subir para R$ 65 em São Paulo, está em R$ 64, mas não houve sustentação. Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, disse que a notícia levou frigoríficos a saírem do mercado.

Pelo levantamento da Scot, a arroba do boi gordo caiu de R$ 61 para R$ 60 no sul de Goiás (o Margen tem unidade em Rio Verde) e também no Paraná. Tito Rosa observou que isso ocorreu apesar de a oferta de animais ser pequena nessas regiões.

De acordo com Ferraz, até a notícia sobre o Margen, o mercado de boi gordo estava firme, sinalizando alta por conta da entressafra e do início da recuperação do consumo no mercado interno. Pelo menos, por enquanto, o quadro foi alterado.

Procurado pela reportagem, o frigorífico não quis comentar a autuação pela Polícia Federal. O gerente comercial do Margen em Rio Verde, Wagner Diniz, disse, no entanto, que “a possibilidade de parar [o frigorífico] é nula”.
De acordo com ele, todas as unidades estão operando, com abate de cinco mil cabeças/dia. Fontes do setor disseram, porém, que algumas unidades estariam paradas porque produtores deixaram de entregar animais para abate. O Grupo Margen faturou R$ 2,3 bilhões em 2003 e está entre os cinco maiores frigoríficos do país.

Fonte: Valor (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint

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