O secretário-executivo do Ministério da Agricultura e presidente do Conselho de Administração da Embrapa, Eumar Novacki, confirmou que o pesquisador de carreira aposentado Sebastião Barbosa foi indicado ontem à Casa Civil para ocupar o cargo de presidente da estatal. A notícia foi antecipada na terça-feira pelo Valor PRO, serviços de informações em tempo real do Valor.
Novacki afirmou ontem que o currículo e o perfil de atuação junto a organismos internacionais cacifou Barbosa. Mas o secretário admitiu que o sindicato dos servidores da Embrapa se opôs à decisão, sob o argumento de que Barbosa é conhecido dentro da estatal como “gestor linha dura” e chegou a demitir servidores da Embrapa Algodão, de Campina Grande (PB).
Ainda de acordo com Novacki, o conselho da Embrapa levantou essas questões durante a entrevista com Barbosa na segunda-feira, mas o provável novo presidente da estatal se defendeu com o argumento de que sempre cobrou de seus funcionários que produzissem e dessem resultado. “Esse compromisso com a produtividade dos servidores conquistou o conselho e, além do mais, ele tinha pontuação alta na época de pesquisador da Embrapa”.
Barbosa foi chefe-geral da Embrapa Algodão entre 2014 a 2018, quando já estava aposentado. O fato de assumir cargo de gerência dentro da estrutura da empresa pública sem ser mais servidor ativo, o que fere a legislação, chegou a motivar uma denúncia de servidores da estatal ao Ministério Público do Trabalho, que recomendou sua destituição do cargo. No início deste ano, o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, que deixará o cargo em 12 de outubro, determinou a exoneração de Barbosa.
Para o Conselho de Administração da Embrapa, porém, essas polêmicas não justificam que a credibilidade de Barbosa seja questionada. “O conselho está extremamente tranquilo com essa escolha”, acrescentou Novacki.
O nome de Sebastião Barbosa ainda precisa ser validado pela Casa Civil, que fará uma checagem da vida pregressa e do histórico de conduta do candidato, que é o procedimento de praxe.
Fonte: Valor Econômico.